quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ACORDO PARA CESSAR-FOGO EM GAZA ENTROU EM VIGOR

 

Público, com agências
 
O Egipto anunciou um acordo de cessar-fogo entre Israel e o governo da Faixa de Gaza, que entrou em vigor às 19h00 T.M.G. (a mesma hora de Lisboa).
 
Os drones israelitas continuam a fazer-se ouvir nos céus de Gaza, dizia um correspondente da BBC enquanto o primeiro-ministro de Israel dava uma conferência de imprensa para falar do cessar-fogo, anunciado pouco mais de uma hora antes pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Mohamed Kamel Amr e pela secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton. Pouco antes, dois rockets vindos do Líbano tinham aterrado em Israel.

O ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, garante que "todos os objectivos da operação militar em Gaza foram alcançados". Netanyahu diz que milhares de rockets e as instalações operacionais do Hamas foram destruídas, e que é tempo de os israelitas regressarem agora à sua vida normal, relata a BBC online.

"Sei que alguns esperaram uma resposta militar mais intensa, que pode vir a ser precisa. Mas nesta altura, o melhor para Israel" pode ser agarrar esta oportunidade para obter um cessar-fogo de longo prazo.

O acordo de cessar-fogo negociado no Cairo exige a Israel que acabe com as “incursões e assassínios” em Gaza. Por outro lado, aos palestinianos faz a exigência de que "todas as facções parem todas as hostilidades contra Israel lançadas a partir da Faixa de Gaza contra Israel, incluindo os ataques com rockets e ataques ao longo da fronteira".

Israel comrpomete-se a abrir as passagens de fronteira e a facilitar o movimento de pessoas e mercadoria e abster-se de restringir os movimentos dos residentes em Gaza e tomar como alvo preferido de vigilância os que residem em zonas fronteiriças, diz o texto do acordo, divulgado pela AFP. Estes procedimentos devem começar a ser efectuados no terreno 24 horas após a entrada em vigor do cessar-fogo.

Os esforços de negociações "resultaram em acordos para cessar-fogo, restaurar a calma e travar o derramamento de sangue desde último período”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, numa conferência de imprensa dada no palácio presidencial de Mohamed Morsi, no Cairo.

Barack Obama telefonou ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e deu-lhe os parabéns por ter concordado com o plano de cessar-fogo egípcio para Gaza que põe termo a oito dias de conflito, nos quais já morreram mais de 140 palestinianos e cinco israelitas. “O Presidente expressou a sua apreciação dos esforços do primeiro-ministro em trabalhar com o novo Governo egípcio para obter um cessar-fogo sustentável e uma solução mais durável”, disse um porta-voz da Casa Branca, citado pela Reuters.

O acordo tem “garantias egípcias”, relata a Reuters, mas não é claro quais são essas garantias, nomeadamente se o Governo de Mohamed Morsi se comprometeu a fazer algo para estancar o movimento de armas através da rede de túneis que ligam Gaza ao Egipto, e permitem traficar de tudo, desde alimentos até armamento, e que são um ponto de grande irritação para Israel.

Hillary Clinton sublinhou a importância do cessar-fogo. “Este é um momento crítico para a região. O novo Governo do Egipto está a assumir a responsabilidade e liderança que há muito tempo fez deste país um marco para a estabilidade e paz” do Médio Oriente, disse a secretária de Estado norte-americana.
 

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