Sónia Santos Silva - TSF
Portugal tem um
ministro das Finanças «muito impressionante». As palavras são do chefe da
missão do FMI para Portugal que reconhece o esforços tremendo a que os
portugueses têm sido sujeitos.
Em entrevista
exclusiva ao Dinheiro Vivo, e hoje publicada no DN e no JN, Abebe Selassie
afirma que não gostava de ver mais aumentos de impostos, defende a revisão do
código do IRC, quanto à refundação do Estado e acredita que a Constituição
nunca será um obstáculo
Aumentar o IVA e o
IRC para fazer crescer a receita é fácil, mas não o caminho mais útil. É a
opinião do chefe da missão do FMI em Portugal. Para Abebe
Selassie, o programa de ajustamento português está no bom caminho e garante que
agora o foco está no corte da despesa.
Para aumentar a
competitividade da economia portuguesa, Selassie defende alterações no código
do IRC - que classifica como demasiado complexo, prometendo trabalhar nesta
matéria nas próximas semanas. Ao mesmo tempo espera que o Governo avance com a
redução nas indemnizações por despedimento.
Quanto à
renegociação da dívida portuguesa, o representante do FMI não vê razões para
qualquer reestruturação. Já quanto à refundação do Estado Social, Abebe
Selassie defende um debate nacional sobre o tema e avisa que o país não pode
ter desequilíbrios como no passado.
Sem querer assumir
um opinião publicamente, este responsável admite que existe margem para tornar
a despesa pública mais eficiente, dando como exemplo o sistema de pensões, que
considera ser generoso em Portugal.
Selassie acredita,
ainda, que o corte de 4 mil milhões na despesa do Estado não vai comprometer a
universalidade das funções do Estado, nem a Constituição será um obstáculo.
Questionado sobre o
pouco envolvimento do PS neste debate, o chefe da missão de FMI responde que
não é essa a perceção que tem. Sobre a reação dos portugueses a tanta
austeridade, Selassie reconhece que os sacrifícios são tremendos e elogia o
diálogo social. Mas no final, o maior elogio vai para Vítor Gaspar. Abebe
Selassie considera que Portugal tem um ministro das Finanças «muito impressionante.
E mais não posso dizer» remata.
Sem comentários:
Enviar um comentário