quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PM grego descontente com falta de acordo do Eurogrupo para desbloquear ajuda

 

 
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, manifestou hoje o seu descontentamento com a falta de acordo dos ministros das Finanças da zona euro para desbloquear a ajuda financeira a Atenas.
 
"Qualquer dificuldade técnica na hora de encontrar uma solução técnica não é desculpa para qualquer relaxamento ou atraso", afirmou Antonis Samaras, num comunicado de imprensa.
 
Ao fim de mais de 11 horas de conversações em Bruxelas, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou não ter possível concluir um acordo por haver "trabalho técnico" que ainda é necessário fazer, designadamente "cálculos precisos" sobre os diversos cenários discutidos.
 
"A Grécia fez tudo aquilo que se tinha comprometido a fazer. Os nossos parceiros, incluído o FMI [Fundo Monetário Internacional], também têm de fazer tudo aquilo a que se comprometeram", defendeu Samaras no mesmo comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola Efe.
 
Além disso, alertou, a "estabilidade" da Grécia e "de toda a zona euro" depende do desbloqueamento da ajuda.
 
No final da reunião em Bruxelas, Juncker garantiu que "não há nenhum obstáculo de vulto" a obstar o acordo, reiterando que resta apenas "mais trabalho técnico em alguns elementos" de um pacote de iniciativas credíveis para garantir a sustentabilidade da dívida grega.
 
O presidente do Eurogrupo voltou a elogiar as ações levadas a cabo pelas autoridades de Atenas, designadamente as medidas adotadas nos domínios da consolidação orçamental, reformas estruturais, privatizações e estabilização do setor financeiro, referindo que os 17 reconhecem os esforços feitos pelo Governo grego e pelos cidadãos.
 
No entanto, ainda não foi desta que a Grécia recebeu a tão ansiada "luz verde" para o desembolso de uma ajuda de 31,2 mil milhões de euros, suspensa desde junho passado.
 
A Grécia aguarda há cerca de cinco meses essa fatia do programa de assistência financeira, tendo os seus parceiros exigido que o Governo grego implementasse um pacote de medidas de austeridade, já adotado por Atenas, e considerado satisfatório pelo Eurogrupo, mas outras questões têm adiado um compromisso final, designadamente ao nível da redução da dívida.
 
Os credores da Grécia devem encontrar uma fórmula para reduzir a dívida grega, que ameaça chegar aos 190% do (Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, tendo sido fundamentalmente este o ponto que arrastou as negociações hoje, assim como a solução para "tapar" um "buraco" de 32 mil milhões de euros, resultante de derrapagens dos dois primeiros planos de ajuda à Grécia e o custo estimado que acarretaria um alargamento do prazo dado a Atenas para proceder ao ajustamento.
 
O Eurogrupo voltará a reunir-se na próxima segunda-feira, dia 26, em Bruxelas.
 

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