Carlos Abreu –
Expresso, com foto Alberto Frias
Os "Que se
lixe a troika" foram hoje esperar ao aeroporto de Lisboa os técnicos que
vêm analisar as contas. A PSP ficou com a identificação de alguns.
Pelo menos dois
elementos do movimento "Que se lixe a troika" foram hoje
identificados pela polícia, no aeroporto de Lisboa, onde o movimento foi
esperar simbolicamente os representes do Fundo Monetário Internacional,
Comissão Europeia e Banco Central Europeu que vêm a Portugal fazer a
sétima avaliação.
João Gustavo, do
"Que se lixe a troika", afirmou ao Expresso que "este governo
foi eleito com base em promessas de não aumentar os impostos, mas não está a
cumprir". Ao invés disso, "o Governo está a governar de costas para o
povo, submisso à troika", acrescentou.
Na conferência de
imprensa convocada para a zona das chegadas do aeroporto de Lisboa, o movimento
recordou os motivos para participar na manifestação convocada para o próximo
sábado, 2 de março.
Nesta avaliação ao
trabalho do Governo lembraram, por exemplo, que no início do processo de
ajustamento o desemprego rondava 12,7%, situando-se nos 17,5% no final de 2012.
Mas "os números oficiais escondem muito desemprego, já que neste momento
haverá mais de milhão e meio de pessoas sem trabalho", considera a mesma
fonte: "Um relógio parado acerta mais nas horas que o nosso ministro das
finanças. A austeridade não parou de aumentar e é preciso colocar um ponto
final neste círculo vicioso".
Estas foram algumas
das razões avançadas pelo movimento para que, no sábado, milhares de
pessoas venham para a rua em mais de 40 cidades em Portugal e no
estrangeiro. "Nós não somos figurantes de um filme rodado nos gabinetes
cinzentos da União Europeia", disse ainda João Gustavo.
Recusando fazer
futurologia, o movimento espera, contudo, uma "manifestação enorme".
"Queremos que seja a manifestação que o povo tem de fazer. Ela será o que
as pessoas quiserem". Em seguida cantaram a Grândola.
Terminada a
conferência de imprensa , os agentes da PSP em serviço no aeroporto
identificaram João Gustavo e Nuno Ramos de Almeida, questionando, segundo este
último, a razão porque ali se encontravam e o conteúdo das suas
intervenções.
Esta é pelo menos a
terceira vez que elementos deste movimento se vêem envolvidos com a polícia e
as autoridades judiciais, depois de Mariana Avelange ter chegado a ser constituída arguida, após a conferência de imprensa que antecedeu a
manifestação de 15 de setembro.
Uma outra ativista,
Myriam Zaluar, foi acusada de desobediência por distribuir folhetos junto de um
Centro de Emprego em Lisboa (tem a primeira marcada para o dia 3 de março).
Sem comentários:
Enviar um comentário