segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Portugal: GOVERNO “ESTÁ SUBMISSO À TROIKA”




Carlos Abreu – Expresso, com foto Alberto Frias

Os "Que se lixe a troika" foram hoje esperar ao aeroporto de Lisboa os técnicos que vêm analisar as contas. A PSP ficou com a identificação de alguns.

Pelo menos dois elementos do movimento "Que se lixe a troika" foram hoje identificados pela polícia, no aeroporto de Lisboa, onde o movimento foi esperar simbolicamente os representes do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu que vêm a Portugal fazer a sétima avaliação.

João Gustavo, do "Que se lixe a troika", afirmou ao Expresso que "este governo foi eleito com base em promessas de não aumentar os impostos, mas não está a cumprir". Ao invés disso, "o Governo está a governar de costas para o povo, submisso à troika", acrescentou.
Na conferência de imprensa convocada para a zona das chegadas do aeroporto de Lisboa, o movimento recordou os motivos para participar na manifestação convocada para o próximo sábado, 2 de março.

Nesta avaliação ao trabalho do Governo lembraram, por exemplo, que no início do processo de ajustamento o desemprego rondava 12,7%, situando-se nos 17,5% no final de 2012. Mas "os números oficiais escondem muito desemprego, já que neste momento haverá mais de milhão e meio de pessoas sem trabalho", considera a mesma fonte: "Um relógio parado acerta mais nas horas que o nosso ministro das finanças. A austeridade não parou de aumentar e é preciso colocar um ponto final neste círculo vicioso".

Estas foram algumas das razões avançadas pelo movimento para que, no sábado, milhares de pessoas  venham para a rua em mais de 40 cidades em Portugal e no estrangeiro. "Nós não somos figurantes de um filme rodado nos gabinetes cinzentos da União Europeia",  disse ainda  João Gustavo.

Recusando fazer futurologia, o movimento espera, contudo, uma "manifestação enorme". "Queremos que seja a manifestação que o povo tem de fazer. Ela será o que as pessoas quiserem". Em seguida cantaram a Grândola.

Terminada a conferência de imprensa , os agentes da PSP em serviço no aeroporto identificaram João Gustavo e Nuno Ramos de Almeida, questionando, segundo este último, a razão porque ali se encontravam e o conteúdo das suas intervenções. 

Esta é pelo menos a terceira vez que elementos deste movimento se vêem envolvidos com a polícia e as autoridades judiciais, depois de Mariana Avelange ter chegado a ser constituída arguida, após a conferência de imprensa que antecedeu a manifestação de 15 de setembro.

Uma outra ativista, Myriam Zaluar, foi acusada de desobediência por distribuir folhetos junto de um Centro de Emprego em Lisboa (tem a primeira marcada para o dia 3 de março).

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