segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sindicato dos Magistrados do MP de São Tomé preocupado com "instabilidade" na PGR




MYB – ROC - Lusa

São Tomé, 24 fev (Lusa) - O Sindicado dos Magistrados do Ministério Publico (MP) de São Tomé e Príncipe mostrou-se hoje "apreensivo" com o que considera ser a "instabilidade criada com as nomeações e exonerações dos procuradores-gerais da República".

O sindicato "tem vindo a acompanhar com apreensão" a situação, disse a presidente do sindicato, Vera Cravid, numa conferência de imprensa.

A responsável apelou ao "bom senso" do Governo, que propõe a figura do procurador-geral da República (PGR), e do Presidente da República, que nomeia e dá posse, e sublinhou a "situação conturbada" que afeta todo o sistema judicial do arquipélago.

"Aguardamos com serenidade e expectativa que o bom senso prevaleça e que, numa altura conturbada em que todo o sistema judicial enferma de vários males, seja escolhida uma figura cujo perfil harmonize com a função de coordenação desta casa responsável pela nobre função da defesa da legalidade e detenção da ação penal", acrescentou Vera Cravid.

Na perspetiva do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, só assim se pode evitar "que haja novamente uma movimentação esquizofrénica relacionada com o 'habeas corpus' coletivo".

Na quarta-feira, o Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, exonerou a PGR, Elsa Teixeira de Barros Pinto, que havia sido nomeada no princípio deste mês por decreto presidencial e cumpriu apenas 16 dias de mandato.

Num decreto presidencial em que demitiu a responsável, Pinto da Costa explicou que a sua decisão se deveu a uma "proposta do Governo".

Menos de uma semana depois de tomar posse, a 04 de fevereiro, Elsa Pinto foi alvo de fortes críticas, com a Ordem dos Advogados a considerar que o seu perfil não se "coaduna com aquele que deve ser o de uma procuradora-geral da República".

Antes de tomar posse, Elsa Pinto era deputada do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) e membro do Conselho de Estado e foi envolvida numa ação judicial por causa de dívidas.

O sindicato manifesta-se expectante com a escolha da próxima figura para o cargo e diz no comunicado lido na coferência de imprensa que partilha da "comum preocupação sobre o desenrolar dos acontecimentos".

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