Fabíola Maciel - Público
Movimento
organizador do protesto de sábado aproveitou a chegada da troika para
defender que “os portugueses não são figurantes de um filme”.
O aeroporto de
Lisboa, que recebe esta segunda-feira a equipa da troika, foi o local
escolhido pelo movimento "Que se lixe a troika" para deixar um
aviso: “Os portugueses não são figurantes num filme, cujo guião é feito em
gabinetes da União Europeia.”
No dia em
que representantes da troika chegam a Portugal para realizar asétima
avaliação do memorando de entendimento, o movimento cívico decidiu fazer
uma avaliação da presença da equipa em Portugal. “Antes, o desemprego
cifrava-se em 12,7% e as expectativas menos pessimistas apontam para 17,9% no
final de 2013”, afirmou João Gustavo, acrescentando que “a dívida pública
estava nos 108% do PIB e aponta-se para 122% no final de 2013”.
O membro do grupo recorreu
às estatísticas para demostrar que o movimento faz uma avaliação “negativa” da troika em
Portugal, salientando que se trata de um “ciclo vicioso”. “Temos um Governo a
governar de costas para o povo, subserviente a interesses da troika”, vincou.
O grupo organizador
da manifestação do próximo sábado sustentou que “os portugueses vão sair à rua
para mostrar que o povo é quem mais ordena”. Neste sentido, o movimento
assegura que o desafio é “colocar um ponto final no ciclo vicioso”, já que “um
relógio parado acerta mais nas horas que o ministro das Finanças acerta nas
previsões económicas”.
“O convite que
fazemos a todos os cidadãos que vivem e trabalham em Portugal é o de expressar
no dia 2 de Março não só o seu descontentamento, mas também uma enorme vontade
de parar este rumo e abrir um espaço para uma efectiva mudança que sirva os
interesses do povo”, afirmou João Gustavo.
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