Jornal i - Lusa
A presidente do
Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, afirmou hoje que o corte
das despesas "é obviamente o caminho" para a consolidação orçamental,
mas lamentou que os cortes já realizados tenham sido "cegos".
"[O corte da
despesa] é obviamente o caminho. Foi pena não se terem tomado decisões de outra
forma que tivessem evitado este solavanco. Uma vez que ele aconteceu, espero
que se tenha ganho mais tempo", afirmou a economista, à margem de uma
conferência em Lisboa.
Teodora Cardoso
disse que um dos problemas de Portugal tem sido o facto de o país "ter
sido obrigado a fazer um ajustamento muito rápido em despesas que foram
crescendo ao longo de muitos anos, sem haver verdadeiramente um grande
discernimento quanto à gestão destas despesas".
"E isso
continuo a achar que ainda não está alcançado. Vamos cortando despesas muito
pela força das circunstâncias, por força da crise, por força da 'troika', por
força do Tribunal Constitucional", reiterou.
No entanto,
defendeu, falta "garantir uma maior ênfase na gestão das despesas e isso
devia ter sido feito há mais tempo".
Para Teodora
Cardoso, este processo de gestão da despesa "envolve todos os responsáveis
pela despesa e não apenas o ministro das Finanças, que não pode decidir com
conhecimento de causa todas as despesas que devem ser cortadas".
"Tudo isto
exige uma maneira de fazer diferente e isso leva tempo. Levámos dois anos a
fazer cortes cegos. Agora continuamos a ter de fazer um bocado à pressa aquilo
que devíamos ter feito com mais tempo", afirmou a presidente do CFP.
"Espero que
este próximo corte seja mais pensado nesta linha, mas ainda não é completo
porque ainda não estão definidos mecanismos de gestão de despesa", rematou
a economista.
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