Deutsche Welle
Quarta-feira
(20.11), cerca de três milhões de eleitores são esperados nas urnas para
escolher os autarcas que governarão em Moçambique nos próximos cinco anos. A
RENAMO garante que não vai perturbar o sufrágio.
O material de voto
já está nas províncias há mais de uma semana e foi entretanto redistribuído
pelas autarquias. Felisberto Naife, diretor-geral do Secretariado Técnico de
Administração Eleitoral (STAE), frisa que está tudo a postos para o sufrágio.
"Os materiais eleitorais já estão nas autarquias e os membros das assembleias de votos já estão formados e prestes a serem colocados horas antes nas respetivas mesas de votação", afirmou Feliberto Naife, acrescentando que as eleições vão decorrer em todos os municípios, mesmo na Gorongosa.
A opinião é partilhada por Adérito Caldeira, diretor-geral adjunto do jornal A Verdade, parceiro da DW África, que deixa, contudo, em aberto a questão da Gorongosa.
"Os materiais eleitorais já estão nas autarquias e os membros das assembleias de votos já estão formados e prestes a serem colocados horas antes nas respetivas mesas de votação", afirmou Feliberto Naife, acrescentando que as eleições vão decorrer em todos os municípios, mesmo na Gorongosa.
A opinião é partilhada por Adérito Caldeira, diretor-geral adjunto do jornal A Verdade, parceiro da DW África, que deixa, contudo, em aberto a questão da Gorongosa.
"O único
município em que poderá haver algum tipo de alteração da ordem é na Gorongosa.
É dos municípios mais pequenos, tem poucos postos de votação, portanto não é um
município muito relevante dentro do espectro político", descreve.
Campanha marcada
por incidentes menos graves
A campanha eleitoral terminou no domingo (17.11) e Adérito Caldeira salienta como positivo o facto de os partidos terem apostado em manifestos "realistas", apesar dos confrontos entre simpatizantes que perturbaram o bom funcionamento da campanha. Entre os aspetos mais negativos, Adérito Caldeira salienta a partidarização da polícia.
A campanha eleitoral terminou no domingo (17.11) e Adérito Caldeira salienta como positivo o facto de os partidos terem apostado em manifestos "realistas", apesar dos confrontos entre simpatizantes que perturbaram o bom funcionamento da campanha. Entre os aspetos mais negativos, Adérito Caldeira salienta a partidarização da polícia.
"Alguns
simpatizantes do MDM foram detidos e julgados com uma rapidez incrível, mas não
há nenhum simpatizante da FRELIMO detido ou que tenha ido a uma esquadra da
polícia prestar declarações, portanto fica claro que o partido tem
preferências", conclui.
Por outro lado, Fernando Mazanga, porta-voz da RENAMO, garantiu ao boletim diário do investigador Joseph Hanlon que o partido não tem a intenção de perturbar as eleições de quarta-feira. Porém, o militante frisa que a RENAMO não vai aceitar os resultados das mesmas.
Por outro lado, Fernando Mazanga, porta-voz da RENAMO, garantiu ao boletim diário do investigador Joseph Hanlon que o partido não tem a intenção de perturbar as eleições de quarta-feira. Porém, o militante frisa que a RENAMO não vai aceitar os resultados das mesmas.
Cidadãos como
observadores ativos
O jornal A Verdade
mantém uma campanha designada “Todos Somos Observadores das Eleições” que visa
envolver a sociedade civil moçambicana no bom desenrolar do sufrágio.
"Pedimos aos
cidadãos, a quem chamamos cidadãos-repórter, para que quando forem votar,
reportem o que virem", explica. "Há problemas que normalmente
acontecem no dia da votação, como as assembleias abrirem tarde, haver demora
para votar, haver algum tipo de situação envolvendo polícias", exemplifica.
Entretanto, a
missão de observação do Electoral Institute for Sustainable Democracy in Africa
(EISA) concluiu esta quarta-feira num relatório que a campanha eleitoral para
as municipais de quarta-feira em Moçambique decorreu, "de maneira geral,
de forma pacífica e ordeira".
A organização,
baseada em Joanesburgo, África do Sul, tem uma missão de cinco elementos
destacada em Moçambique e detetou como "problemas mais frequentes" a
destruição de material de campanha, assim como o uso de viaturas do Estado pelos
partidos. Numa pequena nota enviada às agências e jornais, a missão conclui que
o tempo de antena gratuito foi integralmente respeitado, apesar da cobertura da
campanha nos órgãos de comunicação ter fugido ao princípio do equilíbrio.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Beirão, também garantiu na segunda-feira em conferência de imprensa estarem criadas condições para o pleito nas 53 autarquias seguidas de perto por 269 observadores eleitorais. O presidente da Comissão Provincial de Eleições da Cidade de Maputo, Víctor Miguel, confirma e assegura que o escrutínio foi "super bem preparado".
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Beirão, também garantiu na segunda-feira em conferência de imprensa estarem criadas condições para o pleito nas 53 autarquias seguidas de perto por 269 observadores eleitorais. O presidente da Comissão Provincial de Eleições da Cidade de Maputo, Víctor Miguel, confirma e assegura que o escrutínio foi "super bem preparado".
Autoria: Nuno de Noronha
– Edição: António Rocha
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