O antigo Presidente
da República, Mário Soares, deixa, no artigo de opinião que assina esta
terça-feira no Diário de Notícias, um conjunto de recados ao Executivo de Pedro
de Passos Coelho e ao Presidente da República, Cavaco Silva. Tendo como
objectivo evitar a “violência que aí vem”, o histórico socialista aconselha:
“Demitam-se, pois, enquanto é tempo: Presidente e Governo. Antes que lhes
aconteça o pior”.
Dando continuidade
a uma linha de raciocínio que há muito vem a defender, o antigo chefe de
Estado, Mário Soares, reitera, no artigo de opinião que assina hoje no Diário
de Notícias, que, “ao contrário do que diz a propaganda do Governo, Portugal
está paralisado, sem rumo, sem ética e é cada vez mais um protectorado da
troika”.
E o histórico
socialista vai mais longe ao afirmar que o País “está a caminhar para uma
espécie de ditadura”, considerando que a subserviência do Executivo face aos
credores internacionais, conduzirá a população “à miséria, ao desemprego, ao
suicídio, à criminalidade e à emigração”.
Posto isto,
justifica Soares, “quando digo que este Governo está moribundo (…) entenda-se
que não o faço por razões político-ideológicas ou político-sociais. É tão-só
para evitar, enquanto é tempo, a violência que vem aí”.
É neste sentido que
“falo alto e bom som e digo a verdade aos portugueses”, explica Soares,
deixando o recado: “Demitam-se, pois, enquanto é tempo: Presidente e Governo.
Antes que lhes aconteça o pior”.
Dirigindo-se em
particular a Cavaco Silva, o antigo Presidente da República insiste: “Faça o
que deve, demita-se enquanto pode ir para casa sossegado. Só lhe faltam dois
anos. Não arrisque deixar desencadear a violência. É o pior que nos pode
acontecer”.
Notícias ao Minuto
Fernando Dacosta
"Só resta exilar Soares"
O escritor e
colunista, Fernando Dacosta, escreve hoje no jornal i sobre a recente
entrevista do histórico do PS, Mário Soares, à rádio TSF e DN, considerando que
o ex-candidato a Belém “tornou-se o líder da oposição (moral)” que faltava ao
País. Desta forma, sustenta o escritor, “só resta aos poderes estabelecidos (…)
exilá-lo”.
País
“Nunca ninguém foi
tão longe em relação a governantes” como o histórico do PS, Mário Soares, no
passado domingo que, numa entrevista à rádio TSF e ao jornal Diário de Notícias
(DN), chamou “com todas as letras os nossos principais dirigentes
‘delinquentes’”, salienta hoje o escritor Fernando Dacosta, na coluna de
opinião que assina no jornal i.
Na opinião do
escritor esta entrevista “teve efeitos de furacão num País amodorrado, amarrado
pelo poder tricéfalo do PSD/CDS/PR” e “provocou ondas de choque parecidas, há
já quem diga, às de Humberto Delgado quando, em 1958, afirmou demitir,
obviamente, Salazar se ganhasse as eleições”.
Fernando Dacosta
salienta que “nunca um político com o seu prestígio, a sua obra, a sua cultura,
a sua experiência, a sua projecção ousou dizer na praça pública o que ele
[Mário Soares] afirmou”.
O histórico do PS
“tornou-se” por isso, considera o escritor, “o líder da oposição (moral) que
nos faltava, a bandeira da nossa traída dignidade, a energia contra o nosso
medo - como o foi, em jovem, ao enfrentar o fascismo e o colaboracionismo, não
hesitando em propor, hoje como ontem, rupturas (…) e saltos para o futuro”.
“Tornado há muito
demasiado sólido para ser destruído, ou difamado, ou ridicularizado, (…)
demasiado visível para o calarem, (…) só resta aos poderes estabelecidos
seguirem, repetindo-a, a decisão do saudoso Dr. Salazar: exilá-lo”, conclui
Fernando Dacosta, que sugere “África” para onde “Rui Machete dará uma preciosa
mãozinha”.
Ana Lemos
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Notícias ao Minuto
Mário Soares: "Este
é um Governo de delinquentes"
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