terça-feira, 19 de novembro de 2013

Soares: “DEMITAM-SE ENQUANTO É TEMPO. ANTES QUE LHES ACONTEÇA O PIOR”

 
 

O antigo Presidente da República, Mário Soares, deixa, no artigo de opinião que assina esta terça-feira no Diário de Notícias, um conjunto de recados ao Executivo de Pedro de Passos Coelho e ao Presidente da República, Cavaco Silva. Tendo como objectivo evitar a “violência que aí vem”, o histórico socialista aconselha: “Demitam-se, pois, enquanto é tempo: Presidente e Governo. Antes que lhes aconteça o pior”.
 
Dando continuidade a uma linha de raciocínio que há muito vem a defender, o antigo chefe de Estado, Mário Soares, reitera, no artigo de opinião que assina hoje no Diário de Notícias, que, “ao contrário do que diz a propaganda do Governo, Portugal está paralisado, sem rumo, sem ética e é cada vez mais um protectorado da troika”.
 
E o histórico socialista vai mais longe ao afirmar que o País “está a caminhar para uma espécie de ditadura”, considerando que a subserviência do Executivo face aos credores internacionais, conduzirá a população “à miséria, ao desemprego, ao suicídio, à criminalidade e à emigração”.
 
Posto isto, justifica Soares, “quando digo que este Governo está moribundo (…) entenda-se que não o faço por razões político-ideológicas ou político-sociais. É tão-só para evitar, enquanto é tempo, a violência que vem aí”.
 
É neste sentido que “falo alto e bom som e digo a verdade aos portugueses”, explica Soares, deixando o recado: “Demitam-se, pois, enquanto é tempo: Presidente e Governo. Antes que lhes aconteça o pior”.
 
Dirigindo-se em particular a Cavaco Silva, o antigo Presidente da República insiste: “Faça o que deve, demita-se enquanto pode ir para casa sossegado. Só lhe faltam dois anos. Não arrisque deixar desencadear a violência. É o pior que nos pode acontecer”.
 
Notícias ao Minuto
 
Fernando Dacosta "Só resta exilar Soares"
 
O escritor e colunista, Fernando Dacosta, escreve hoje no jornal i sobre a recente entrevista do histórico do PS, Mário Soares, à rádio TSF e DN, considerando que o ex-candidato a Belém “tornou-se o líder da oposição (moral)” que faltava ao País. Desta forma, sustenta o escritor, “só resta aos poderes estabelecidos (…) exilá-lo”.
 
País
 
“Nunca ninguém foi tão longe em relação a governantes” como o histórico do PS, Mário Soares, no passado domingo que, numa entrevista à rádio TSF e ao jornal Diário de Notícias (DN), chamou “com todas as letras os nossos principais dirigentes ‘delinquentes’”, salienta hoje o escritor Fernando Dacosta, na coluna de opinião que assina no jornal i.
 
Na opinião do escritor esta entrevista “teve efeitos de furacão num País amodorrado, amarrado pelo poder tricéfalo do PSD/CDS/PR” e “provocou ondas de choque parecidas, há já quem diga, às de Humberto Delgado quando, em 1958, afirmou demitir, obviamente, Salazar se ganhasse as eleições”.
 
Fernando Dacosta salienta que “nunca um político com o seu prestígio, a sua obra, a sua cultura, a sua experiência, a sua projecção ousou dizer na praça pública o que ele [Mário Soares] afirmou”.
 
O histórico do PS “tornou-se” por isso, considera o escritor, “o líder da oposição (moral) que nos faltava, a bandeira da nossa traída dignidade, a energia contra o nosso medo - como o foi, em jovem, ao enfrentar o fascismo e o colaboracionismo, não hesitando em propor, hoje como ontem, rupturas (…) e saltos para o futuro”.
 
“Tornado há muito demasiado sólido para ser destruído, ou difamado, ou ridicularizado, (…) demasiado visível para o calarem, (…) só resta aos poderes estabelecidos seguirem, repetindo-a, a decisão do saudoso Dr. Salazar: exilá-lo”, conclui Fernando Dacosta, que sugere “África” para onde “Rui Machete dará uma preciosa mãozinha”.
 
Ana Lemos
 
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