As afirmações do
presidente da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do
Castelo (ENVC), António Costa, foram proferidas em Bruxelas, onde está a
convite do PCP e do BE para uma reunião com a Comissão Europeia
A comissão de
trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo acusou hoje o ministro da
Defesa de justificar a subconcessão da empresa pública com base em mentiras e
garantiu ir "até às ultimas instâncias" para reverter o processo.
As afirmações do
presidente da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do
Castelo (ENVC), António Costa, foram proferidas em Bruxelas, onde está a
convite do PCP e do BE para uma reunião com a Comissão Europeia.
Antes do encontro
com responsáveis do executivo comunitário, António Costa acusou o ministro da
Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, de várias contradições no processo de
reprivatização, entretanto cancelado, e de subconcessão, à Martifer, já
concluído, dos ENVC.
"O senhor
ministro disse que a única solução seria ter de devolver 181 milhões de euros
ao Estado ou que então encerraria as portas [dos Estaleiros], quando no dia 10
ouvimos o senhor ministro dizer que era uma opção ideológica [a subconcessão]
não compreendemos como é que um jurista credenciado como o senhor ministro
consegue andar a mentir a toda a gente este tempo todo, dando a sensação de que
realmente não existe nenhuma solução para os Estaleiros quando isso é
mentira", afirmou o responsável.
António Costa
sublinhou que não "há nenhuma decisão da Comissão Europeia que obrigue o
Governo de Portugal a encerrar ou a subconcessionar os Estaleiros" e
considerou que a escolha do executivo PSD/CDS é "opaca".
"Vamos fazer
tudo o que estiver ao nosso alcance e iremos lutar até às últimas instâncias
para provar que o senhor ministro tem andado a mentir aos portugueses e aos
seus colegas de Governo com o objetivo de acabar com a construção naval em
Viana do Castelo. Não conseguimos perceber qual é a ideologia do senhor
ministro, que nunca se dignou a visitar uma empresa da qual ele é o responsável
máximo, e abre mão de uma grande empresa, que sempre foi estratégica, foi
estratégica para o doutor Paulo Portas e para o doutor Durão Barroso",
disse.
No mesmo sentido, a
eurodeputada do BE Marisa Matias notou que "o ministro invocou o facto da
Comissão Europeia ter exigido a devolução dos 180 milhões de euros" quando
"o comissário respondeu que não".
"É uma
história muito mal contada e uma informação que não era verdade apenas para
justificar o desmantelamento", referiu.
Já João Ferreira,
do PCP, acusou a tutela de utilizar "argumentos mentirosos para consumar
um crime contra o país".
Lusa, em jornal i
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