terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Aguiar-Branco justificou subconcessão dos Estaleiros de Viana com base em mentiras

 


As afirmações do presidente da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), António Costa, foram proferidas em Bruxelas, onde está a convite do PCP e do BE para uma reunião com a Comissão Europeia
 
A comissão de trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo acusou hoje o ministro da Defesa de justificar a subconcessão da empresa pública com base em mentiras e garantiu ir "até às ultimas instâncias" para reverter o processo.
 
As afirmações do presidente da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), António Costa, foram proferidas em Bruxelas, onde está a convite do PCP e do BE para uma reunião com a Comissão Europeia.
 
Antes do encontro com responsáveis do executivo comunitário, António Costa acusou o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, de várias contradições no processo de reprivatização, entretanto cancelado, e de subconcessão, à Martifer, já concluído, dos ENVC.
 
"O senhor ministro disse que a única solução seria ter de devolver 181 milhões de euros ao Estado ou que então encerraria as portas [dos Estaleiros], quando no dia 10 ouvimos o senhor ministro dizer que era uma opção ideológica [a subconcessão] não compreendemos como é que um jurista credenciado como o senhor ministro consegue andar a mentir a toda a gente este tempo todo, dando a sensação de que realmente não existe nenhuma solução para os Estaleiros quando isso é mentira", afirmou o responsável.
 
António Costa sublinhou que não "há nenhuma decisão da Comissão Europeia que obrigue o Governo de Portugal a encerrar ou a subconcessionar os Estaleiros" e considerou que a escolha do executivo PSD/CDS é "opaca".
 
"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e iremos lutar até às últimas instâncias para provar que o senhor ministro tem andado a mentir aos portugueses e aos seus colegas de Governo com o objetivo de acabar com a construção naval em Viana do Castelo. Não conseguimos perceber qual é a ideologia do senhor ministro, que nunca se dignou a visitar uma empresa da qual ele é o responsável máximo, e abre mão de uma grande empresa, que sempre foi estratégica, foi estratégica para o doutor Paulo Portas e para o doutor Durão Barroso", disse.
 
No mesmo sentido, a eurodeputada do BE Marisa Matias notou que "o ministro invocou o facto da Comissão Europeia ter exigido a devolução dos 180 milhões de euros" quando "o comissário respondeu que não".
 
"É uma história muito mal contada e uma informação que não era verdade apenas para justificar o desmantelamento", referiu.
 
Já João Ferreira, do PCP, acusou a tutela de utilizar "argumentos mentirosos para consumar um crime contra o país".
 
Lusa, em jornal i
 

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