Papéis revelados
nesta terça pela Arquidiocese de Chicago, a terceira maior do país, envolvem
pelo menos 30 sacerdotes
Opera Mundi* - em Pátria
Latina
Após um acordo
judicial, a Arquidiocese de Chicago divulgou nesta terça-feira (21/01) mais de
seis mil páginas de documentos sobre abusos sexuais cometidos por religiosos
contra menores de idade e a omissão da Igreja nos casos. Ela é a terceira maior
dos Estados Unidos e os papeis se referem a pelo menos 30 sacerdotes.
Segundo um advogado
da Arquidiocese, 95% dos casos de pedofilia detalhados ocorreram antes de 1998,
mas, nenhum, depois de 1996. Dos sacerdotes envolvidos, 14 já morreram, outros
14 já não são sacerdotes e os dois restantes não cumprem tarefas religiosas. A
maioria deles não chegou a ser processada.
A Arquidiocese de
Chicago pagou já mais de US$ 100 milhões às vítimas de abusos sexuais nos
últimos 25 anos, e cobriu essa despesa com a venda de propriedades e uma recente
emissão de bônus.
Os documentos dão
detalhes da forma como a arquidiocese transferiu de uma paróquia a outra aos
sacerdotes acusados de abusos, e não notificou à polícia sobre as denúncias.
Um estudo realizado
pela Conferência de Bispos Católicos dos EUA ao Colégio John Jay de Justiça
Criminal indicou que foram feitas 11 mil acusações contra 4.393 sacerdotes nos
Estados Unidos, aproximadamente 4% dos clérigos em serviço no período coberto
pela análise, de 1950 a 2002. As denúncias se multiplicaram na década de 1990,
afetando dioceses grandes e pequenas, de Boston a Chicago, Honolulu, Los
Angeles, Orange County, Palm Beach, Filadélfia e Portland.
Na semana passada,
a ONU cobrou ações mais firmes do Vaticano sobre os casos de abusos sexuais
contra crianças e adolescentes por parte do clero. "A Santa Sé não
estabeleceu nenhum mecanismo para investigar os acusados de realizar abusos
sexuais, nem tampouco para processá-los", afirmou Sara Oviedo, membro do
Comitê dos Direitos da Criança do órgão. "O exemplo que a Santa Sé precisa
dar deve assentar um precedente. Tem de marcar um novo enfoque", disse, de
acordo com a AFP.
Segundo o porta-voz
da Santa Sé, Federico Lombardi, o Vaticano expulsou em dois anos 400 religiosos
acusados de abusos sexuais durante o pontificado de Bento XVI. "Em 2012,
foram por volta de 100, enquanto em 2011 foram cerca de 300. Alguns sofreram
procedimentos disciplinares, outros fizeram um pedido", afirmou.
(*) Com Efe
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