O presidente
Nicolás Maduro, condenou hoje os recentes acontecimentos violentos dentro da
Universidade Central da Venezuela, em que vários estudantes foram atacados,
espancados, roubados e despidos, e advertiu que não permitirá que existam
grupos de pessoas armadas no país.
"Eu não vou
aceitar grupos armados aqui, de nenhum tipo, quero que fique claro. O nosso
povo está em paz, construindo a pátria", disse durante um ato
governamental, transmitido pelo canal estatal Venezuelana de Televisão.
"Ninguém tem
que ter uma pistola. Ninguém tem justificação para ter uma pistola. As armas da
República devem ter única e exclusivamente as Forças Armadas Nacionais",
disse.
Quinta-feira um
grupo de pessoas armadas e encapuzadas atacou, espancou, roubou e despiu,
vários jovens opositores no interior da Universidade Central da Venezuela,
quando agentes policiais impediam centenas de estudantes de marchar até à
empresa petrolífera estatal (sede da vice-presidência para a Aérea Económica),
em protesto contra a escassez de produtos.
Os atacantes, entre
eles pessoas "com roupas do Partido Socialista Unido da Venezuela",
também roubaram quatro fotógrafos de vários jornais venezuelanos, ameaçaram uma
equipa do canal privado Televen e uma jornalista de uma estação mexicana.
Nesse mesmo dia, um
grupo de opositores, resgatou e introduziu numa ambulância, um estudante de
Direito afeto à revolução bolivariana, William Muñoz, que estudantes oposicionistas
espancaram, borrifaram com gasolina e pretendiam queimar.
Hoje, o presidente
Nicolás Maduro vincou que, "um a um ,irão presos" os jovens que
"deram a sova fascista" e "porque têm que pagar pela sova que
lhe deram e que quase custou a vida a este jovem estudante", disse.
"Quero deixar
claro que ninguém virá chantagear-me, eu não me chamo MUD (coligação opositora
Mesa de Unidade Democrática), eu chamo-me Maduro, com 'M', mas não sou da MUD
nem sou covarde como a MUD, eu sim condeno atos de violência e ameaças
(inclusive) se vierem de alguém que possa estar vinculado a algum grupo do
chavismo", disse.
Há quase dois meses
que se registam diariamente protestos em várias regiões da Venezuela que
resultaram, de acordo com dados oficiais, em 39 mortos, 608 feridos, 81
denúncias de alegadas violações de Direitos Humanos e avultados danos
materiais.
O Governo
venezuelano insiste que está em curso um "golpe de Estado continuado"
contra o Presidente legitimamente eleito Nicolás Maduro.
O Governo culpa a
oposição pela violência e a oposição diz que a responsabilidade é do executivo.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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