domingo, 6 de abril de 2014

Portugal: Freitas do Amaral defende «voto obrigatório» para evitar abstenção




O fundador do CDS Freitas do Amaral defendeu hoje a aplicação do «voto obrigatório» como forma de eliminar a abstenção e até de motivar os jovens a participar na vida cívica e política portuguesa.

«Se a abstenção cresce não seria de estabelecer o voto obrigatório, pelo menos nas legislativas? Posso ter mais dúvidas nos restantes atos eleitorais, mas considero que todos os portugueses com direito ao voto deveriam ter de exercê-lo pelo menos nas legislativas», disse o também ex-candidato presidencial e ministro dos Negócios Estrangeiros num Governo do PS.

Freitas do Amaral falava, na Covilhã, à margem de uma conferência que proferiu sobre as "Funções Visíveis e Invisíveis da ONU", uma iniciativa organizada pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior.

Em resposta à questão de como seria possível voltar a motivar os jovens para a vida social e política, o cofundador do CDS apontou o voto obrigatório como uma solução, e sublinhou que não a considera antidemocrática.

«Não tem nada de antidemocrático. Se a vacinação e o seguro automóvel são obrigatórios em Portugal por que é que o voto, que define o que vai ser o nosso país, não pode ser obrigatório?», questionou.

Por acreditar que os cadernos eleitorais estão desatualizados, o ex-ministro também ressalvou que não acredita que os níveis de abstenção sejam tão elevados como os que são revelados oficialmente, mas assumiu que acha que o voto obrigatório poderia contribuir para inverter «o crescente desinteresse que os cidadãos demonstram relativamente às decisões que definem o futuro do país».

«Permitiria eliminar a abstenção e fazer com que todos os cidadãos se sentissem igualmente conscientes de que o seu voto é decisivo para a orientação política do país. Por outro lado, contribuiria para aumentar a participação daqueles que se vão afastando, permitiria ainda reduzir a taxa de abstenção com que Portugal surge nas estatísticas internacionais relativas ao interesse dos cidadãos pela política», disse.

Entre as vantagens que enumerou, Freitas do Amaral referiu a da possibilidade de renovação do sistema político português.

«Tendo em conta que a abstenção é, à partida, dos que estão descontentes, então fazê-los votar podia contribuir para que todos se responsabilizassem e, eventualmente, para que surgissem novos partidos, novas sugestões, novas alianças e portanto renovar o nosso sistema político», fundamentou.

TSF – em 04 abril 2014

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