Díli, 06 abr (Lusa)
- A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente reuniu-se durante o fim
de semana para explicar aos militantes a nova postura política do partido, que
passou pela criação de um pacto de regime com o Governo de Xanana Gusmão.
"Desde o ano
passado que a Fretilin tem adotado uma nova postura política de fazer oposição
por um lado, mas intervir no processo de governação, para começar a mudar uma
série de coisas e os resultados são evidentes: baixámos a inflação e o
crescimento económico para ser mais sustentável", afirmou hoje à agência
Lusa Mari Alkatiri, secretário-geral do partido.
Segundo Mari
Alkatiri, que falava no final da primeira Conferência Nacional da Fretilin, nas
bases do partido "havia muitas dúvidas sobre a nova postura", não só
porque as "pessoas não entendiam", mas também devido à
"propaganda que dizia que já não existia oposição".
"Tivemos que explicar
a nova postura, quais são as razões desta nova postura e quais são os
propósitos, o que se pretende atingir", explicou Mari Alkatiri.
A Fretilin foi o
segundo partido mais votado nas legislativas de 2012 e é a única força
partidária com assento parlamentar que não faz parte da coligação no Governo,
liderada por Xanana Gusmão, presidente do Conselho Nacional da Reconstrução de
Timor-Leste, que venceu as eleições.
Tanto em 2013, como
este anos, o partido votou a favor no parlamento dos orçamentos de Estados, fazendo
com que tenham sido aprovados por unanimidade.
Questionado pela
Lusa sobre qual é nova postura política da Fretilin, Mari Alkatiri disse que
foi encontrado um "pacto de regime, no qual as medidas estruturantes do
Estado devem encontrar consenso".
"É isso que
estamos a fazer, não é matar a democracia. É acima de tudo querer reforçar o
Estado, tornar o Estado sustentável como instituição e com um Estado forte e
sustentável poder criar a Nação", salientou o antigo primeiro-ministro
timorense.
"Estar à
espera de um regime autocrático para fazer isso em democracia é pouco possível,
estar à espera, outra vez, do regime monárquico para substituir o republicano é
impossível, um regime de ditadura ninguém quer, portanto há que se encontrar um
pacto de regime, no qual as medidas estruturantes do Estado devem encontrar
consenso", disse.
Antes do
encerramento da conferência, os militantes da Fretilin tiveram também
oportunidade de ouvir algumas palavras proferidas pelo primeiro-ministro
timorense, Xanana Gusmão, através de um telefonema.
"Telefonou-me,
falou em direto por telefone ao microfone e fez declarações inesperadas quando
disse que em Timor-Leste o sucesso da Fretilin é o sucesso de todos, incluindo
os outros partidos. Ficamos contentes que haja este reconhecimento por quem já
foi também líder da Fretilin", disse Mari Alkatiri.
MSE // MSF - Lusa
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