domingo, 6 de abril de 2014

Timor-Leste: Fretilin explica a militantes "pacto de regime" com Governo de Xanana Gusmão




Díli, 06 abr (Lusa) - A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente reuniu-se durante o fim de semana para explicar aos militantes a nova postura política do partido, que passou pela criação de um pacto de regime com o Governo de Xanana Gusmão.

"Desde o ano passado que a Fretilin tem adotado uma nova postura política de fazer oposição por um lado, mas intervir no processo de governação, para começar a mudar uma série de coisas e os resultados são evidentes: baixámos a inflação e o crescimento económico para ser mais sustentável", afirmou hoje à agência Lusa Mari Alkatiri, secretário-geral do partido.

Segundo Mari Alkatiri, que falava no final da primeira Conferência Nacional da Fretilin, nas bases do partido "havia muitas dúvidas sobre a nova postura", não só porque as "pessoas não entendiam", mas também devido à "propaganda que dizia que já não existia oposição".

"Tivemos que explicar a nova postura, quais são as razões desta nova postura e quais são os propósitos, o que se pretende atingir", explicou Mari Alkatiri.

A Fretilin foi o segundo partido mais votado nas legislativas de 2012 e é a única força partidária com assento parlamentar que não faz parte da coligação no Governo, liderada por Xanana Gusmão, presidente do Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, que venceu as eleições.

Tanto em 2013, como este anos, o partido votou a favor no parlamento dos orçamentos de Estados, fazendo com que tenham sido aprovados por unanimidade.

Questionado pela Lusa sobre qual é nova postura política da Fretilin, Mari Alkatiri disse que foi encontrado um "pacto de regime, no qual as medidas estruturantes do Estado devem encontrar consenso".

"É isso que estamos a fazer, não é matar a democracia. É acima de tudo querer reforçar o Estado, tornar o Estado sustentável como instituição e com um Estado forte e sustentável poder criar a Nação", salientou o antigo primeiro-ministro timorense.

"Estar à espera de um regime autocrático para fazer isso em democracia é pouco possível, estar à espera, outra vez, do regime monárquico para substituir o republicano é impossível, um regime de ditadura ninguém quer, portanto há que se encontrar um pacto de regime, no qual as medidas estruturantes do Estado devem encontrar consenso", disse.

Antes do encerramento da conferência, os militantes da Fretilin tiveram também oportunidade de ouvir algumas palavras proferidas pelo primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, através de um telefonema.

"Telefonou-me, falou em direto por telefone ao microfone e fez declarações inesperadas quando disse que em Timor-Leste o sucesso da Fretilin é o sucesso de todos, incluindo os outros partidos. Ficamos contentes que haja este reconhecimento por quem já foi também líder da Fretilin", disse Mari Alkatiri.

MSE // MSF - Lusa

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