Um
projeto financiado pelo Governo japonês com mais de meio milhão de euros
permitiu desminar 160 mil metros quadrados num município da província angolana
do Moxico, com a retirada de 2.235 artefactos explosivos.
Segundo
informação da embaixada do Japão em Luanda, o projeto de desminagem no
município do Luchazes, a concluir hoje, foi implementado pela empresa
especializada Mine Advisory Group (MAG) e visava "criar uma vida mais
segura face ao perigo das minas para os cerca de 6.500 habitantes residentes na
área".
Implementado
com o apoio da Comissão Nacional Intersetorial de Desminagem e Assistência
Humanitária (CNIDAH), o projeto iniciou-se em março de 2014 e durante a sua
execução a população obteve ainda "conhecimento sobre os perigos
representados pelas minas", tendo sido atualizada a base de dados das
áreas suspeitas e minadas.
"O
que contribuirá na operação das atividades de desminagem a longo prazo",
afirma a embaixada japonesa em Luanda, recordando tratar-se de um projeto que
financiou com 597 mil dólares (537 mil euros).
O
Governo do Japão apoiou com 10 milhões de dólares (8,9 milhões de euros), a
fundo perdido, vários projetos de desminagem no país, desde 1999.
O
processo de desminagem em Angola, após quase três décadas de conflito armado,
já permitiu retirar do solo mais de cinco milhões de engenhos explosivos, numa
operação levada a cabo por pelo menos quatro mil homens.
Contudo,
Angola possui ainda pelo menos 75 campos minados, detetados nos últimos cinco
anos nas províncias do Bié, Moxico, Cuando Cubango e Huambo, as mais afetadas
do país, reconheceu recentemente o CNIDAH.
O
país é signatário da Convenção de Otava ratificada em 2002, tendo o Governo
angolano solicitado em dezembro de 2012 uma moratória de cinco anos para a
continuação das suas operações de desminagem e segurança das zonas minadas.
O
pedido de prorrogação foi aceite, devendo Angola identificar áreas suspeitas de
conter minas e proceder à sua destruição até janeiro de 2018.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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