segunda-feira, 8 de junho de 2015

Ministro de Angola diz que reunião da OPEP teve resultado satisfatório




O ministro do Petróleo de Angola considera que a reunião de OPEP, sexta-feira em Viena, teve um resultado satisfatório, apesar de dever ter como efeito a manutenção dos preços abaixo dos desejados por Angola.

"Angola está satisfeita com a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)", que na sexta-feira decidiu manter o nível de produção do grupo em 30 milhões de barris por dia, prolongando, na prática, o período de preços 40% abaixo dos registados no verão do ano passado, e mantendo os produtores mais dependentes do petróleo em dificuldades financeiras.

"A decisão foi amigável, a única proposta na reunião da OPEP foi a de manter o teto atual", disse o ministro, citado pela agência financeira Bloomberg, que dá conta também de que José Maria Botelho de Vasconcelos considerou que ainda existe excesso de oferta no mercado de crude.

As declarações do titular da pasta do Petróleo, que na semana passada afirmou que Angola pode chegar aos 2 milhões de barris já no próximo ano, seguem-se à argumentação de que é "extremamente importante para Angola" que o preço do petróleo suba para mais de 80 dólares por barril, cerca do dobro do previsto no Orçamento retificativo do país, aprovado no princípio deste ano.

A intenção do ministro pode, no entanto, esbarrar naquilo que os analistas internacionais estão a chamar de guerra económica entre a Arábia Saudita, o maior produtor do Médio Oriente, e o Irão, pelo controlo político da região.

"Confrontado com a determinação teimosa da Arábia Saudita em manter a produção da OPEP, o ministro do Petróleo do Irão, Bijan Zanganeh, subiu a parada neste jogo de 'duplo bluff' entre as duas forças políticas dominantes no Médio Oriente", escreveu o jornal londrino The Telegraph.

As declarações das autoridades iranianas de que poderão aumentar a produção em um milhão de barris pouco tempo depois do fim das sanções económicas relacionadas com o programa nuclear "são, na prática, um tiro de partida para uma corrida entre os mais poderosos produtores da OPEP, como o Irão, a Arábia Saudita e o Iraque para ganharem uma quota de mercado maior no mercado, e é uma corrida que vai mesmo acontecer, independentemente do caos que vai causar dentro dos produtores menores do grupo, que enfrentam o descalabro económico", acrescenta o jornal britânico.

Angola é o quinto produtor mais pequeno deste grupo de doze países que no primeiro trimestre deste ano produziu cerca de 30,3 milhões de barris por dia.

O segundo maior produtor da África subsariana bombou 1,7 milhões de barris por dia, mais do que a Argélia, Equador, Líbia e Qatar, mas muito menos que os 9,7 milhões da Arábia Saudita, o líder do grupo que é seguido de longe pelo Iraque (3,5 milhões de barris por dia), e Emiratos Árabes Unidos e Irão, com cerca de 2,8 milhões.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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