Redação PG, com Angola Press
Na verdade não se
entende que um país com um governo que procede a sistemáticos assaltos aos
bolsos dos portugueses – incluindo os mais carenciados - se dê à indiferença e
ao luxo de andar a esbanjar milhares ou milhões de euros dos contribuintes portugueses
em doações a países em que as elites se fartam de roubar aos seus povos que
sobrevivem mal e porcamente na miséria, enquanto essas mesmas elites vivem
abastadamente, exibindo riquezas que honestamente nunca as conseguiriam.
A exigência de
Portugal e de muitos dos países doadores devia direcionar-se no sentido de serem
claros e inflexiveis quanto à corrupção existente nesses países e no seu
imediato final. Em vez disso vemos o completo alheamento ou cumplicidade e o
pavoneio em cerimónias hipocritas de assinaturas de acordos quando todos sabem muito bem
que esses povos, desses países, são sistemáticamente espoliados daquilo que
lhes pertence por elites de politicos em conluio com aqueles que são de sua
confiança, seus familiares e amigos, que de todas essas operações saem magestosamente
beneficiados por via da corrupção, do conluio e do nepotismo, gerando riqueza
para eles e a miséria dos povos. Nisso, indubitavelmente, também a ONU tem a
sua quota-parte de responsabilidades.
É evidente que no
caso de Portugal, considerando a miséria que vai no país, as doações deviam ser
suspensas, quer para Timor-Leste quer para os outros países, assim como
despesas militares no Afeganistão e em outros teatros de guerra-paz em que o país
está envolvido.
A
irresponsabilidade indecorosa dos governos que fazendo doações se mantêm
indiferentes às carências e à fome que grassa nos seus países só é comparável
ao roubo que as elites dos países que recebem as doações cometem. Entre uns e
outros venha o diabo e escolha. No caso de Timor-Leste, sabemos, é um país rico
que só ainda não melhorou devidamente as suas estruturas e as condições de vida
do seu povo porque está entregue à vilania da corrupção, conluio e nepotismo de
súcias de políticos e alguns empresários com o beneplácito e a impunidade comum
aos cenários mafiosos, como, aliás, é perceptivel por variadas notícias que de
vez em quando fazem manchete na comunicação social timorense. Contudo pervalece
a impunidade.
Os portugueses
sobrevivem indecorosamente na miséria em vasta escala. Doações e políticos
honestos são aquilo que também eles precisam, como em Timor-Leste. Doar
para a justiça? Que justiça?
Timor-Leste: Portugal
apoia com 900 mil euros programa do PNUD para justiça no país
Díli - O embaixador
de Portugal em Díli, Luís Barreira de Sousa, anunciou hoje um apoio de 900 mil
euros do Governo português ao Programa do Sistema de Justiça de Timor-Leste,
gerido pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD).
O acordo, que foi hoje assinado entre o embaixador português e o representante do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, vai abranger o período entre 2013 e 2014.
Segundo o embaixador português, para Portugal o setor da justiça é um dos "sectores capitais da construção do Estado de Direito de democrático".
"Nós, como é óbvio, limitamo-nos a responder a uma solicitação do governo de Timor-Leste e, por conseguinte, temos o maior prazer em dar uma contribuição para essa construção do Estado de Direito democrático", salientou.
Ao abrigo do Programa do Sistema de Justiça do PNUD estão destacados em Timor-Leste uma procuradora e vários oficiais de justiça portugueses, bem como todos os formadores do Centro de Formação Jurídica timorense.
"A rapidez e a eficácia dos tribunais são indispensáveis ao desenvolvimento do país e, portanto, temos o maior prazer em contribuir para o aumento da competência e da independência de um órgão de soberania que são os tribunais de Timor e é isso que temos procurado fazer, de acordo com as solicitações que nos são dirigidas", acrescentou Luís Barreira de Sousa.
O representante do secretário-geral da ONU salientou que Portugal é um parceiro de longa data do PNUD e que a contribuição hoje anunciada vai permitir um "apoio crucial e sustentado da ONU ao setor da justiça".
"Esta contribuição permitirá um apoio crucial e sustentado da ONU ao setor da justiça num período em que a UNMIT (Missão Integrada da ONU em Timor-Leste) se retira, permitindo a promoção do Estado de Direito e acesso em justiça em Timor-Leste", disse Finn Reske-Nielsen.
A UNMIT, missão de manutenção de paz da ONU destacada para o país na sequência da crise política e militar de 2006, termina o seu mandato a 31 de Dezembro.
Além de Portugal, apoiam o Programa do Sistema de Justiça o Brasil, Noruega e Suécia.
1 comentário:
Pois é,
As Cooperações tiram aos pobres dos países ricos, para dar aos ricos dos países pobres.
Beijinhos da Querida Lucrécia
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