domingo, 23 de novembro de 2014

São Tomé e Príncipe: A incompatibilidade venceu na tomada de posse dos novos deputados




Sem qualquer MUDANÇA. Tudo igual. O comportamento desviante as leis que regem o Estado de Direito Democrático, voltou a ganhar. Mais uma vez, na casa que cria as próprias leis que regem o Estado, a Assembleia Nacional.

O Estatuto dos Deputados, foi ignorado sobretudo o seu capítulo que define as incompatibilidades. Dezenas de pessoas investidas este sábado nas funções de deputados, exercem simultaneamente outras funções na administração pública e não só, que o Estatuto criado pela própria Assembleia Nacional, diz claramente que não podem ser investidos como deputados. Mas foram investidos e juraram desta forma : “Juro por minha honra cumprir e fazer cumprir a constituição e as leis”.

Um juramento falso, porque ao tomarem posse como deputados e exercendo varias outras funções remuneradas na administração pública, violam uma das principais leis da casa parlamentar que juram cumprir, o Estatuto dos Deputados.

A lei violada no último sábado por grande número de novos deputados, para além de evitar que os representantes do povo no parlamento, “comam várias bocas”, ou seja, aufiram múltiplos salários na administração pública, visa também dar autonomia ao deputado no exercício da sua função.

Fiscalizador das acções do Governo, o deputado que ao mesmo tempo aufere bom salário enquanto director, ou chefe de departamento, por exemplo do Ministério das Obras Públicas, estará condicionado no exercício da sua função para denunciar ou questionar o Ministro de tutela, face a uma eventual anomalia no ministério. Poderia perder o seu “pão” suplementar como aliás já aconteceu no passado com antigos deputados que ousaram pedir explicações ao Governo sobre alegadas irregularidades.

O Estatuto que pretendia impor “MUDANÇA”, perdeu no jogo desviante tralado pela mentalidade política nacional. «Pudemos dar conta hoje neste processo de empossamento de deputados, que começamos a violar a lei. De acordo com a lei os deputados feridos de incompatibilidade não devem tomar posse, mas houve deputados com situação de incompatibilidade que tomaram posse», denunciou Jorge Amado, deputado da bancada do MLSTP.

O maior partido da oposição, diz que vai continuar a pressionar no sentido da lei ser respeitada. «Com relação a esta questão vamos continuar a debater e esperamos que o bom senso faça reinar e que não é pelo facto de existir um partido com maioria absoluta é que se vai violar a lei, que os próprios deputados aprovaram», acrescentou Jorge Amado.

O PCD também na oposição, considera que a décima legislatura nasceu a atropelar as leis. «Começou-se mal, muito mal. São Tomé e Príncipe é um Estado de Direito democrático, onde há primazia da lei, e quer dizer que se deve respeitar as leis. A casa parlamentar que e fazedora das leis deve ser a primeira a dar o exemplo. A lei é clara relativamente a incompatibilidade de funções», denunciou Sebastião Santos, da bancada do PCD.

Pelo que o Téla Nón verificou na Assembleia Nacional no último sábado, a incompatibilidade descrita no Estatuto dos Deputados, ganhou tanto na bancada maioritária como na bancada da oposição.

Abel veiga – Téla Nón (st)

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