MB – RJP - Lusa
Bissau, 13 out
(Lusa) - As autoridades civis de transição na Guiné-Bissau reuniram-se hoje com
as chefias militares para analisar a situação do ex-chefe do Estado-Maior da
Armada, Bubo Na Tchut, exonerado do posto em dezembro passado por tentativa de
golpe de Estado.
À saída do encontro
que durou cerca de seis horas, o ministro da Defesa, Celestino de Carvalho,
disse que os "antigos camaradas de armas" sentaram-se à mesma mesa
para analisar os incidentes ocorridos no dia 26 de dezembro que resultaram na
detenção de Bubo Na Tchut acusado de tentar derrubar o então primeiro-ministro,
Carlos Gomes Júnior.
Por ordens do chefe
do Estado-Maior General das Forças Armadas guineneses, António Indjai, Bubo Na
Tchut esteve detido durante seis meses, dois meses depois do golpe de Estado,
desta feita protagonizado por António Indjai, contra Carlos Gomes Júnior.
Não foi levantado
nenhum processo contra Bubo Na Tchut e hoje este oficial, entretanto, exonerado
de cargo, presenciou a reunião na presidência da Republica na qual estiveram as
chefias militares, o Presidente e o primeiro-ministro de transição, Serifo
Nhamadjo e Rui de Barros, respetivamente.
"Isto tem sido
a carateristica da Guiné-Bissau. Costumamos dizer que o problema não é evitar a
queda, mas depois de cada queda ter forças suficientes para podermos marchar e
continuarmos a caminhada", observou Celestino de Carvalho, em declarações
aos jornalistas no final da reunião.
"É um
reencontro entre as atuais chefias militares e os elementos supostamente
envolvidos no caso 26 de dezembro de 2011", explicou o ministro da Defesa,
esclarecendo ainda que "fazia todo sentido" que Bubo Na Tchut
estivesse presente no encontro.
Sobre os resultados
práticos da reunião, Celestino de Carvalho disse que nos próximos tempos serão
conhecidos.
"Brevemente
vão poder confirmar na prática que esta foi uma reunião positiva", afirmou
o ministro da Defesa guineense. Celestino de Carvalho precisou que "todos
tiveram que usar da palavra" por isso a reunião durou seis horas.
Confrontado com as
declarações do chefe das Forças Armadas que disse não garantir segurança ao
primeiro-ministro deposto caso este decidisse regressar ao país, o ministro da
Defesa disse que compete à Carlos Gomes Júnior avaliar se quer ou não
regressar.
"Ele é cidadão
nacional, não precisa de visto para voltar para a Guiné-Bissau. Se é apropriado
ou não a vinda dele, ele é que tem que avaliar isso, ver a questão da sua
segurança, neste caso", sublinhou Celestino de Carvalho.
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