domingo, 14 de outubro de 2012

Bissau: Chefias militares reúnem-se com autoridades para analisar situação do ex-CEMA

 

MB – RJP - Lusa
 
Bissau, 13 out (Lusa) - As autoridades civis de transição na Guiné-Bissau reuniram-se hoje com as chefias militares para analisar a situação do ex-chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchut, exonerado do posto em dezembro passado por tentativa de golpe de Estado.
 
À saída do encontro que durou cerca de seis horas, o ministro da Defesa, Celestino de Carvalho, disse que os "antigos camaradas de armas" sentaram-se à mesma mesa para analisar os incidentes ocorridos no dia 26 de dezembro que resultaram na detenção de Bubo Na Tchut acusado de tentar derrubar o então primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
 
Por ordens do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineneses, António Indjai, Bubo Na Tchut esteve detido durante seis meses, dois meses depois do golpe de Estado, desta feita protagonizado por António Indjai, contra Carlos Gomes Júnior.
 
Não foi levantado nenhum processo contra Bubo Na Tchut e hoje este oficial, entretanto, exonerado de cargo, presenciou a reunião na presidência da Republica na qual estiveram as chefias militares, o Presidente e o primeiro-ministro de transição, Serifo Nhamadjo e Rui de Barros, respetivamente.
 
"Isto tem sido a carateristica da Guiné-Bissau. Costumamos dizer que o problema não é evitar a queda, mas depois de cada queda ter forças suficientes para podermos marchar e continuarmos a caminhada", observou Celestino de Carvalho, em declarações aos jornalistas no final da reunião.
 
"É um reencontro entre as atuais chefias militares e os elementos supostamente envolvidos no caso 26 de dezembro de 2011", explicou o ministro da Defesa, esclarecendo ainda que "fazia todo sentido" que Bubo Na Tchut estivesse presente no encontro.
 
Sobre os resultados práticos da reunião, Celestino de Carvalho disse que nos próximos tempos serão conhecidos.
 
"Brevemente vão poder confirmar na prática que esta foi uma reunião positiva", afirmou o ministro da Defesa guineense. Celestino de Carvalho precisou que "todos tiveram que usar da palavra" por isso a reunião durou seis horas.
 
Confrontado com as declarações do chefe das Forças Armadas que disse não garantir segurança ao primeiro-ministro deposto caso este decidisse regressar ao país, o ministro da Defesa disse que compete à Carlos Gomes Júnior avaliar se quer ou não regressar.
 
"Ele é cidadão nacional, não precisa de visto para voltar para a Guiné-Bissau. Se é apropriado ou não a vinda dele, ele é que tem que avaliar isso, ver a questão da sua segurança, neste caso", sublinhou Celestino de Carvalho.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana