Lusa, publicado por
Ana Meireles – Diário de Notícias - Fotografia © Álvaro
Isidoro/Global Imagens
Manifestantes que
permaneceram até ao final do protesto convocado para sábado para a Praça de
Espanha, em Lisboa, asseguram que, embora nunca tenham estado "a
dormir", "acordaram" para "dizer não à 'troika'".
A manifestação
cultural "Cultura é Resistência", associada ao apelo "Que se
lixe a troika! Queremos as nossas vidas!", que ao final da noite ainda
reunia largos milhares na Praça de Espanha, terminou perto das 01:00 de hoje
com o canção-poema "Acordai", de Fernando Lopes Graça, interpretada
por um coro em seis línguas.
A canção foi
entoada em grego (enquanto uma bandeira da Grécia esvoaçava entre a
assistência), espanhol, italiano, alemão, inglês e francês, e posteriormente
cantada em português.
Antes, os Deolinda
apelaram às pessoas para estarem "presentes, ativos e vigilantes" e
"deixarem de inventar desculpas".
O público
acompanhou a banda nas três músicas que tocou e aplaudiu quando a vocalista Ana
bacalhau mudou o tema "Amanhã não vou trabalhar" para "Amanhã
não vou 'troikar'".
Uma manifestante
que não se quis identificar disse à Lusa que depois de ter estado presente na
manifestação convocada pela central sindical CGTP em frente à Assembleia da
República, também para esta tarde, decidiu ir até à Praça de Espanha porque
"é tempo de as pessoas se manifestarem de forma visível".
"Felizmente
com emprego", a manifestante realçou que "esta crise é
complicada" para "a geração mais velha e também para a geração mais
nova".
Os músicos que
participaram ao longo do dia nos vários concertos juntaram-se em palco, no
final, ao som de "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", de José
Mário Branco, e de "Grândola, Vila Morena", de zeca Afonso.
"Os artistas
estão ao lado do povo", asseguraram.
Em declarações à
lusa, o músico Carlos Mendes, um dos promotores desta iniciativa cultural e
política, disse estar "profundamente emocionado e motivado par fazer mais
coisas".
O músico reconheceu
que a adesão ao protesto "ultrapassou a expectativa" e afirmou que
não há divergência entre "a velha guarda e a nova guarda", pois ambas
têm "uma luta única: 'troika' para a rua e Orçamento do Estado
chumbado".
Os manifestantes
começaram pelas 01:00 de hoje a desmobilizar pacificamente.
Fonte do Comando
Metropolitano de Lisboa da PSP informou, cerca das 01:30, não haver registo de
incidentes nas manifestações convocadas para sábado em protesto contra as
medidas de austeridade.
Noutras cidades do
país, como Viseu, Faro, Coimbra, Porto ou Viana do Castelo, realizaram-se
outras manifestações de protesto, divulgadas nas redes sociais e, em alguns
casos, com atuações de artistas incluídas na programação.
Relacionado em
Diário de Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário