Henrique Monteiro –
Expresso, opinião, em Blogues
Estou convicto de
que Cavaco Silva, antes de escrever no Facebook que o défice não pode ser
inflexível num país em ajustamento, defendeu esta posição junto do Governo,
junto do FMI, junto da UE e em intervenções e discursos que fez aos
portugueses.
Porém, uma vez que
não me lembro de ele o ter dito no último discurso que fez, há pouco mais de
oito dias, interrogo-me: tê-lo-á dito ao Governo? Ao FMI? À UE? Se o disse,
para quê colocá-lo no FB nas vésperas da aprovação do OE pelo Governo? Se o não
disse, para quê fazê-lo? Não vê que, assim, a sua atitude se confunde com uma
traiçãozinha ao Executivo? Com uma pressão mesquinha?
Por que razão
Cavaco, que tem uma popularidade desgraçada, prefere comunicar com os 150 mil
seguidores no FB do que os oito milhões de portugueses que constituem o
universo eleitoral? Bem sei que aquilo que escreve no FB (e que, neste caso, me
parece carregado de bom senso e clareza) chega ao conhecimento de todos, mas
insisto na pergunta, porque há ali um simbolismo que me escapa...
O que leva Cavaco a
preferir ser presidente dos seus seguidores no Facebook a, como prometeu, Presidente
de todos os portugueses?
Relacionado em PG
Sem comentários:
Enviar um comentário