Luanda – Estão a
ser confirmadas as informações, inicialmente avançadas pelo Club-K, segundo as
quais a Presidência da República levaria a cabo a um processo de distribuição
de casas/apartamentos para um grupo de jornalistas angolanos que se aplicaram
na campanha eleitoral que resultou na vitória do MPLA.
O assunto está a
gerar críticas em Luanda
Este sábado (13), a
Delta Mobiliaria fez sair um anúncio no Jornal de Angola, contendo uma lista
com os nomes de profissionais da comunicação social que são convocados a se
dirigir aos seus escritórios na segunda-feira para entrega das chaves dos
imóveis.
Aldemiro Vaz da Conceição, a figura da Presidência da República (PR) que
acompanha o processo da distribuição dos imóveis está a ser criticado em meios
da comunicação social pelo descuido de incluir na lista divulgada pelo Jornal
de Angola nomes de sonantes de jornalistas da imprensa privada como
beneficiários dos apartamentos.
Até pouco tempo, a repartição dos imóveis da cidade do Kilamba estava a ser
inicialmente distribuída, num número limitado apenas para funcionários de
ministérios e suas respectivas estruturas estatais. O acesso para o sector
privado teria ficado para uma segunda fase.
A iniciativa de Aldemiro Vaz da Conceição em divulgar o nome dos jornalistas da
imprensa privada que irão receber apartamento, esta a ser vista como “tendenciosa”,
e destinada a expô-los como figuras que terão “também” ajudado a fazer campanha
para o partido no poder. Faz igualmente parte da lista, profissionais do Jornal
“O Pais” com destaque para o seu Director- Geral, Luis Fernandes.
Para além dos jornalistas, a lista divulgada pelo único diário angolano trás
igualmente nomes dos músicos/kuduristas que integraram a caravana que
acompanharam o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, durante os comícios
eleitorais no interior do país.
As casas deverão ser adquiridas por via do sistema de renda resolúvel para um
período de 30 anos. As modalidades T3A custarão 603, 29 USD/Mês com juros a 3%.
Reacções
Há reações, em
Luanda, segundo as quais alguns nomes de jornalistas da media privada terão
aparecido sem consentimento dos visados. Dão como exemplo, o nome do malogrado
Director do Jornal “AGORA”, Aguiar Santos. Há certeza de que o profissional não
participou na campanha eleitoral visto que andou hospitalizado após ter sofrido
amputação de uma das pernas.
Aguiar Santos é uma das raras figuras da imprensa Independente reconhecida pela
sua integridade moral. Na véspera das eleições de 2008, recusou usar para fins
pessoais, uma viatura de marca “terracan”, oferecida, as redações dos
semanários privados pelo Ministerio da Comunicação Social. Aguiar Santos
preferia andar a pé, do que usar tal viatura para não ser visto como “comprado”.
Sem comentários:
Enviar um comentário