domingo, 11 de novembro de 2012

Angola: INDEPENDÊNCIA OBRA DE TODOS

 
Momento marcante da História de Angola com o hastear da bandeira nacional a 11 de Novembro de 1975

Garrido Fragoso, Namibe – Jornal de Angola, com foto
 
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, preside hoje, na cidade do Namibe, ao acto político de massas alusivo ao 37º aniversário da Independência Nacional, no estádio de futebol Joaquim Morais, que este ano decorre sob o lema “Todos juntos, promovamos o bem-estar dos angolanos”.

Manuel Vicente, que desembarcou ontem de manhã no aeroporto Yuri Gagarine à frente de uma delegação constituída por vários membros do Executivo, visitou logo de seguida alguns empreendimentos sociais e económicos, com destaque para o Porto Mineraleiro, Salinas do Sol, obras do Hotel do Ministério da Hotelaria e Turismo e a Academia de Pescas.

O Vice-Presidente da República ouviu dos responsáveis ligados aos empreendimentos visitados, explicações detalhadas. Manuel Vicente soube, por exemplo, que a Academia de Pescas, localizada nos arredores da cidade, vai albergar a faculdade de Pesca, Processamento de Pescado e Exploração de Recursos Marinhos.

A instituição vai ainda ministrar, em diferentes blocos, cursos de gestão costeira, administração e gestão e engenharia em electro-automação marinha. As obras da primeira fase da Academia começaram em Junho de 2008, enquanto a segunda arranca em Janeiro de 2013. Ambas estão orçadas em sete mil milhões de kwanzas.

Manuel Vicente constatou que as obras do hotel do Ministério da Hotelaria e Turismo estão paralisadas desde 2010, por falta de dinheiro. Em pleno funcionamento, esta unidade hoteleira, com mais de 200 quartos, pode alojar delegações que vêm à cidade do Namibe participar no Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, no próximo ano.

O Vice-Presidente da República reuniu-se ainda ontem, à porta fechada, com os governadores das províncias do Kuando-Kubango, Cunene, Huíla e Namibe, no salão nobre da administração municipal.

O Vice-Presidente da República reinaugura hoje as instalações do Sporting Clube de Moçâmedes, antes de se deslocar ao estádio Joaquim Morais, onde deve discursar no acto central alusivo ao Dia da Independência.

Festa no Namibe

O director provincial da Educação do Namibe, Pacheco Francisco, apontou a construção de infra-estruturas escolares e a formação de docentes como os ganhos de maior destaque no sector da Educação ao longo dos 37 anos de Independência. O responsável lembrou que, depois da Independência, o sector da Educação na província funcionava com apenas 20 salas e um efectivo na ordem dos 500 professores. Passados 37 anos, o quadro alterou-se para mais de cem salas de aula e quatro mil docentes, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem e da reforma educativa vigente no país. Pacheco Francisco anunciou que, até ao final deste ano, o sector vai contar com 88 novos professores licenciados nas cadeiras de História, Matemática, Geografia, Psicologia, Filosofia e Língua Portuguesa, que vão ser distribuídos por várias instituições de ensino.
 
Os ganhos da Independência Nacional foram enaltecidos pela classe empresarial da cidade do Namibe. Para Manuel da Lua, a Independência do país permitiu alargar os seus negócios no sector da Hotelaria e Turismo, com a divulgação e oferta da gastronomia nacional a nível da província, aos turistas que têm visitado esta cidade.

Actualmente, segundo ele, há um clima saudável de troca de informação e de trabalho entre os operadores ligados aos vários ramos da Hotelaria e Turismo.

Também José Costa, ligado ao ramo de extracção e transformação do mármore branco, considera que a Independência trouxe ganhos ao sector, o que permitiu, até ao momento, o crescimento de algumas unidades fabris a nível do país.

Para este empresário, a recuperação e modernização do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes é um dos ganhos que o país, e em particular a província do Namibe, obteve, o que vai permitir que o mármore e outras mercadorias sejam comercializados ou transportados em condições mais seguras.

A extracção e transformação do mármore impulsionaram o sector das obras públicas, como a construção de hospitais, escolas e residências para quadros, realçou.

Maior divulgação

O ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria convidou na quinta-feira, em Luanda, todos os nacionalistas a divulgarem a História do país à juventude. Kundi Paihama, que dissertava numa palestra sobre o tema “Angola 37 anos de Independência”, dirigida a oficiais dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (FAA), salientou que os oficiais das FAA têm um grande papel a desempenhar na preservação e promoção do legado histórico da luta pela Independência Nacional e na educação patriótica da juventude.

No plano político-militar, apesar das ingerências e interesses estrangeiros que durante muito tempo influenciaram a política interna, foi possível aos angolanos chegarem à conclusão de que “o que nos une é mais importante e forte do que aquilo que nos separava”, sublinhou.

A palestra, que teve início com a deposição de uma coroa de flores no mar, a cerca de uma milha de distância da costa, pelo chefe do Estado-Maior General adjunto para a Área de Educação Patriótica, general Egídio de Sousa e Santos, contou com a presença dos comandantes da Marinha de Guerra de Angola, almirante Augusto da Silva da Cunha “Gugu”, e da Força Aérea Nacional, general Francisco Lopes Gonçalves Afonso “Hanga”, entre outras altas patentes.

O bispo da Diocese de Ondjiva, província do Cunene, Pio Hipunhati, considerou na quinta-feira, em Ondjiva, que a construção de mais infra-estruturas escolares, que estão a permitir o acesso de novos alunos ao sistema de ensino, é dos maiores benefícios da Independência Nacional.

Em declarações à Angop a propósito dos 37 anos de Independência do país, lembrou que no período colonial as escolas se contavam pelos dedos e os alunos, para estudarem até à 4ª classe, tinham de se deslocar até às missões cristãs nas zonas rurais.

“Nestes 37 anos, desde a proclamação da Independência e da conquista da paz em 2002, podemos verificar muitos benefícios na educação e saúde, com o aumento de mais salas de aula, construção de unidades sanitárias em todas localidades, além da reabilitação de estradas e pontes, entre outras infra-estruturas”, referiu o prelado.

O bispo da Diocese de Ondjiva frisou que os mesmos frutos são notórios na formação do homem.

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