MSE – EJ - Lusa
Díli, 11 nov (Lusa)
- Um dos organizadores do Lusitânia Expresso - Missão Paz em Timor, realizada
em março de 1992, Rui Marques recordou hoje à Lusa que há 20 anos ninguém
acreditava que a independência do país chegasse dez anos depois.
"Há 20 anos
este momento que hoje estamos a viver era inimaginável. Quando um grupo de
estudantes portugueses em torno da revista Fórum Estudante, e depois estudantes
de 23 países se organizaram com a Missão Paz em Timor para fazer falar de
Timor, eram poucos os que acreditavam que algum dia a independência chegasse e
muito menos que durasse só dez anos até esse momento", afirmou Rui
Marques.
O Lusitânia Expresso
- Missão de Paz a Timor, na sequência do massacre de Santa Cruz, ocorrido 12 de
novembro de 1991, teve como principal objetivo chamar a atenção da opinião
pública internacional para a causa timorense.
O número de mortos
do massacre nunca foi definido, mas o Comité 12 de Novembro fala em mais de 200
pessoas.
O Lusitânia
Expresso tinha como objetivo chegar a Timor-Leste para homenagear as vítimas do
massacre de 12 de novembro, com a deposição de uma coroa de flores no
cemitério, mas a 11 de março de 1992, a marinha indonésia impediu a aproximação
do "ferryboat".
"Foi um
momento muito intenso que marcou definitivamente as nossas vidas pessoais, mas
também creio que deu um pequeno contributo, uma gota de água no oceano, para a
libertação de Timor", disse.
Rui Marques
encontra-se em Díli para participar nas comemorações do 20.º aniversário do
Lusitânia Expresso, integradas no 21.º aniversário do massacre de Santa Cruz,
que incluem uma conferência, exposições e apresentação de uma série de
documentários.
"Vinte anos
depois é fantástico estar em
Timor. Um país já com dez anos de independência. O caminho
ainda tem muitas dificuldades pela frente, mas com aquilo que os timorenses
provaram no passado, não há nenhuma razão para que não sejam capazes no futuro,
de vencer obstáculos difíceis e conseguirem focar-se naquilo que é agora a
grande batalha, que é o desenvolvimento do país", acrescentou.
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