Catarina Martins:
demitir o Governo é "prioridade das prioridades"
i online - Lusa
A nova coordenadora
bloquista Catarina Martins apontou hoje como "prioridade das prioridades"
a demissão do Governo e apelou à mobilização dos cidadãos na defesa dos
serviços públicos para "reconfigurar o espaço político" e construir
"alternativa".
"Demitir o
Governo e abrir o caminho para um governo de esquerda contra a 'troika' é a voz
desta Convenção, é por ela que vamos dar tudo", afirmou a nova líder do BE
Catarina Martins quase no final da sua primeira intervenção à frente do cargo que
vai ocupar em conjunto com João Semedo.
No encerramento da
VIII Convenção do BE, ao longo de um discurso de cerca de trinta minutos, a
deputada bloquista referiu por quase dezena de vezes a necessidade de demitir o
executivo PSD/CDS-PP que "não cumpre compromissos em nome dos quais impõe
sacrifícios, falhou na dívida e no défice, não cumpre compromissos eleitorais,
nem os compromissos básicos da democracia e da decência".
João Semedo pede
fim imediato do Governo e não repete críticas ao PS
i online - Lusa
O novo coordenador
do Bloco de Esquerda João Semedo considerou hoje urgente parar "o programa
suicidário" do atual Governo, defendeu o derrube imediato do executivo
PSD/CDS e não repetiu as críticas da véspera ao PS.
João Semedo falava
na sessão de encerramento da VIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que
decorreu no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, após a intervenção da
deputada Catarina Martins, com quem partilhará nos próximos dois anos a
coordenação desta força política.
Na sua intervenção,
em que apelou à unidade dos bloquistas - "no Bloco de Esquerda há
diferenças mas não há linhas" -, João Semedo referiu que o ministro de
Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, já admitiu que só em 2032 Portugal se
libertará do peso da dívida.
"Vinte anos de
diminuição dos salários, desemprego descontrolado e aumento da dívida? A
questão não é por onde andará Vítor Gaspar depois desse programa de choque e
pavor, mas o que restará ao país se a direita levar avante este plano contra o
próprio país", disse.
Depois, o deputado
do Bloco de Esquerda deixou um apelo: "Temos urgência em parar com este
programa suicidário. Temos a urgência de defender o país deste Governo".
Neste contexto,
João Semedo aproveitou para contrariar a tese de que o primeiro dia de
convenção dos bloquistas tenha secundarizado as críticas às forças do Governo,
fazendo do PS o alvo principal.
"Desculpem mas
não posso concordar. Dissemos tudo, rigorosamente tudo, o que há a dizer sobre
a direita que está no poder. O Bloco de Esquerda quer derrubar o Governo,
queremos construir uma alternativa de esquerda", frisou.
Na sua intervenção,
João Semedo sugeriu a ideia de que o atual executivo é muito lento a contar o
número de carros da sua frota automóvel e rápido na intenção de cortar 3500 mil
milhões de euros no Estado social.
"Para saber
quantos carros tem o Governo, 500 dias depois de estarem no poder, PSD e CDS
ainda vão contar os carros da frota governamental. Quando chegamos aos serviços
públicos, ainda antes de saberem como, quando ou onde, já sabem que vão cortar
3500 mil milhões de euros nas escolas e hospitais de que dependem milhões de
cidadãos", acusou.
Para João Semedo,
na perspetiva do executivo, "as gorduras do Estado transformaram-se nos
salários, o combate ao desperdício no aumento de impostos, o país que não
aguentava mais sacrifícios agora é convidado a emigrar".
"À destruição
de um país empurrado para o abismo, por um ajuste de contas da direita com o
mundo do trabalho e o estado social, junta-se o insulto de que neste país de
salários mínimos todos vivemos acima das nossas possibilidades",
acrescentou.
*Título PG
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