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Lusa
O presidente do
PSD, Pedro Passos Coelho, assegurou hoje que o seu Governo está empenhado em
"salvar o estado social", defendendo ser necessário "distribuir
o mal pelas aldeias".
"Nós queremos
salvar o estado social, mas não para o fazer como os socialistas, que falam
muito mas depois acabam por dar cabo das condições que nos permitissem
consagrar um verdadeiro estado social", disse o responsável
social-democrata, no discurso de 45 minutos de encerramento do XIV congresso do
PSD-Madeira.
Mas para Passos Coelho,
o estado social tem de ser reformado para "garantir que o dinheiro que
temos chega para aqueles que mais precisam e o investimento que fazemos é
reprodutivo para o futuro".
"Há pouco, tem
que se distribuir o mal pelas aldeias. É preciso fazer sacríficos, eles têm de
ser distribuídos de uma forma equitativa", sublinhou, referindo que
"claro que hoje sabemos que quem mais acesso tem à televisão e quem mais
vocalmente contesta o que estamos a fazer são aqueles que têm mais".
De acordo com o
chefe do Governo, a crítica deve ir para aqueles que foram "acumulando
privilégios e nunca acreditaram que na hora de fazer as contas também tivessem
de contribuir para o resultado que o país inteiro precisa alcançar".
Pedro Passos Coelho
realçou que "aqui não há privilégios", salientando que "todos
aqueles que têm pensões muitos baixinhas, que são as pensões sociais, tiveram
aumentos. Em contrapartida, os que têm acima de 7.000 euros têm impostos
adicionais".
"Mas não é
isto social democracia e justiça social?", perguntou.
O primeiro-ministro
argumentou que "os que têm pensões de 240 euros não fazem debates nas
televisões", sustentando ser necessário o PSD "saber ir contra a
corrente e manter a firmeza", convicto que "no fim do dia os
portugueses perceberão que está a construir o futuro com responsabilidade e
equidade".
"Eu tenho a
certeza que o desconforto causado pela crise é fortíssimo e sei que é muito
difícil dentro do sistema que herdamos ser mais eficiente. Há coisas que têm de
mudar mais profundamente", frisou, mencionando ser impossível "cortar
de igual por todos" na despesa.
Pedro Passos Coelho
considerou que, seguindo este caminho, o PSD chegará "ao fim do mandato a
saber que cumpriu e preparou o futuro", mas admitiu que "daqui até lá
haverá muitas incompreensões" e concluiu: "Não sei se no fim o
reconhecimento será melhor que a incompreensão, mas sei que fizemos de acordo
com a nossa consciência e de acordo com aquilo que é a nossa filosofia política
para ser justos e progressistas".
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