Henrique Monteiro –
Expresso, opinião, em Blogues
Já todos ouvimos
diversas previsões do Governo e, em particular, do ministro das Finanças. Mas não
me lembro de uma que tenha batido certo.
O jornal 'Público'
de hoje recorda que, para 2014, já tivémos previsto um crescimento de 2,5%
(aquando da assinatura do memorando), que foi descendo para 2,1%, depois para
1,2% e vai agora em 0,8%.
Também me lembro
que este era o trimestre em que devíamos estar a inverter os sinais de crise e,
afinal, é aquele em que estamos a aprofundar os sinais de crise. Enfim, tudo ao
contrário.
O meu ponto é o
seguinte: para que fazem previsões? Sobretudo quando o bom senso indica que não
há a menor hipótese de saber se alguma vez acertarão? E quando, para a maioria
das pessoas (embora erradamente), uma previsão tenha o valor de uma promessa?
A única resposta
que encontro, para esta febre de previsões, é do domínio das ideias mágicas. Os
economistas e os políticos acham que, deste modo, dão um ar vagamente
científico a algo de que eles não fazem a menor ideia - o futuro. E é em nome
desse algo que não dominam que legitimam as decisões atuais.
Apesar de todos
saberem que, em momentos de grande nevoeiro e tempestade, não há nada como
navegar à vista. Se Gaspar olhasse mais para o presente e menos para as previsões,
seguramente não teria feito o Orçamento que fez.
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