terça-feira, 20 de novembro de 2012

Portugal: QUANTO VALE UMA PREVISÃO DE GASPAR?

 


Henrique Monteiro – Expresso, opinião, em Blogues
 
Já todos ouvimos diversas previsões do Governo e, em particular, do ministro das Finanças. Mas não me lembro de uma que tenha batido certo.
 
O jornal 'Público' de hoje recorda que, para 2014, já tivémos previsto um crescimento de 2,5% (aquando da assinatura do memorando), que foi descendo para 2,1%, depois para 1,2% e vai agora em 0,8%.
 
Também me lembro que este era o trimestre em que devíamos estar a inverter os sinais de crise e, afinal, é aquele em que estamos a aprofundar os sinais de crise. Enfim, tudo ao contrário.
 
O meu ponto é o seguinte: para que fazem previsões? Sobretudo quando o bom senso indica que não há a menor hipótese de saber se alguma vez acertarão? E quando, para a maioria das pessoas (embora erradamente), uma previsão tenha o valor de uma promessa?
 
A única resposta que encontro, para esta febre de previsões, é do domínio das ideias mágicas. Os economistas e os políticos acham que, deste modo, dão um ar vagamente científico a algo de que eles não fazem a menor ideia - o futuro. E é em nome desse algo que não dominam que legitimam as decisões atuais.
 
Apesar de todos saberem que, em momentos de grande nevoeiro e tempestade, não há nada como navegar à vista. Se Gaspar olhasse mais para o presente e menos para as previsões, seguramente não teria feito o Orçamento que fez.
 

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