sábado, 10 de novembro de 2012

ANGOLANOS FESTEJAM 37º. ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

 

Sérgio Soares – i online
 
No dia 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto proclamou a independência de Angola sob um céu raiado por balas tracejantes
 
Angola celebra amanhã o 37.o aniversário da sua independência, pela primeira vez totalmente em paz, com instituições democráticas em funcionamento e desenvolvimento económico acelerado.
 
Este aniversário da independência será festejado sob o lema “Todos juntos promovamos o bem-estar dos angolanos”.
 
A jornada comemorativa, cujo acto central vai decorrer na província do Namibe, litoral sul de Angola, será seguida por diversas inaugurações de infra-estruturas um pouco por todo o país, actividades políticas, recreativas, desportivas e culturais.
 
A delegação do governo central que participa no acto nacional integra o ministro da Comunicação Social, José Luís de Mato, e o ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento.
 
De norte a sul do país, os angolanos vão comemorar a data de uma maneira nunca antes possível devido à guerra contra as agressões do então Zaire e FNLA, das sucessivas ocupações sul-africanas e posterior guerra civil com a UNITA.
 
O lema escolhido para a cerimónia indicia que o governo angolano promete apostar na consolidação do estado democrático e nas suas instituições para que a voz dos mais desfavorecidos seja mais ouvida, assim como a satisfação das suas necessidades, o que não tem acontecido apesar do surto de desenvolvimento que o país vive.
 
No seu acto de posse, o presidente José Eduardo dos Santos disse que no mandato agora iniciado, a primeira prioridade do executivo vai ser manter a estabilidade política, mediante a promoção, a defesa e a consolidação da paz.
 
“Inscrevem-se nesta perspectiva o aprofundamento da democracia, em que a liberdade de expressão e de criação, a igualdade de oportunidades e a justiça social se entrelaçam com os programas e as acções multidisciplinares para o de-senvolvimento da cultura nacional e do homem”, prometeu
 
Diálogo com a juventude O chefe de Estado disse também que, “para a realização desta prioridade serão reforçados os mecanismos de diálogo com sindicatos, as organizações sociais e profissionais, as igrejas, os empresários e outros parceiros sociais, a fim de se obter a sua colaboração na definição das políticas de desenvolvimento e das estratégias para a sua aplicação”.
 
Segundo o presidente, “um lugar privilegiado vai ser atribuído ao diálogo” com a juventude. “A nossa juventude precisa de canais eficientes para se envolver na solução dos problemas que afectam toda a sociedade, contribuindo com o seu dinamismo, o seu entusiasmo e a sua criatividade.”
 
As promessas presidenciais são indícios da vontade de ouvir as aspirações de mais democracia por parte da juventude e maior democracia na gestão da coisa pública.
 
O director-geral para a área científica da Escola Superior do Bié considera que o 11 de Novembro “constitui o dia mais relevante para os angolanos, na medida em que nessa data cada um se revê quer como cidadão quer como construtor do país”.
 
Foi no dia 11 de Novembro que o então presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), António Agostinho Neto, proclamou a independência do novo país africano.
 
A batalha de Kifangondo recebe o destaque do general na reserva António dos Santos França “Ndalu” como o meio que garantiu a proclamação da independência.
 
Para este militar, foi o desfecho favorável da célebre batalha de Kifangondo que permitiu que o futuro presidente da República Popular de Angola, Agostinho Neto, proclamasse a independência às zero horas do dia 11 de Novembro de 1975.
 
França “Ndalu” reviveu esta semana a epopeia militar vivida pelas FAPLA e pelos soldados cubanos quando falava a propósito da efeméride, sublinhando que “as tropas que com ele participaram nos combates ficaram maravilhadas quando ouviram, pela rádio, as palavras de Agostinho Neto proclamando o fim da colonização portuguesa”.
 
“Naquela noite, os combatentes sentiram que ao travar os mercenários e as tropas zairenses, apoiadas pelas forças militares afectas à FNLA, com intuito de impedir a proclamação da independência, também tinham ajudado a que a cerimónia decorresse de forma pacífica”, disse.
 
“Foi uma noite memorável”, sublinhou o general, também ex-embaixador nos Estados Unidos, realçando ainda a acção militar desencadeada pelos seus companheiros, que, na zona sul do país, combatiam contra as forças sul-africanas, na altura ainda afectas ao regime de apartheid, que entretanto se desintegrou.
 
“Lembro-me que, quando o presidente Agostinho Neto começou a falar, através da rádio, houve combatentes que, de tanta emoção, começaram a disparar e muita gente na cidade de Luanda pensou que eram combates contra as forças inimigas”, lembrou.
 

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