sábado, 10 de novembro de 2012

Guiné-Bissau: REGIME DE IMPUNIDADE E ILEGALIDADE PREVALECE NO NARCOESTADO

 


Estados Unidos exigem medidas da Guiné-Bissau contra "clima de impunidade"
 
09 de Novembro de 2012, 14:35
 
Bissau, 09 nov (Lusa) - A embaixada dos Estados Unidos em Dacar exigiu hoje que as autoridades de transição da Guiné-Bissau tomem medidas concretas "para combater o clima de impunidade que existe no país há já muito tempo e em muitos governos".
 
A embaixada norte-americana no Senegal apelou para uma investigação sobre as violações dos direitos humanos no país num comunicado emitido hoje a propósito do "aparente assassinato de Luís Ocante da Silva, esta semana", um ato que a embaixada condena.
 
Luís Ocante da Silva, funcionário da Guiné-Telecom, foi morto na quinta-feira em Bissau e populares apontam o dedo aos militares. A Lusa falou com familiares da vítima que confirmaram a morte mas que não fizeram qualquer comentário sobre os seus autores.
 
Os militares também foram apontados como tendo sido os autores dos espancamentos, em finais de outubro, de dois políticos guineenses. A chefia das Forças Armadas da Guiné-Bissau negou o envolvimento e prometeu investigar.
 
O governo de transição na altura também pediu que fosse feita justiça e condenou os espancamentos. Sobre o alegado rapto e depois assassinato de Luís Ocante da Silva, o governo afirmou hoje desconhecer o caso.
 
"A investigação do assassinato do sr. Luís Ocante da Silva e os acontecimentos de 21 de outubro, incluindo o rapto e espancamento de Inacuba Indjai e Silvestre Alves, a identificação dos responsáveis, seus julgamentos nos tribunais competentes, e punições pelos crimes perpetrados constituem passos imperativos para o bem-estar da Guiné-Bissau", diz o comunicado da embaixada dos Estados Unidos.
 
FP //JMR.
 
Mais de 20 mil viaturas ilegais na Guiné-Bissau - fiscalização
 
09 de Novembro de 2012, 18:12
 
Bissau, 09 nov (Lusa) - Mais de vinte mil viaturas em circulação na Guiné-Bissau foram despachadas de forma ilegal, causando ao Estado perdas anuais de cinco mil milhões de francos CFA (7,6 milhões de euros), revelou hoje um responsável dos serviços de transportes.
 
De acordo com Abdu Djaquité, supervisor da campanha de fiscalização de viaturas em circulação que está a ser levada a cabo nos últimos dias, em apenas cinco operações foram apanhadas mais de 140 viaturas com matrículas falsas ou despachadas de forma fraudulenta.
 
O esquema, contou Abdu Djaquité, "é uma fraude montada pelos despachantes", que não apresentam às alfândegas o valor pago pelo dono da viatura que, na prática, despacham como se fosse outra mercadoria com valor inferior.
 
"Há viaturas que foram despachadas como se fossem uma arca frigorífica, ou um televisor, ou coisas do género. Fintam as alfândegas e o próprio dono da viatura", disse Abdu Djaquité, apresentando números.
 
"Mais de 20 mil viaturas estão em situação ilegal de despacho. Às vezes chegamos a ter situações em que em 20 viaturas em circulação apenas quatro foram despachados legalmente", observou o responsável.
 
O Estado chega a perder num ano cerca de cinco mil milhões de francos CFA devido a este esquema, frisou Abdu Djaquité, apontando os despachantes oficiais como os culpados pela situação. Djaquité diz que o Estado podia resolver vários problemas com o dinheiro do despacho legal de viaturas.
 
"Neste momento o Estado não tem dinheiro, as escolas públicas não funcionam, os hospitais estão com carências, mas se as pessoas pagassem o que devem pagar ao Estado, de certeza que havia dinheiro", notou o supervisor da campanha de fiscalização de viaturas.
 
Abdu Djaquité diz que o "esquema de despacho fraudulento" também é praticado por estrangeiros.
 
MB // HB.
 
Partidos apoiantes de governo de transição da Guiné-Bissau dizem que PAIGC está bem representado
 
09 de Novembro de 2012, 19:32
 
Bissau, 09 nov (Lusa) - O Fórum dos Partidos Políticos, que apoiam o governo de transição da Guiné-Bissau, defendeu hoje que o PAIGC, maior partido do país, está representado no governo e em todas as estruturas de governação.
 
Em conferência de imprensa em Bissau, o Fórum considerou uma falsa questão a discussão sobre a entrada do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) nos órgãos de transição, afirmando que o maior partido já está representado, nomeadamente através do Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo.
 
Serifo Nhamadjo candidatou-se a Presidente nas eleições de março passado, contra a direção do partido presidido por Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro deposto e também ele candidato e vencedor da primeira volta.
 
Um golpe de Estado a 12 de abril interrompeu o processo eleitoral e Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira, estão desde então em Portugal.
 
Apesar de todos se afirmarem do PAIGC, há hoje os dissidentes, que estiveram ao lado de Serifo Nhamadjo, e os que permaneceram ao lado de Carlos Gomes Júnior.
 
Na conferência de imprensa de hoje o Fórum (no qual não está representado o PAIGC) disse que no governo estão quatro ministros (Finanças, Economia, Recursos Naturais e Saúde) e quatro secretários de Estado do PAIGC, e que do mesmo partido são também um governador, seis administradores de setor, embaixadores no exterior e presidentes dos institutos e conselhos de administração.
 
"O Fórum desconhece em absoluto o PAIGC que reclama ficar de fora do processo político de transição", disse Artur Sanhá, do PRS (Partido da Renovação Social, segundo maior partido).
 
Quanto à inoperância até agora da Assembleia Nacional Popular (ANP), Artur Sanhá considerou que o órgão se transformou "num instrumento de bloqueio total" devido a "desentendimentos friamente desenhados pelos deputados", assentes apenas "na disputa de lugares pessoais e partidários".
 
Artur Sanhá, que é atualmente o presidente da Câmara de Bissau, lembrou que o mandato da ANP termina este mês, "criando um vazio institucional" que pode pôr em causa todo o processo de transição. O Fórum, disse, irá contribuir "de forma decisiva na busca de uma solução".
 
Tal como o governo de transição já tinha feito, o Fórum condenou o ataque a um quartel em 21 de outubro e responsabilizou a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Portugal, Carlos Gomes Júnior, Zamora Induta (antigo chefe das Forças Armadas), Raimundo Pereira e Pansau Intchama (que terá dirigido o ataque) pelo ocorrido.
 
FP/MB //JMR.
 
Presidente de transição da Guiné-Bissau na cimeira da África Ocidental sobre Mali
 
10 de Novembro de 2012, 11:07
 
Bissau, 10 nov (Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, viajou hoje para a Nigéria, onde vai participar numa cimeira extraordinária de chefes de Estado da África Ocidental sobre o envio de militares para o Mali.
 
Em declarações aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Viera de Bissau, Serifo Nhamadjo disse que a Guiné-Bissau foi convocada "para dar a sua contribuição" como membro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) "para ajudar a encontrar uma solução para o problema do Mali".
 
"A cimeira irá debruçar-se sobre os aspetos da preparação do envio de forças militares da CEDEAO para o Mali. Como devem saber, a CEDEAO está neste momento a preparar a sua força que poderá ser reforçada com uma outra força internacional para resolver o problema no norte do Mali", disse Nhamadjo.
 
O chefe de Estado guineense vai aproveitar a cimeira que decorre na cidade nigeriana de Abuja para falar da situação do país, com destaque para o processo de transição em curso.
 
"A participação da Guiné-Bissau é sempre benéfica porque faremos o ponto de situação da sua transição e partilhar também algumas ideias que poderão ser enriquecidas com a experiencia de outros chefes de Estado", observou Serifo Nhamadjo, que deve regressar ao país na segunda-feira.
 
MB //EJ.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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