ATF – VC, com foto
Paulo Cunha/Lusa
Lisboa, 10 nov
(Lusa) - O ex-líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, disse hoje que o
país exige "escolhas" e não "encolhas" e acusou o PS de
"parecer ser o único a não querer encurtar o mandato do Governo".
Numa intervenção
que centrou principalmente a direção do PS, Pureza defendeu que "o país
brutalizado pela 'troika' e pela direita revanchista que exige escolhas e não
encolhas" e por isso "não há o direito de jogar nas meias tintas, na
austeridade fofinha contra a austeridade arrasadora, do memorando bom contra o
memorando mau".
"Não, António
José Seguro, o estado social não precisa de uma reforma que o reduza, precisa
de defesa e reforço em nome da democracia. Não, António José Seguro, o
memorando não precisa de ser honrado, precisa é de ser denunciado. Não, António
José Seguro, a responsabilidade não é ceder ao populismo da extrema-direita e
propor a redução de deputados, a responsabilidade é sair em defesa da
democracia", afirmou.
Pureza advertiu que
"não há memorando bom, não há austeridade fofinha", mas apenas
"uma estratégia fria e clara de empobrecer quem já é pobre e de esvaziar a
democracia".
O dirigente do BE
citou depois o líder socialista, que disse que o Governo está a fazer tudo para
"encurtar o seu mandato", para afirmar: "O BE diz-lhe desta
oitava Convenção, António José Seguro, que estranho é o PS parecer ser o único
que não quer encurtar o mandato do Governo".
Esta falta de
vontade dos socialistas, considerou José Manuel Pureza, ficou
"cristalina" na apresentação da última moção de censura ao Governo
(pelo BE e PCP) quando o PS "escolheu as encolhas de uma abstenção".
"Não nos
abstemos contra a direita que fez o BPN, não nos abstemos contra a direita que
quer matar a RTP, nem nos abstemos contra a direita que quer dar aos pobres as
sobras da comida dos restaurantes", atirou.
Sobre as
responsabilidades do BE, José Manuel Pureza disse perentoriamente que o partido
"não quer menos do que governar o país" e "não se furta a
nenhuma convergência necessária" com outras forças que "não são com
clones, mas diferentes, que faz escolhas e rejeita as encolhas".
No início da sua
intervenção, o antigo deputado eleito por Coimbra lembrou as palavras de Miguel
Portas, que "fez da palavra camarada um estilo de vida".
"Um partido à
altura do seu testemunho não pode ser menos do que um partido de gente plural
mas unida, de gente cosmopolita e por isso com vontade de aprender mais, de
gente de escolhas e não de encolhas, assim temos de ser, um partido de
camaradas", declarou.
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