sábado, 10 de novembro de 2012

BE: Pureza diz a Seguro "parece ser o único a não querer encurtar mandato do Governo

 

ATF – VC, com foto Paulo Cunha/Lusa
 
Lisboa, 10 nov (Lusa) - O ex-líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, disse hoje que o país exige "escolhas" e não "encolhas" e acusou o PS de "parecer ser o único a não querer encurtar o mandato do Governo".
 
Numa intervenção que centrou principalmente a direção do PS, Pureza defendeu que "o país brutalizado pela 'troika' e pela direita revanchista que exige escolhas e não encolhas" e por isso "não há o direito de jogar nas meias tintas, na austeridade fofinha contra a austeridade arrasadora, do memorando bom contra o memorando mau".
 
"Não, António José Seguro, o estado social não precisa de uma reforma que o reduza, precisa de defesa e reforço em nome da democracia. Não, António José Seguro, o memorando não precisa de ser honrado, precisa é de ser denunciado. Não, António José Seguro, a responsabilidade não é ceder ao populismo da extrema-direita e propor a redução de deputados, a responsabilidade é sair em defesa da democracia", afirmou.
 
Pureza advertiu que "não há memorando bom, não há austeridade fofinha", mas apenas "uma estratégia fria e clara de empobrecer quem já é pobre e de esvaziar a democracia".
 
O dirigente do BE citou depois o líder socialista, que disse que o Governo está a fazer tudo para "encurtar o seu mandato", para afirmar: "O BE diz-lhe desta oitava Convenção, António José Seguro, que estranho é o PS parecer ser o único que não quer encurtar o mandato do Governo".
 
Esta falta de vontade dos socialistas, considerou José Manuel Pureza, ficou "cristalina" na apresentação da última moção de censura ao Governo (pelo BE e PCP) quando o PS "escolheu as encolhas de uma abstenção".
 
"Não nos abstemos contra a direita que fez o BPN, não nos abstemos contra a direita que quer matar a RTP, nem nos abstemos contra a direita que quer dar aos pobres as sobras da comida dos restaurantes", atirou.
 
Sobre as responsabilidades do BE, José Manuel Pureza disse perentoriamente que o partido "não quer menos do que governar o país" e "não se furta a nenhuma convergência necessária" com outras forças que "não são com clones, mas diferentes, que faz escolhas e rejeita as encolhas".
 
No início da sua intervenção, o antigo deputado eleito por Coimbra lembrou as palavras de Miguel Portas, que "fez da palavra camarada um estilo de vida".
 
"Um partido à altura do seu testemunho não pode ser menos do que um partido de gente plural mas unida, de gente cosmopolita e por isso com vontade de aprender mais, de gente de escolhas e não de encolhas, assim temos de ser, um partido de camaradas", declarou.
 

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