PNE – PNE - Lusa
Sidney, 09 nov
(Lusa) -- Cerca de 15 religiosos de uma ordem católica terão cometido abusos
sexuais na Austrália entre 1950 e 1980 contra cerca de 40 menores, tendo
causado a morte a, pelo menos, dois deles, revela uma investigação citada pela
imprensa local.
Os abusos terão
sido cometidos em orfanatos e centros de acolhimento de deficientes mentais
geridos pela Ordem de São João de Deus em Victoria, de acordo com o grupo de
comunicação Fairfax, que cita uma investigação do Parlamento daquele Estado
australiano realizada por um grupo de apoio a vítimas de abusos sexuais por
religiosos, o Broken Rites.
De acordo com o
líder da investigação, Wayne Chamley, as vítimas tinham entre sete e 15 anos e
dois órfãos foram mortos na década de 60 por membros da mesma ordem, um ao ser
empurrado para umas escadas e outro que foi encontrado morto na sua cama.
A mesma
investigação revela que as vítimas sofreram violações em grupo, espancamentos
se resistiam ou se se defendiam e eram drogadas pelos autores dos abusos,
tendo, pelo menos, sete das vítimas se suicidado já em idade adulta.
A maioria dos
alegados pedófilos já morreram, mas, segundo o grupo Fairfax, pelo menos três deixaram
a ordem religiosa em causa, encontrando-se, no entanto, em funções que lhes
permite ter contacto com menores.
Apesar de estes
casos terem sido investigados pela polícia australiana, as alegadas vítimas que
foram entrevistadas pelo Broken Rites garantiram que os seus alegados
agressores nunca foram alvo de acusações.
Em 2002, a Ordem de
São João de Deus, que opera em Espanha e em vários países da América Latina,
pagou 3,7 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) a 24 pessoas que alegadamente
sofreram abusos sexuais por parte dos seus membros.
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