Semedo rejeita
governo de esquerda com PS
Sónia Cerdeira e
Catarina Falcão – i online
João Semedo
rejeitou hoje um governo de esquerda com o PS que ainda apoia o Memorando.
“Enquanto António José Seguro tiver um pé no Memorando e outro na oposição é
impossível um governo de esquerda”.
“Empurrem por favor
o PS para a esquerda e não peçam que façamos à esquerda as rábulas e
contorcionismo que o CDS faz à direita”, apelou Semedo, que sairá da VIII
Convenção do Bloco de Esquerda como líder do partido a par de Catarina Martins.
Para o deputado a
primeira condição de um governo de esquerda é “rasgar” o Memorando. “[Um
governo de esquerda] não se faz com retoques no Memorando ou com austeridade a
suaves prestações”.
Apesar de recusar
uma convergência com este PS, João Semedo diz que o BE “não dispensa o diálogo
entre forças políticas”. Porém “não é nos corredores e gabinetes que se disputa
e decide”.
“Não fechamos a porta a ninguém”, diz Semedo, “sejam socialistas, comunistas ou independentes”. Mas “é necessário que os outros façam a sua parte”. E por isso “enquanto António José Seguro tiver um pé no Memorando e outro na oposição é impossível um governo de esquerda”.
Também Joana
Mortágua, signatária da Moção A, apelou a um governo de esquerda, mas fora da
esfera do “centrismo”. “Todos os governo de centro traíram a esquerda. E não
nos digam que foi por falta de declarações de amor” disse a dirigente do Bloco.
“Quando o BE cresceu mais foi quando se demarcou do centro”, lembrou Mortágua
recordando os resultados eleitorais de 2009 que nesse sentido apoia uma
radicalização do partido de modo a “derrotar a direita”.
Daniel Oliveira.
“Não haverá governo de esquerda que exclua o PS”
Sónia Cerdeira – i online
Ex-dirigente do BE
defende uma convergência à esquerda com os socialistas
O ex-dirigente do
BE, Daniel Oliveira, quer uma convergência à esquerda com o PS. “Não haverá um
governo de esquerda que exclua o PS e mais retórica menos retórica todos nós
sabemos isso”.
Daniel Oliveira
acusou os actuais dirigentes do BE de falarem em governo de esquerda, mas ao
mesmo tempo evitarem uma aliança com o PS e o PCP. E dá o exemplo: só haveria
alianças autárquicas com o PCP se o PS deixasse e com o PS se o PCP deixasse.
“Sei em que beco me estão a meter: evitar qualquer aliança sem a responsabilidade
dessa escolha”.
“O governo de
esquerda é apenas uma boa frase para outdoor ou estado de espírito”, concluiu o
ex-dirigente do BE que assina a Moção B, mas que não entrou na lista de
candidatos à Mesa Nacional.
Daniel Oliveira
referiu ainda as palavras de João Semedo numa entrevista ao i em que dizia que
o “Bloco pode apoiar um governo PS se os socialistas cortarem com o Memorando
da troika”. Mas lamentou que o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, tenha
vindo logo rectificar para dizer que mesmo se o PS cortar com a troika “seria
contra a genética do BE” uma convergência.
O também comentador político não deixou de critica os “enormes erros” cometidos
nos dois últimos para deixar um apelo: “Só precisamos de começar de novo
aprendendo, aprendendo sempre”.
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*Título PG
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