sábado, 10 de novembro de 2012

Portugal: CONVENÇÃO DO BLOCO DE ESQUERDA APONTA PARA DEMAIS DO MESMO

 


Semedo rejeita governo de esquerda com PS
 
Sónia Cerdeira e Catarina Falcão – i online
 
João Semedo rejeitou hoje um governo de esquerda com o PS que ainda apoia o Memorando. “Enquanto António José Seguro tiver um pé no Memorando e outro na oposição é impossível um governo de esquerda”.
 
“Empurrem por favor o PS para a esquerda e não peçam que façamos à esquerda as rábulas e contorcionismo que o CDS faz à direita”, apelou Semedo, que sairá da VIII Convenção do Bloco de Esquerda como líder do partido a par de Catarina Martins.
 
Para o deputado a primeira condição de um governo de esquerda é “rasgar” o Memorando. “[Um governo de esquerda] não se faz com retoques no Memorando ou com austeridade a suaves prestações”.
 
Apesar de recusar uma convergência com este PS, João Semedo diz que o BE “não dispensa o diálogo entre forças políticas”. Porém “não é nos corredores e gabinetes que se disputa e decide”.

“Não fechamos a porta a ninguém”, diz Semedo, “sejam socialistas, comunistas ou independentes”. Mas “é necessário que os outros façam a sua parte”. E por isso “enquanto António José Seguro tiver um pé no Memorando e outro na oposição é impossível um governo de esquerda”.
 
Também Joana Mortágua, signatária da Moção A, apelou a um governo de esquerda, mas fora da esfera do “centrismo”. “Todos os governo de centro traíram a esquerda. E não nos digam que foi por falta de declarações de amor” disse a dirigente do Bloco. “Quando o BE cresceu mais foi quando se demarcou do centro”, lembrou Mortágua recordando os resultados eleitorais de 2009 que nesse sentido apoia uma radicalização do partido de modo a “derrotar a direita”.
 
Daniel Oliveira. “Não haverá governo de esquerda que exclua o PS”
 
Sónia Cerdeira – i online
 
Ex-dirigente do BE defende uma convergência à esquerda com os socialistas
 
O ex-dirigente do BE, Daniel Oliveira, quer uma convergência à esquerda com o PS. “Não haverá um governo de esquerda que exclua o PS e mais retórica menos retórica todos nós sabemos isso”.
 
Daniel Oliveira acusou os actuais dirigentes do BE de falarem em governo de esquerda, mas ao mesmo tempo evitarem uma aliança com o PS e o PCP. E dá o exemplo: só haveria alianças autárquicas com o PCP se o PS deixasse e com o PS se o PCP deixasse. “Sei em que beco me estão a meter: evitar qualquer aliança sem a responsabilidade dessa escolha”.
 
“O governo de esquerda é apenas uma boa frase para outdoor ou estado de espírito”, concluiu o ex-dirigente do BE que assina a Moção B, mas que não entrou na lista de candidatos à Mesa Nacional.
 
Daniel Oliveira referiu ainda as palavras de João Semedo numa entrevista ao i em que dizia que o “Bloco pode apoiar um governo PS se os socialistas cortarem com o Memorando da troika”. Mas lamentou que o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, tenha vindo logo rectificar para dizer que mesmo se o PS cortar com a troika “seria contra a genética do BE” uma convergência.

O também comentador político não deixou de critica os “enormes erros” cometidos nos dois últimos para deixar um apelo: “Só precisamos de começar de novo aprendendo, aprendendo sempre”.

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Bloco “deve arriscar na construção de uma esquerda cada vez maior”
 
*Título PG
 

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