sexta-feira, 9 de novembro de 2012

“FMI É QUEM PAGA OS SALÁRIOS EM CABO VERDE”

 

Liberal (cv), com foto
 
Ex-apoiante de José Maria Neves põe o dedo na ferida
 
O espaço de manobra do Primeiro-ministro tende a reduzir-se e, quanto mais os reflexos da crise se abatem sobre o País, mais exposto fica o logro da tão propalada “Agenda de Transformação”. Para tentarem adiar o “naufrágio”, JMN e Cristina Duarte deitam mão de expedientes…
 
Praia, 9 de Novembro 2012 – A afirmação poderá parecer estranha e até entendida como mais uma “blague” dessas forças tenebrosas que procuram atazanar a vida do Primeiro-ministro, mas não só a asserção corresponde à mais rigorosa verdade, como a sua autoria é da lavra de alguém que, pouco mais de um ano atrás, era um fervoroso apoiante de José Maria Neves, não se inibindo, até, de lhe fazer os mais rasgados elogios, considerando-o “o melhor líder cabo-verdiano pós [Amílcar] Cabral”.
 
Em artigo de opinião publicado na última quarta-feira no Liberal (ver link), Samiro Moreira, sem papas na língua, diz que “José Maria Neves se equivocou”, que “Cabo Verde já chegou ao Cabo das Tormentas” e que “quem anda a pagar os salários e outras despesas do Estado é o FMI”, resultante do memorando firmado, que contempla elevadas verbas e que têm servido para o Governo tapar “buracos”…
 
Samilo Moreira sustenta que “a criação da taxa ecológica e brevemente a taxa sobre turistas, também ajuda a demonstrar que há uma urgência em conseguir receitas” e que “o desespero” leva o Governo, “na maioria das vezes, a tomar decisões erradas”, acusando a ministra das Finanças, Cristina Duarte e o Primeiro-ministro de andarem a fazer “lavagem cerebral” sobre a alegada “blindagem da economia” cabo-verdiana.
 
E dá um exemplo claro dessa “lavagem cerebral” que, inclusive, se traduz em logro para o Fundo Monetário Internacional (FMI), violando “legalmente” as cláusulas do acordo firmado com esta instituição financeira internacional.
 
EXPEDIENTE PARA VIOLAR MEMORANDO COM O FMI
 
Samilo Moreira refere que “uma das condições imposta no memorando assinado pelo Governo com o FMI, é que o mesmo - incluindo as empresas públicas ASA, ELECTRA, ENAPOR e a TACV - não acumulassem mais dividas nem atrasados”, caso contrário seria considerado uma violação dos princípios acordados e razão bastante para que o memorando ficasse sem efeito e suspensa a ajuda nele contemplada.
 
Para tornear a situação e obstar à inevitável falência da Electra, o Governo, por decisão da toda poderosa Cristina Duarte, ministra das Finanças e do Planeamento, resolver utilizar de um expediente: a compra de Obrigações Convertíveis.
 
Mas, segundo Samiro Moreira, “isso significa que o INPS (que ficou fora das exigências do memorando) pudesse ‘salvar ‘ o Governo de forma irresponsável, mas legal, de incumprimento do memorando”, e explica: “a partir do momento que as obrigações se tornaram ações e o INPS acionista (sócio), o Governo conseguiu manipular um incumprimento acordado no memorando com o FMI”.
 
Adiantando que “neste momento, o Governo não tem muito mais alternativas, salvo se entrar algum apoio financeiro que permita prolongar mais alguns meses”, Moreira adianta que uma das razões da situação que o País vive reside no facto de “grande parte das obras da ‘Agenda de Transformação’, [serem] puras irresponsabilidades e politiquices, e quiçá grandes fraudes”.
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Oh Edson Medina!!! acho que os dois devem ser amigos e companheiros da mesma luta, as minhas sinceras desculpas porque não o conheço e dirigo-me a ti com o nome que mais acentua nas esferas reais e fisicas do nosso Cabo Verde. Por acaso conheci o Edson aqui no Sal,mas em relação a ti, nunca o vi em nenhum lugar.Digo-Eu, por ser atrevido e navegar nestes tipos de sites encontrei esta tua figura virtual que acho que é o teu mundo e que existirás até esgotares os teus informadores da mesma laia do Edson Medina. Vamos agora ao que interessa. Recusado o tacho e transformas nesse rancoroso e começas a destronar o vosso Rei, tipicamente as pessoas de Sotavento.
É uma vergonha saires em persiguição de um Ministro das Finanças por ela estar a depender do FMI, ainda por cima com informações de memos internos. Aliás, sabes muito bem que não é novidade para um país como Cabo Verde que nada produz ser fragilizado pelas politicas e manipulações do FMI. Jamaica que era tinha um grande potencial turistico e economico já passou por uma especie de Troika, porque não Cabo Verde? Diz-lá!!! Qual seria a tua estrategia para safar e não mergulhar nas exigências do FMI?


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