Correio do Brasil,
com RBA - de São Paulo
Duas medidas do
prefeito Gilberto Kassab (PSD) na semana passada mostraram que nem tudo, na
transição do governo dele para o de Fernando Haddad (PT), é transparente como
tentam convencer tanto um como o outro lado na troca do poder municipal.
Depois de mudar o
secretário de Controle Urbano Orlando de Almeida Filho pelo oficial da Polícia
Militar Elizeu Eclair Teixeira Borges, a um mês do fim do atual mandato, e de
remanejar 14 titulares em 31 subprefeituras, 15 chefes de gabinete e três
coordenadores, a suspeita é de que o atual prefeito tenha decretado uma “lei do
silêncio” no comando das já policiadas subprefeituras – dificultando o repasse
de informações à futura administração.
Na assessoria de
imprensa da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a única informação é
de que houve uma “readequação administrativa para reforçar e agilizar, junto às
subprefeituras, os trabalhos de implantação e desenvolvimento das políticas públicas
definidas pela atual gestão, que estão em andamento”.
Dirigentes do
Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município
de São Paulo, que preferiram não se identificar, afirmam que a situação nas
subprefeituras, principalmente depois da militarização no comando, sempre foi
conflituosa e difícil. Segundo os sindicalistas, não é incomum ele serem
impedidos de entrar nesses locais para falar com os trabalhadores. Com as
últimas medidas, a situação teria ficado ainda pior.
A vereadora Juliana
Cardoso (PT), que encaminhou um pedido de informação à prefeitura sobre a dança
das cadeiras, afirma que a impressão que dá é que o único motivo de Kassab
tenha sido bagunçar o trabalho da equipe de transição. “Parece que estão
querendo ocultar alguma coisa”, disse.
O requerimento da
vereadora foi encaminhado na segunda-feira e até o final da tarde de sexta não
havia sido respondido. “Nesta gestão, a transparência com as informações nunca
foi prioridade”, disse. Segundo ela, depois do resultado da eleição. Com a
troca de comando, o silêncio se instalou de vez.
A questão foi um
dos temas da reunião nesta segunda-feira entre Haddad e o chefe da equipe de
transição, o vereador Antonio Donato (PT), futuro secretário de Governo .
A reunião estava agendada
antes da polêmica e tinha como objetivos principais pedir informações sobre
pagamentos de precatórios em ações trabalhistas, reajuste salarial e relação da
gestão Haddad com os servidores.
De acordo com
informações do sindicato, como a instituição tem enfrentado dificuldade para
obter informações com a administração e nas subprefeituras, vai tentar
conseguir alguma explicação com Donato.
Futuro secretário
da Coordenação de Subprefeituras, o vereador Chico Macena (PT), informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que não está tendo dificuldade para obter
informações da prefeitura. Macena deve priorizar, na escolha dos próximos
subprefeitos, as indicações da bancada de apoio a Haddad na Câmara.
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