sexta-feira, 24 de maio de 2013

Angola: DAR DINÂMICA AO BENGO




Kumuênho da Rosa Noé Jamba e Guimarães Silva, Caxito – Jornal de Angola

O Presidente da República dirigiu ontem no Caxito, província do Bengo, os trabalhos da Comissão Económica do Conselho de Ministros, a primeira fora de Luanda, desde a formação do Governo saído das eleições gerais de 2012.

Antes de reunir a Equipa Económica, José Eduardo dos Santos manteve um encontro alargado em que participaram os ministros de Estado da Casa Civil e da Casa de Segurança, titulares de gabinetes ministeriais e membros do Governo Provincial do Bengo, com o objectivo de analisar os problemas da província, cuja sede fica a apenas 52 quilómetros de Luanda.

Descontente com o que encontrou, o Chefe de Estado lamentou constatar, neste seu regresso à cidade do Caxito, haver “poucas mudanças”, desde a última vez que visitou o Bengo. “Estivemos cá há muito tempo e, infelizmente, constatamos que houve poucas mudanças”, disse.

O Presidente também considerou preocupante a falta de iniciativas, mais concretamente de um plano para o relançamento da produção local com o concurso do sector privado, apesar do potencial. “Nem sequer está desenhada uma estratégia para o desenvolvimento da produção e para o surgimento de empresas ou unidades que possam garantir uma melhor qualidade de prestação de serviços”, realçou.

O Chefe de Estado apontou o exemplo do projecto de construção de uma centralidade prevista para a região do Caxito, que não só não foi inscrita no OGE, como muito menos consta no Plano Nacional de Desenvolvimento. “É de extrema urgência criar condições de melhor habitação para as populações, sobretudo, para garantir a fixação de quadros, que devem funcionar localmente para o desenvolvimento da cidade e da província de uma maneira geral”, alertou.

José Eduardo dos Santos lembrou que o programa do MPLA apresentado nas eleições de 2012 “criou grandes expectativas à volta dos seus sonhos e da resolução dos seus problemas e dos problemas desta província”. Nós também estamos aqui, disse, para “agradecer a estes cidadãos que, mais uma vez, exprimiram a sua confiança no partido MPLA e na minha pessoa para aprimorar e conduzir os destinos da Nação angolana”.

O Presidente considerou a ocasião oportuna para falar dos problemas da província do Bengo, já que o Executivo começou a preparar o programa de elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2014. “É evidente que na elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2013 nem todos os problemas puderam ser convenientemente tratados”, frisou o Presidente.

O Chefe de Estado chamou a atenção para o montante previsto e para a quantidade de projectos do sector da construção, especialmente na reconstrução de vias rodoviárias. “No cálculo rápido que fiz, o montante global previsto para a execução, reabilitação e reconstrução dessas vias rodoviárias e recuperação de algumas pontes equivale a cerca de mil milhões de dólares (cem mil milhões de kwanzas). Não é pouca coisa”, frisou.

São inúmeras, realçou, as vias rodoviárias que estão inseridas no OGE de 2013, em fase de construção e reabilitação, e existem outras que, por insuficiência de verbas, não foram ainda executadas, mas espera-se que venham a sê-lo em 2014.

O Presidente garantiu estar determinado em dinamizar o quadro económico e social da província e salientou a necessidade de manter viva a esperança. “Estamos aqui para dizer aos cidadãos desta província que podemos continuar a transformar a realidade, realizar os nossos sonhos e garantir melhores condições de vida para cada um e para todos de uma maneira geral”, referiu.

E indicou o caminho para se retomar o trilho do crescimento. “Precisamos de um sector empresarial forte, de investidores que, aproveitando as infra-estruturas que o Governo está a criar, possam realizar investimentos, produzir riqueza e criar emprego, com base na lógica defendida pelo MPLA na sua campanha: crescer mais para distribuir melhor”.

Carteira de projectos

O ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, adiantou ontem, à margem da reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, que as prioridades para a província do Bengo são imensas. 

A reunião do Caxito fez o balanço da carteira de 12 projectos do sector rodoviário, que perfazem cerca de 800 quilómetros, cujos níveis de execução físico-financeira são satisfatórios. Na componente de pontes, a Comissão Económica recomendou a utilização de métodos e soluções provisórias, porque a maior partes destas infra-estruturas estão localizadas em itinerários terciários.

A Comissão Económica recomendou que, no caso das infra-estruturas com envergadura superior a 30 metros de vão, seja feita uma intervenção de carácter definitivo. Outro projecto mencionado no balanço tem a ver com as infra-estruturas integradas da cidade do Caxito, com o concurso público já em fase adiantada de execução.

Waldemar Pires Alexandre disse que as infra-estruturas do Panguila também mereceram a atenção da Comissão. Trata-se da execução de um projecto de 1.350 fogos habitacionais, sendo que os primeiros 350 já têm recursos disponíveis. Do lote consta ainda a construção das infra-estruturas básicas, designadamente uma estação de tratamento de águas residuais, rede de saneamento básico e uma via estruturante interna ao projecto do Panguila.

Projectos a executar

Da lista de projectos a executar consta ainda o dique de protecção das margens do rio Dande, do Caxito ao Porto Quipiri. O Laboratório de Engenharia de Angola foi instruído no sentido de elaborar um plano de contenção e manutenção do referido dique.

Outro projecto está voltado para a barragem da Quiminha, onde os trabalhos em curso se limitam à conservação, manutenção e observação estrutural do comportamento da barragem. O ministro da Construção garantiu que já foi lançado um concurso para reabilitação dos equipamentos hidromecânicos. Consta igualmente  da carteira de projectos para próximo ano  a construção e apetrechamento de um hospital materno infantil no Bengo e de um centro de formação profissional.

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