quarta-feira, 13 de março de 2024

Portugal | Quem não quer controlar a imigração?

Há muitas formas de pegar neste tema. Vamos começar pela afirmação de André Ventura, «Somos o único partido - de relevo, com natureza parlamentar - que entende que a imigração em Portugal deve ser controlada».

Manuel Gouveia | AbrilAbril | opinião

O Polígrafo decidiu considerar esta opinião como falsa. E bem. Ela é falsa. Mas mais falsa ainda é a análise do Polígrafo. O Polígrafo diz que a afirmação é falsa pois quer a IL quer o PSD também defendem que a imigração deve ser controlada. 

Mas os outros Partidos defendem que a imigração deve ser incontrolada? Onde? Por exemplo, o PCP defende o «aumento da capacidade de resposta por parte da AIMA (Agência para a Integração Migrações e Asilo) e medidas mais eficazes no combate aos traficantes de mão de obra imigrante e às redes de tráfico de pessoas» e o BE fala em «Combater as formas de exploração de imigrantes, desde agiotas a redes de angariação de mão-de-obra, passando pela responsabilização de toda a cadeia de angariação, utilização e subcontratação, que se escondem através de "empresas na hora"».

Então, porque é que o Polígrafo considera que só os Partidos de direita defendem «uma imigração controlada?». Qual é a grande diferença entre a visão de CH/IL/AD e PCP/BE sobre a imigração? Os primeiros consideram que a imigração é necessária (sim, porque CH/IL/AD têm sempre o cuidado de sublinhar que a imigração faz falta, pois os seus financiadores necessitam de mão-de-obra barata), os segundos reconhecem que a imigração existe e contribui para a riqueza nacional. Mas a grande diferença está em que os primeiros olham para os imigrantes como um problema necessário enquanto os segundos olham para os problemas que os imigrantes têm. Os primeiros querem em Portugal os imigrantes ricos, e todos os imigrantes que o patronato português necessitar para lhes extrair a mais-valia (o que implica importar também o exército de reserva para pressionar o preço da força de trabalho).

É o que diz a AD, «uma política de imigração regulada e orientada para as necessidades do mercado de trabalho, flexível na sua execução e que permita a entrada legal de imigrantes em território nacional». E uma das coisas que os patrões querem é essa mão-de-obra disponível para trabalhar o máximo com a menor remuneração possível. E a pressão sobre a imigração ajuda a aumentar a exploração. Os segundos preocupam-se em evitar a discriminação, a sobre-exploração, o tráfico de pessoas, as condições indignas de habitação. Todos querem uma imigração controlada. Para poder explorar melhor esta mão-de-obra ou para evitar a sua sobre-exploração. 

Portugal É do Povo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A velhice é uma chatice mas também dá vantagens. No primeiro aniversário do 25 de Abril fiz a cobertura das eleições para a Assembleia Constituinte. A liberdade andava na rua, à solta. Alegria, muita alegria. O Conselho da Revolução tutelava o governo provisório. Foi assinado o Pacto MFA-Partidos no dia em que cheguei a Lisboa,11 de Abril de 1975. 

Os signatários foram Partido Comunista Português (PCP), Partido Socialista (PS), Movimento Democrático Português/Coligação Democrática Eleitoral (MDP/CDE), Partido Popular Democrático (PPD hoje PSD), Centro Democrático Social (CDS) e Frente Socialista Popular (FSP) uma dissidência dos socialistas, liderada por Manuel Serra. Os outros líderes políticos eram Álvaro Cunhal, Mário Soares, José Manuel Tengarrinha, Sá Carneiro e Freitas do Amaral.

Manuel Serra concedeu-me uma entrevista. E denunciou que os fascistas estavam “aninhados” nos novos partidos políticos, sobretudo CDS e PPD/PSD. Mas também no Partido Socialista o que levou à sua desfiliação. O regime fascista mobilizava multidões. Caiu e aparentemente não ficou ninguém. 

Os chefões fugiram para Espanha ou o Brasil. As famílias milionárias que viviam do sistema e o alimentavam com a criadagem política seguiram o mesmo caminho. Os esbirros da PIDE fugiram ou estavam detidos à espera de julgamento. Mas na rua os partidários de Mário Soares berravam: Portugal É do Povo Não É de Moscovo! Portugal Não É do Cunhal! Havia uma raiva surda contra o líder comunista porque foi dele a ideia do Pacto MFA-Partidos. E sobretudo porque os comunistas lutaram durante décadas contra o regime colonialista e fascista. Tanto Chega já em 1975! No dia 25 de Novembro desse ano acabou a revolução. Os do Chega venceram!

O meu amigo Otelo Saraiva de Carvalho também me concedeu uma entrevista. Quando lhe perguntei o que era isso do “pacto” ele respondeu muito despachado: “É simples. O partido que despir a camisola do 25 de Abril sai do jogo imediatamente!” Mário Soares saiu do jogo de braço dado com Frank Carlucci, embaixador dos EUA em Lisboa desde 24 de Janeiro de 1975. Um experimentado oficial dos serviços secretos, perito em golpes de estado. Dirigiu a missão da CIA na então Léopoldville (Kinshasa) em 1961. Apoio incondicional ao ditador Mobutu.

Patrice Lumumba foi preso em Kinshasa pelos golpistas em Janeiro de 1961 e assassinado no Catanga, alguns dias depois, para onde foi levado pelas tropas mobutistas. A União Soviética acusou os EUA e a Bélgica da sua morte, anunciada em 10 de Fevereiro de 1961. Os assassinos negaram. Mentira dos comunistas! Anos mais tarde (Fevereiro de 2002) o governo belga assumiu responsabilidades no assassinato do líder congolês. Em julho do mesmo ano, foram publicados documentos pelos EUA revelando o papel da CIA  no assassinato de Lumumba. Carlucci, o sócio de Mário Soares, não brincava em serviço.

Angola | Candidatos ao Martírio – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Uma coligação apresentada como invencível foi derrotada em Angola. Os presidentes Nixon (EUA), Spínola (Portugal) e Mobutu (Zaire hoje RDC) decidiram afastar o MPLA do processo de descolonização. Para isso invadiram e ocuparam o Norte de Angola silenciosamente. Agostinho Neto convocou a Resistência Popular Generalizada. Os agressores convocaram mercenários de várias nacionalidades, restos dos fascistas portugueses e tropas da África do Sul. Foram derrotados. Tudo começou em 1974, há 50 anos. 

Hoje é tempo de refletir sobre esses acontecimentos. Os EUA foram derrotados em Angola. Como foi possível um povo praticamente desarmado, submetido durante séculos à dominação estrangeira, derrotar a maior potência militar do mundo e seus aliados? Resposta: A Visão estratégica de Agostinho Neto. A base social de apoio do MPLA era todo o Povo Angolano. A direcção militar de comandantes experimentados durante 13 anos de luta armada contra o colonialismo. Tudo junto dá 70 por cento. 

Os 30 por cento que faltam foram decisivos: Apoio político e militar dos países amigos. Em África destaque para a República Popular do Congo, Argélia, Zâmbia e Tanzânia. Na Europa União Soviética e outros países do Leste mais a Jugoslávia. Na Ásia República Popular da China e Coreia do Norte. Na América, Cuba. Quanto mais os países da coligação se esforçavam por vencer, mais cara lhes saía a derrota. 

Em 1975 a coligação alargou-se a praticamente todas as grandes potências do ocidente. A Resistência Popular Generalizada aguentou o embate em 70 por cento. O apoio dos países amigos (30 por cento) ditou mais uma derrota, desta vez muito expressiva. O movimento de libertação que queriam ver fora do processo de descolonização ganhou ainda mais apoio popular. Agostinho Neto proclamou a Independência Nacional em 11 de Novembro de 1975. Nessa altura entrevistei o Comandante Yasser Arafat e ele leu correctamente o que se passava em Angola: A luta do Povo É Invencível! 

 Já sabíamos. Agostinho Neto, em Dala Tando, com as tropas invasores no Lucala, disse que “somos milhões e contra milhões ninguém combate”. Caso se atreva é derrotado.

Depois da Independência começou a Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial. A mesma coligação colocou no terreno as tropas da África do Sul, uma grande potência militar. Serviu-se da UNITA como biombo. Criaram o acampamento militar da Jamba. Até deram mísseis Stinger ao criminoso de guerra Jonas Savimbi. Mais uma vez foram derrotados. Mas desta vez a derrota atingiu o regime racista de Pretória.

Guerra ao nosso redor

Alfredo Martirena, Cuba | Cartoon Movement

Qual o caminho a seguir?

O debate sobre Israel como 'porta-aviões dos EUA'

Diana Johnstone responde aos comentários dos leitores sobre “O mito de Israel como 'porta-aviões dos EUA'”, um artigo que ela escreveu recentemente em coautoria com Jean Bricmont. 

Diana Johnstone* | Especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Como era de esperar, dada a extrema complexidade da relação EUA-Israel, o nosso recente artigo sobre “ O mito de Israel como 'porta-aviões dos EUA' no Médio Oriente ”, longe de resolver esta questão controversa, suscitou inúmeras objecções. Vemos estas divergências como um convite à resposta, na esperança de que um debate amigável possa contribuir para o esclarecimento das questões.

A imagem do porta-aviões

Um leitor pergunta-nos diretamente “de que indivíduo ou entidade a citação ‘O mito de Israel como “porta-aviões dos EUA” no Médio Oriente” foi emprestada ou atribuída?” 

Não existe uma resposta única, na medida em que esta imagem é utilizada com bastante frequência, originalmente por defensores da aliança EUA-Israel, para justificá-la. Que os sionistas façam esta afirmação é de esperar, e não é mais credível do que as suas outras reivindicações.

O nosso questionamento desta expressão dirige-se principalmente aos amigos pró-Palestina, geralmente na esquerda, que aceitam e difundem a crença de que Israel é um “ativo estratégico” dos EUA, geralmente significando que contribui para o controlo dos EUA sobre o petróleo do Médio Oriente. 

Esta suposição baseia-se frequentemente na noção de que uma potência capitalista deve agir no seu próprio interesse económico e, portanto, não pode ser enganada pela ideologia ou pelo suborno para agir contra os seus próprios interesses. 

Não querendo envolver-nos em ataques ad hominem contra comentadores com quem concordamos em grande parte sobre quase tudo o resto, temos sido relutantes em citar nomes. Mas aqui vai: um exemplo perfeito é uma entrevista recente com o excelente economista Michael Hudson feita por Ben Norton. Ambos se identificam como marxistas. A entrevista deles é intitulada “Israel como porta-aviões pousado”.

Norton inicia a sua entrevista citando a notória declaração de Biden: “se não houvesse Israel, teríamos que inventar um”. 

Michael Hudson retoma o tema. Ele sublinha que o apoio dos EUA a Israel “não é altruísta” (sem dúvida) e fornece a sua própria explicação.

“Israel é um porta-aviões que pousou no Oriente Próximo. Israel é o ponto de partida para a América controlar o Próximo Oriente… Os Estados Unidos sempre consideraram Israel apenas como a nossa base militar estrangeira…” 

Sua justificativa inicial para esta afirmação é histórica. 

“Quando a Inglaterra aprovou pela primeira vez a lei dizendo que deveria haver um Israel, a Declaração Balfour, foi porque a Grã-Bretanha queria controlar o Próximo Oriente e os seus fornecimentos de petróleo…”

No entanto, sustentamos que as razões para a Declaração Balfour (discutidas detalhadamente no livro de Alison Weir que citamos) estão há muito desactualizadas e não podem explicar a actual devoção oficial dos EUA a Israel.

Quando Israel surgiu, após a Segunda Guerra Mundial, os EUA tinham efectivamente assumido o controlo da região e das suas fontes de petróleo e não tinham nenhum interesse particular em Israel.

Democracias da NATO colocam russos sob a mira de armas para impedir eleições

South Front | # Traduzido em português do Brasil

Kiev e os fomentadores da guerra da NATO estão a atropelar-se tentando impedir as próximas eleições na Federação Russa. Os terroristas continuam a assassinar as regiões que perderam, bombardeiam constantemente pequenas aldeias fronteiriças e retomaram ataques massivos de drones no continente russo. Agora, a “melhor democracia do mundo” do regime de Kiev, sob o controlo do Ocidente, colocou os russos sob a mira de uma arma para os forçar a boicotar a votação.

Na noite de 12 de março, a Ucrânia lançou novas ondas de ataques com drones nas áreas de retaguarda russas. Pelo menos 25 UAVs foram destruídos em sete regiões russas, incluindo a capital. Como resultado do ataque massivo, ocorreu um incêndio em um depósito de combustível na cidade de Orel. Todos os outros danos foram evitados, mas os ataques dos drones não pararam.

Os militares ucranianos também atacaram a região fronteiriça de Belgorod com o Vampire MLRS de fabricação tcheca e os obsoletos mísseis Tochka-U de fabricação soviética. As forças de defesa aérea russas os repeliram.

Os ataques massivos visavam cobrir as operações terrestres ucranianas através da fronteira.

As forças russas revelaram os preparativos ucranianos para os próximos ataques há alguns dias. Ataques de precisão têm atingido a acumulação de equipamento e mão-de-obra ucraniana nas zonas fronteiriças.

O ataque provavelmente estava planejado para ocorrer na manhã de 11 de março, mas os ataques russos destruíram o grupo ucraniano quando este estava formando as fileiras.

Na manhã de 12 de março, a Ucrânia tentou novos ataques. A infantaria ucraniana, apoiada por tanques e diferentes sistemas de artilharia, tentou entrar no território da região de Belgorod, alegadamente em 8 áreas diferentes.

Como sempre, as operações terrestres foram acompanhadas por uma grande campanha mediática. Antes de as forças ucranianas chegarem à fronteira, a mídia ucraniana correu para reivindicar o controle de uma pequena aldeia russa e compartilhou vídeos falsos das supostas vitórias. Ao meio-dia, os militares ucranianos ganharam vários novos pontos de vista nas redes sociais, mas não conseguiram conquistar novos territórios.

Estas operações são coordenadas pela Direcção Principal de Inteligência da Ucrânia, que está sob o controlo total dos serviços especiais estrangeiros. Kiev lançou na batalha seus fantoches favoritos do chamado Corpo de Voluntários Russos, da Legião da Liberdade da Rússia e do Batalhão Siberiano. Kiev declara oficialmente que estas formações supostamente agem de forma independente e não estão sob controle ucraniano, o que é uma mentira. Na verdade, as alegadas unidades russas incluem apenas alguns homens com passaportes russos, que são amplamente promovidos como líderes. O seu principal efetivo consiste em soldados disfarçados da NATO e ucranianos.

Os agressores declaram abertamente o seu objectivo de impedir as eleições. Compartilhando vídeos promocionais pretensiosos com frases banais da propaganda ocidental, eles ameaçam os russos de que virão votar com suas armas. A sua principal tarefa é provavelmente assumir o controlo de qualquer acordo com uma assembleia de voto para realizar mais ataques aos meios de comunicação social. As eleições presidenciais na Rússia começam em 15 de março e duram até 17, é provável que ocorram mais provocações terroristas da OTAN e de Kiev.

Ler/Ver em South Front:

Drones e mísseis russos retornaram à Ucrânia Ocidental

Batalhas navais da guerra na Ucrânia

Rússia pronta para usar armas nucleares se for ameaçada

O presidente Vladimir Putin afirmou que a tríade nuclear russa, ou seja, as três formas de lançar armas nucleares, por terra, mar e ar, é "muito mais" avançada e moderna que a dos Estados Unidos.

A Rússia está pronta para usar armas nucleares se houver uma ameaça ao Estado, à soberania ou à independência do país, declarou o Presidente russo, numa entrevista transmitida esta quarta-feira na televisão estatal. Vladimir Putin disse esperar que os Estados Unidos evitem qualquer escalada que possa desencadear uma guerra nuclear, mas sublinhou que as forças nucleares da Rússia estão prontas.

Questionado se alguma vez considerou usar armas nucleares na frente de batalha na Ucrânia, o líder russo respondeu que não havia necessidade.

"Por que deveríamos utilizar meios de destruição em massa? Nunca houve tal necessidade", declarou, antes de destacar que a doutrina militar russa prevê o uso de armas desse tipo apenas se a existência da Rússia estiver ameaçada ou no caso de "um ataque à soberania e independência".

O presidente Vladimir Putin afirmou que a tríade nuclear russa, ou seja, as três formas de lançar armas nucleares, por terra, mar e ar, é "muito mais" avançada e moderna que a dos Estados Unidos.

"A nossa tríade, a tríade nuclear, é mais moderna que qualquer outra tríade. Apenas nós e os americanos temos estas tríades. E nós avançamos muito mais aqui", disse.

Os Estados Unidos "estão a desenvolver os os seus componentes, nós também, na minha opinião isso não significa que queiram iniciar uma guerra nuclear, mas se quiserem (...) estamos prontos", acrescentou.

Putin também expressou confiança de que Moscovo alcançará os objetivos na Ucrânia, mas disse estar aberto a negociações, acrescentando que qualquer acordo exigiria garantias firmes do Ocidente.

"Estamos preparados, mas apenas para negociações que não se baseiem em alguns desejos após o uso de psicotrópicos, mas nas realidades que foram criadas, como dizem nestes casos, no terreno", frisou.

Putin tem repetidamente descrito o Governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, como "um grupo de toxicodependentes e neonazis".

Na mesma entrevista, o Presidente da Rússia acusou a Ucrânia de lançar ataques em solo russo numa tentativa de interferir nas eleições presidenciais marcadas para 15 e 17 de março.

Várias regiões russas, nomeadamente Belgorod e Kursk, na fronteira com a Ucrânia, foram alvo de múltiplos ataques de drones [aparelhos aéreos não tripulados] ucranianos pelo segundo dia consecutivo, tendo como alvo infraestruturas de energia.

Uma refinaria de petróleo foi alvo de um drone esta madrugada, em Ryazan, a cerca de 200 quilómetros a sudeste de Moscovo, num ataque que causou feridos e desencadeou um incêndio, disse o governador regional.

Quase 60 drones atingiram também outras regiões russas, incluindo Belgorod, Bryansk, Kursk e Voronezh, todas na fronteira com a Ucrânia, sem causar feridos, de acordo com as respetivas autoridades regionais.

Na terça-feira, voluntários russos que lutam pela Ucrânia também alegaram terem-se infiltrado na Rússia e assumido o controlo de uma aldeia fronteiriça na região de Kursk, uma incursão que o exército de Moscovo garantiu ter repelido.

Estes ataques podem ser explicados de uma "forma muito simples. Tudo isto está a acontecer num contexto de falhas [ucranianas] na linha da frente", disse Putin.

"No entanto, o objetivo principal, não tenho dúvidas, se não conseguirem minar as eleições presidenciais na Rússia, é pelo menos tentar impedir de alguma forma os cidadãos de expressarem a sua vontade", garantiu o líder russo.

Vladimir Putin, no poder há mais de duas décadas e candidato à reeleição, é o favorito nas presidenciais, na ausência de qualquer oposição.

A eleição deverá manter Putin no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, graças a uma alteração constitucional feita em 2020.

Diário de Notícias com AFP

Catarinas, não falem das pobrezas idas, atuais e futuras do Alentejo. Nem de Portugal

Bom dia. Expresso Curto por Liliana Valente, alentejana orgulhosa, lúcida, contida - dá para perceber - e retratista daquele rincão de gente quase sempre protelada para abandono e maus agoiros, para o esclavagismo dos latifundiários que tanto semearam a fome por ali. Isso já lá vai, dirão muitos. Não, hoje com antes a exploração reina colada ao chão do Alentejo. Agora são superiormente explorados e escravizados os imigrantes com tratos de sub-humanos. O tempo parou e tudo está como era porque uns quantos 'prantaram' o tempo 'quedo', como antigamente. A apregoada democracia, o Estado de Direito e a legalidade protetora dos Direitos Humanos é parca ou inexistente. 25 de Abril? Nem sempre. Em muitas vertentes no Alentejo e no País.

Liliana avança e expõe a leveza do pensamento sobre planícies lindas e sobre chaparros que são cada vez menos. Convida-se a não perderem mais tempo a partir deste parágrafo de nossa lavra PG. O Curto da referida autora vem a seguir e pelo meio vão encontrar o "Alentejo da Minha Alma" interpretado por Luís Piçarra, um grande do século passado a semear saudades de meninices que nas cidades e na capital, choravam às escondidas pelo nosso Alentejo e pelo nosso País. Pelos portugueses e por todos os escravizados... Ainda hoje continuamos a chorar num pranto silencioso por causa do abandono e do esclavagismo implementado por raízes seculares da exploração do homem pelo homem. Liberdade? Democracia? Justiça? Isso é coisa prometida mas só muito raramente praticada.

Bom dia e uns picos de porco à moda do sul alentejano e saudavelmente mouro - como os do norte de Portugal nos chamam. Os tais conservadores e reacionários sempre - fora as parcas exceções.

Ouvidos, olhos e mentes atentas. Vem aí o Alentejo com alma. 

Bom dia, se conseguirem.

MM | Redação PG

 

Portugal | Golpe de Estado

Não é hora de rodriguinhos, de tiradas politicamente correctas, de hipérboles linguísticas, de palavras mansas.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

O que aconteceu durante os últimos meses teve um desenvolvimento dramático no domingo 10 de Março, e consumou um golpe de Estado; abrem-se problemas e situações ainda mais nefastas para o povo português.

Um golpe de Estado não acontece apenas quando esbirros de um qualquer Pinochet, movidos pelos fascistas do neoliberalismo económico, instauram um regime político militarizado para que um país e o seu povo sejam despojados de vidas, bens e direitos. Golpe de Estado é também aquilo que está a acontecer em Portugal desde 2022, através de interferências desnecessárias no chamado «regime democrático». Se é ou não é plenamente democrático sabemos perfeitamente que não, mas deixemos por ora isso de lado para posteriores considerações.

Sem qualquer carga simbólica, mas porque este desfecho é perseguido há 50 anos, com rampa de lançamento em 25 de Novembro de 1975, o afilhado do último ditador abriu terreiro para que as bestas derrotadas em 25 de Abril de 1974 voltem a ter poderosas rédeas de poder em Portugal.

Em duas eleições que decidiu ordenar à revelia dos portugueses e de quaisquer normas democráticas, o venerando Chefe de Estado, espécie de Thomaz com a agravante de ter capacidade de intervenção determinante nos centros de decisão, deu asas ao fascismo lusitano permitindo a multiplicação por 27 das representações dos seus heterónimos na Assembleia da República, bastante mais semelhante agora a uma Assembleia Nacional. Se o leitor não fez as contas saiba que a IL, o salazarismo snob, cresceu oito vezes, de um para oito deputados, em 2022, mantendo agora esse grupo: o salazarismo caceteiro, tão acarinhado pelos meios de intoxicação social levando em triunfo o trauliteiro da bola reconfigurado em picareta falante sob os sorrisos babados de oligarcas e especuladores domésticos e estrangeiros, cresceu doze vezes em 2022 e quadriplicou a sua representação no passado domingo, atingindo 48 deputados.

Portugal | Bloco quer convergência na oposição e vai reunir com partidos

Mariana Mortágua anunciou que o Bloco pediu reuniões ao Partido Socialista, PCP, Livre e PAN para “analisar os resultados das eleições e debater os elementos de convergência futura, na oposição ao novo governo e na definição de alternativas para o país”.

Numa mensagem de vídeo divulgada esta terça-feira, Mariana Mortágua analisou o resultado das eleições do passado domingo e apontou caminhos de unidade à esquerda para o futuro.

De acordo com a coordenadora bloquista, “as eleições de domingo mudaram a face política do país” e “o resultado da AD e a subida da extrema direita colocam Portugal sob o risco de um retrocesso conservador que ameaça os direitos sociais.”

Por isso, defende que “os partidos do campo democrático, ecologistas e da esquerda devem manter abertas as portas do diálogo e procurar a máxima convergência na defesa do que é essencial”. E frisa: “Não abdicamos de nada. Nem da memória, nem do futuro, nem do Estado social, nem do objetivo da igualdade”.

Mariana Mortágua anunciou que o Bloco pediu reuniões ao PS, ao PCP, ao Livre e ao PAN. O objetivo dos encontros será “analisar os resultados das eleições e debater os elementos de convergência futura, na oposição ao novo governo e na definição de alternativas para o país". 

"E, claro, garantir que, juntos e juntas, faremos manifestações históricas, em todo o país, no próximo dia 25 de abril”, concluiu a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Esquerda.net

 

Portugal | O último alentejano

Henrique Monteiro | HenriCartoon

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