sexta-feira, 8 de março de 2024

Temível turbo eleitoral acusa belicismo ocidental

Os líderes políticos ocidentais estão a cavar um buraco mais profundo para o seu eventual colapso.

Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Os estados ocidentais enfrentam uma crise política aguda, em que os seus partidos e líderes governantes estabelecidos lutam pela sobrevivência no meio de uma grave perda de legitimidade aos olhos dos seus eleitorados.

Nos Estados Unidos, o atual presidente Joe Biden está disputando a reeleição em novembro, com números historicamente mais baixos nas pesquisas para um ocupante da Casa Branca.

Entretanto, em toda a União Europeia, os partidos e líderes do governo estão preparados para uma derrota nas eleições parlamentares de Junho.

As raízes desta perda de legitimidade sem precedentes entre as instituições políticas ocidentais são múltiplas. Mas certamente uma das causas é a hipocrisia dos líderes ocidentais que agora foi exposta. Como podem as figuras políticas esperar ter alguma autoridade moral quando são vistas como mentirosos inveterados e corruptos descaradamente?

Os governos ocidentais e os seus meios de comunicação servis dão palestras sobre “democracia”, “direitos humanos” e defesa da “lei e da ordem”. Afirmam ser motivados por tais princípios no seu apoio à Ucrânia contra a alegada agressão russa. No entanto, estes mesmos governos são cúmplices do genocídio dos palestinianos em Gaza através do seu apoio inabalável ao regime israelita.

Os líderes ocidentais foram fatalmente expostos e comprometidos pelo conflito na Ucrânia e em Gaza. A contradição é terminal.

Quebra-cabeça 3D do conflito no Oriente Médio

Oriental Review | # Traduzido em português do Brasil

O ataque do Hamas a Israel em 7 de Outubro incitou mais um grande conflito no Médio Oriente. Envolveu não só todos os países da região, mas também os principais intervenientes internacionais que têm interesses adquiridos nesta área significativa, uma vez que serve como uma fonte crucial de hidrocarbonetos. É evidente que nem um movimento político nem extremista poderia ter planeado secretamente um ataque tão complexo e extenso na área limitada da Faixa de Gaza. Esta região é monitorizada de perto não apenas pela inteligência israelita, mas também pelas agências das principais potências mundiais.

Para compreender o cenário atual, é necessário examinar a fase atual do confronto no Oriente Médio no que diz respeito aos interesses e ações dos diferentes estados, partidos políticos e movimentos que estão direta ou indiretamente engajados.

Israel

O actual primeiro-ministro de Israel e líder do partido Likud, B. Netanyahu, é fortemente veemente na sua oposição ao conceito de um Estado palestiniano separado. Por mais estranho que possa parecer, os falcões israelitas acreditam que a preservação do Hamas garante que a Palestina não alcançará a independência. As acções terroristas levadas a cabo pelos membros mais radicalizados do Hamas deveriam impedir quaisquer acordos palestinianos-israelenses apoiados pela “esquerda” israelita e pelos líderes da Fatah, orientados para o tratado, os representantes internacionalmente reconhecidos da Palestina. Em Março de 2019, por exemplo, Netanyahu defendeu pessoalmente a ideia de financiar o Hamas no parlamento israelita, explicando-a como uma medida para impedira independência da Palestina .

Além disso, a actual escalada ofuscou a grave crise política interna em Israel desencadeada pela reforma judicial do governo Netanyahu, que limita os poderes do poder judicial e a sua autoridade para anular decisões governamentais. Estas medidas visavam principalmente capacitar o poder executivo para abordar a “questão palestina” pela força. Numerosos e prolongados protestos contra tais acções, nos quais participaram representantes de praticamente todos os grupos sociais, incluindo funcionários públicos, ameaçaram a demissão dos falcões liderados por Netanyahu e um regresso às negociações sobre o Estado palestiniano, que eles vêem como o principal ameaça aos interesses nacionais do país. Os principais meios de comunicação ocidentais publicaram que TelAviv sabia dos ataques iminentes do HAMAS e não conseguiu evitá-los , o que também apoia a sugestão de que o governo de Netanyahu está a utilizar a crise para fins políticos internos.

Outro factor que serviu de gatilho para a intensificação foi a ideia palestina de começar a desenvolver campos de gás nas águas costeiras (de acordo com o US Geological Survey, as reservas de gás são estimadas em cerca de 40 mil milhões de m 3 ) da Faixade Gaza . Para este fim, a liderança palestiniana tentou a cooperação internacional com parceiros britânicos, turcos, egípcios e russos. Este cenário poderia potencialmente oferecer financiamento a longo prazo para o desenvolvimento do Estado palestiniano e eliminar a dependência do HAMAS do financiamento externo, que é visto como uma ameaça inaceitável aos interesses de Israel pela direita israelita. É provável que se espere que o exército israelita conduza mais do que apenas ataques “normais” à Faixa de Gaza. Provavelmente terão como objectivo controlar uma parte significativa do seu território para evitar quaisquer novas reivindicações palestinas sobre os campos de gás na área.

Os motivos políticos externos/internos listados e o factor económico podem explicar a posição dura e intransigente demonstrada pela actual liderança israelita neste conflito.

Esta não é a ‘guerra de Netanyahu’, é o genocídio de Israel

A catástrofe que estamos a testemunhar na Palestina não pode ser atribuída a um único mau líder.

Ahmad Ibsais* | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Não culpo Benjamin Netanyahu. Não culpo o primeiro-ministro israelita pelo que está a acontecer ao meu povo. Não o culpo hoje, pois as bombas israelitas destroem todos os cantos de Gaza e crianças morrem sob os escombros. Também não o culpei em 2013, quando tive de assistir ao massacre do meu povo em Gaza no noticiário da noite.

A minha mãe não o culpou quando franco-atiradores empoleirados nos telhados dispararam contra ela enquanto ela tentava ir para o trabalho na Cisjordânia. Meu avô, que Deus o tenha, também não o culpou porque ele morreu sem nunca mais retornar às terras que os colonos roubaram dele na década de 1980.

Para mim, para a minha família, para o meu povo, o que estamos a testemunhar hoje na Palestina não é “a guerra de Netanyahu”. Não é sua ocupação. Ele nada mais é do que mais uma engrenagem na implacável máquina de guerra que é Israel.

No entanto, se perguntarmos aos senadores Bernie Sanders ou Elizabeth Warren, os supostos defensores dos direitos palestinos e do humanitarismo progressista nos Estados Unidos, tudo o que nos aconteceu nos últimos 75 anos, e tudo o que nos acontece hoje, pode ser atribuída a um homem, e apenas a um homem: Netanyahu.

Sanders chama insistentemente o actual ataque israelita a Gaza de “guerra de Netanyahu” e exige que os EUA “não dêem a Netanyahu nem mais um centavo”. Entretanto, Warren denuncia “a liderança falhada de Netanyahu” enquanto apela a um cessar-fogo.

Para estes senadores progressistas, a causa de toda a dor e sofrimento na Palestina é clara: um primeiro-ministro de extrema-direita e agressivo, determinado a continuar um conflito que o mantém no poder.

O PALHAÇO CAVACO ELEIÇOEIRO E RESSUSCITADO... MAS MAIS MÚMIA EM 2024

Até sempre 

- do imperdível We Have Kaos in the Garden, em 25 de outubro de 2013

Hoje fiz o Palhaço Silva mas não para falar dele mas porque há alturas em que me sinto como se fosse  eu o palhaço. Quando isso acontece por acção dos bandalhos que tomaram o poder neste país não lhes ligo muita importância e normalmente tiro-lhes aqui uma "fotografia", mas quando isso se passa e são pessoas por quem eu tenho alguma consideração que me fazem sentir assim fico triste e desanimado. Se há coisa que me custa é a mentira, a hipocrisia e a cobardia daqueles a quem respeito e já apertei a mão com sinceridade e franqueza. Mas a vida é mesmo isto e todos os dias nos vemos confrontados com actos de gente que nos surpreendem e maravilham e outros que nos desiludem e entristecem.

Talvez esta introdução seja uma justificação para mim mesmo para poder parar com este blog. Já não é a primeira vez que o penso fazer e que até o decido mas pouco tempo depois acabo por voltar. Muito provavelmente será mais uma dessas vezes. Não sei, mas sinto que é altura de parar ou pelo menos fazer uma pausa. Se vai ser por um dia, uma semana, um mês ou mais não sei, mas quero agradecer a todos aqueles que com as suas visitas, os seus comentários e a sua simpatia me ajudaram a fazer este blog todos os dias já vai para 8 anos. Para todos um grande abraço e um até sempre. 

Portugal | A geringonça como referência

Miguel Guedes* Jornal de Notícias | opinião

Último dia antes do sábado de reflexão final. Triste sina a daqueles que votaram antes do tempo - no contraponto da indecisão que ainda teima em abalar 15 a 20% dos eleitores - impossibilitados, por decisão individual, de votar sem a ponderação desta última semana de campanha. Perderam os derradeiros jogos florais mas ganharam em convicção. Valentes e certeiros. Tudo o que se passa nas últimas horas de campanha é o desenrolar do aperto, respostas reactivas e nervosas aos números das sondagens que, sabemos bem, valem o que valem mas afligem. O Chega invadiu o recreio e desfaz-se em contradições, a AD sente-se vitoriosa apesar das “red flags” vermelhas e históricas que agitou nos últimos dias, o PS reapresentou António Costa pouco antes do final do filme, IL/BE/ CDU/PAN/Livre tentam ganhar relevância na interpretação do melhor papel secundário. Está a chegar uma noite de eleições que será de Oscars e de futebol português em aperto de calendário. Um domingo gordo que se precipitará para uma segunda-feira de balanços finais.

Nunca a interpretação foi tão permanente, nunca o juízo foi tão valorado, nunca a amplificação das tendências foi tão vasta. Nunca houve, também, comentário político tão alinhado e desequilibrado. Em 2023, contas feitas ao espectro de comentário político nas televisões portuguesas, a Direita vence por números esmagadores: 37 contra 25 comentadores. Mulheres são apenas 24%. Aos domingos, Paulo Portas e Marques Mendes em canal aberto. Nesta campanha eleitoral, como qualquer zapping atento torna perceptível, à excepção do agora habitual equilíbrio da RTP, cerca de 80% dos comentadores são de Direita. Se tempos houve (por exemplo, em 2016) em que a Esquerda conseguia alguma paridade nas televisões, o contexto actual é de uma assimetria evidente que mina a pluralidade, a democracia e um julgamento de equilíbrio. Raramente há contraditório, há tiro ao alvo.

Olhar para o espectro da indecisão ajuda a adensar as dúvidas sobre as soluções governativas. Depois da dinamitação das sondagens que previam um empate técnico (ou até a vitória do PSD) e deram de caras com um choque de realidade numa maioria absoluta do PS em 2022, ninguém arrisca acreditar em prognósticos. Todo este jogo, entre parágrafos e notícias antecipadamente escritas, atirou a política para um campo minado onde ninguém aposta num cenário de estabilidade mesmo após a ida às urnas. A reedição da velha “geringonça” foi e será, ainda assim, a referência mais provável para quem almeja tempos de estabilidade. Agora, com alguém que nela acredita, ao contrário de António Costa. Aí, Pedro Nuno Santos convence por convicção e peso da História. Era ele, de facto, o “primeiro-ministro da geringonça” de Costa.

* Músico e jurista

Portugal - Eleições | Votem bem. Muito, muito, mesmo muito bem. É urgente!

Até que enfim. Segundo informam a Campanha Eleitoral acaba hoje. Há dois meses que anda por aí, uns dias mais e outros menos. Está provado que o que prometem não cumprem e que quem é enganado seriamente são os que estão na mó de baixo e são incessantemente explorados e oprimidos com falsas alegações de defesa da democracia e do Estado de Direito. De direita, deviam dizer e esclarecer. Alegam que é o esclarecimento a finalidade das campanhas. Pois, mas ficámos a saber quase o mesmo. Não esqueçam que estamos nos tempos da chamada Geração Rasca. A falta de qualidade e os mergulhos nas balelas imperam. São políticos de ações rascas subsidiados pelos mais ricos, Champalimauds, Pedrosas e outros que tais. Os mais endinheirados, os mais saudosistas do salazarismo fascista e obscurantista. São esses, principalmente, que andam em campanha eleitoral anos depois de terem aderido às juventudes partidárias à esquerda, ao centro e à direita. Agora até existem Chegas e outros vincadamente fascistas da modernidade... E lá recebem uns dinheiritos para enganar a toda a força os portugueses nada ou menos avisados. Uns nojos, como sempre outros anteriormente o foram. 

Cinquenta anos após o 25 de Abril de 1974 é o que temos. Imensos democratas e antifascistas hão-de estar a dar reviravoltas nas campas. Vamos ver o retrocesso deste país então livre e democráticozinho nesta marcha de 'Oh Tempo Volta P'ra Trás' como cantava o António Mourão. O dia de cercear a liberdade a quem cantar 'Grândola Vila Morena', do Zeca e outras, está a chegar. Pela socapa até já chegou. Tenham vergonha portugueses, pelo vosso amorfismo e ignorância da história.

Não está tudo dito mas para bom entendedor já basta. São vocês, mais jovens que os da geração de Abril, que cá ficam. Preparem-se para sofrerem a sério por serem tão carneirinhos e tão consentâneos com os fascistas da nossa Pátria e na UE. Eles andam aí e a maioria ainda está disfarçada. Mas hão-de sair plenamente da casca. Desenrasquem-se. Lutem, como os de há décadas atrás fizeram. Boa sorte e melhores sabedorias.

E agora a seguir eis o Curto do Expresso. Vão nessa, meus grandes candidatos a sofredores da exploração e da opressão carregadas de loas. Essa já é a realidade que passa sobre as vossas mentes e os vossos corpos. Assim será até ao âmago.

O Curto, a seguir. Votem bem. Muito, muito, bem. É urgente!

MM | Redação PG 

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES DEVE SER TODOS OS DIAS -- RESPEITO!


A igualdade entre mulheres e homens é, ainda, um mito – não existe num único país! As mulheres constituem 52% da população portuguesa e mundial e têm condições de vida desiguais face aos homens. E há grandes discrepâncias entre a legislação e a realidade. As evidências destas afirmações estão bem patentes nas estatísticas.

No Mundo:

Cerca de 440 milhões de mulheres e raparigas vivem com menos de 1€ e 50 cêntimos;

1 em cada 5 mulheres foi alvo de violência física e/ou sexual em relações de intimidade nos últimos 12 meses;

750 milhões de mulheres e raparigas estava casada antes de completar 18 anos;

Cerca de 120 milhões de mulheres e raparigas em 30 países foi mutilada genitalmente;

De acordo com o relatório europeu de progresso sobre o combate ao tráfico de seres humanos (2016), em 2013-2014 foram registadas 15 846 vítimas; 67% traficadas para fins de exploração sexual e 21% para fins de exploração laboral. 95% das vítimas traficadas para fins de exploração sexual são mulheres e raparigas.

Em Portugal:

As mulheres apenas representam 33% das/os deputados/as à Assembleia da República (2015), 10,4% das/os Presidentes de Câmara (2017) e 30,5% do Governo;

No mercado de trabalho, as mulheres ganham em média menos do que os homens – a diferença entre as remunerações base mensais das mulheres e dos homens é, em 2015, de 16.7%, sendo essa diferença maior entre quadros superiores (26.4%);

A taxa de emprego é superior nos homens em 6,8 pontos percentuais (2016);

Cerca de uma em cada seis mulheres em Portugal já foi assediada sexualmente no local de trabalho;

Em 2015, a taxa de risco de pobreza das mulheres é superior à dos homens em 1.4 pontos percentuais;

Em estruturas de tomada de decisão económica as mulheres constituem 7% membros executivos versus 93% de homens; e nos órgãos de fiscalização das empresas cotadas em bolsa, as mulheres representam 11% e os homens 89%. No setor empresarial do Estado, as mulheres representam apenas 28% nos órgãos de administração versus 72% de homens, sendo que ao nível do sector empresarial local as mulheres representam 20% versus 80% de homens (2017);

Estima-se que cerca de 1 milhão e 400 mil mulheres em Portugal com 15 e mais anos já tenha experienciado violência sexual e/ou física;

Em 2016, mais de 2 mulheres por dia apresentaram queixa por crime de natureza sexual à polícia. 57% das violações foram perpetradas por homens familiares ou conhecidos das vítimas;

Estima-se que entre 60% e 90% das pessoas prostituídas foram submetidas a abuso sexual e a violação na infância. Um estudo de 2010 aponta para que, em Portugal, 94% das mulheres prostituídas inquiridas tenham sido vítimas de algum tipo de violência nas práticas prostitutivas;

Segundo o relatório sobre o tráfico de seres humanos de 2016, foram sinalizadas 228 vítimas, 67% para fins de exploração laboral e 15% para fins de exploração sexual (destas a quase totalidade são mulheres – aliás o tráfico de mulheres para Portugal destina-se para a exploração sexual); a idade média das mulheres é inferior à dos homens (28 e 34 anos, respetivamente).

Ler completo em Plataforma Mulheres

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