segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Após dois anos de guerra da Rússia na Ucrânia, quão forte é a unidade da OTAN?

A fadiga da guerra está a instalar-se em algumas capitais ocidentais, mas a Rússia continua a ser o inimigo para a maioria antes de uma eleição crítica nos EUA.

GiorgioCafiero | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Após dois anos de invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, a OTAN manteve principalmente a sua unidade contra Moscovo.

A aliança cresceu com a adesão da Finlândia e, provavelmente em breve, também da Suécia.

Nas capitais ocidentais, há acordo de que uma vitória russa na Ucrânia poderia alterar a ordem geopolítica internacional à custa dos interesses do Ocidente.

No entanto, existem divisões.

Enquanto os Estados Bálticos defendem um apoio europeu mais forte a Kiev, outros membros da NATO, como a Hungria e a Eslováquia, manifestaram cepticismo em relação à Ucrânia.

Os resultados das eleições realizadas no ano passado nos Países Baixos e na Eslováquia levantaram questões sobre a unidade da OTAN em defesa da Ucrânia.

Em Novembro, o Partido da Liberdade, de extrema-direita, de Geert Wilders, venceu as eleições parlamentares holandesas depois de fazer campanha a favor da redução do apoio militar de Amesterdão a Kiev.

Em Setembro, o partido da Social Democracia Eslovaca (SMER) de Robert Fico, que foi descrito como “pró-Kremlin”, obteve 22,9 por cento dos votos nas eleições parlamentares da Eslováquia, à frente de todos os outros.

Mas alguns especialistas dizem que é pouco provável que os resultados enfraqueçam a determinação global da OTAN.

As eleições foram “preocupantes porque estes líderes não aceitam certas normas europeias”, disse John Feffer, diretor da Foreign Policy in Focus, à Al Jazeera.

No entanto, Feffer não vê que as sondagens representem um “ponto de viragem” no que diz respeito à unidade da OTAN.

“Wilders, em particular, não tem maioria eleitoral suficiente – ao contrário do [primeiro-ministro Viktor] Orban na Hungria – para ignorar completamente a política holandesa do passado, as posições dos principais partidos ou a opinião pública holandesa”, disse ele.

BLOG DE GAZA: Hospital argelino sitiado | Aumenta a Resistência Árabe

Knesset expulsará membro – Dia 136

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Israel continuou a atacar Gaza e a atacar hospitais, desta vez cercando o Hospital Especializado Argelino em Abasan, a leste de Khan Yunis. 

Mísseis da resistência atingiram Israel vindos de Gaza e do Líbano, enquanto o grupo Ansarallah no Iémen anunciou uma operação contra outro navio britânico no Golfo de Aden. 

O Knesset israelita está pronto a votar pela remoção do KM Ofer Kassif, devido ao seu apoio ao processo da África do Sul em Haia. 

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 28.985 palestinos foram mortos e 68.883 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

Clique aqui para ver os blogs anteriores.

ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 13h15  (GMT+2)

MINISTÉRIO DA SAÚDE DE GAZA: 136 pacientes estão atualmente no Hospital Nasser sem eletricidade, água, alimentos, oxigênio e sem capacidade de tratamento, em meio à recusa da ocupação em trazer ajuda humanitária.

FM ISRAELITA: O presidente brasileiro Lula da Silva é considerado uma “persona non grata” em Israel, depois das declarações de Silva ontem, domingo, de que o que Israel está fazendo em Gaza é genocídio, comparando seu comportamento ao da Alemanha nazista de Hitler.

MINISTÉRIO DA SAÚDE DE GAZA: 29.092 palestinos foram mortos e 69.028 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

EQUIPE JURÍDICA DA PALESTINA NA CIJ: Israel recusou-se a negociar com base nas resoluções da ONU.

FM PALESTINA: O genocídio em Gaza é o resultado de Israel não ter sido responsabilizado.

MUNICÍPIO DE GAZA: A ocupação israelita está a destruir as instalações sanitárias da cidade, que “passa por um grave desastre”, apelando às instituições internacionais para intervirem rapidamente e limitarem a expansão do desastre e a propagação de doenças.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 11h (GMT+2)

HAMAS: A informação fabricada pela ocupação visa elevar o moral em colapso do seu exército. O fracasso da ocupação em alcançar os líderes da resistência leva-a a reivindicar realizações fictícias.

BORRELL: A maioria dos países europeus exigirá que Israel não realize uma operação militar em Rafah.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 10h (GMT+2)

AL-JAZEERA: Sirenes soaram em Kiryat Shmona e arredores na Alta Galiléia por suspeita de infiltração do Líbano.

PRCS: O combustível para gerar eletricidade no Hospital Al Amal caiu para um nível perigoso.

FM IRANIANA: O que está acontecendo com o povo palestino é um genocídio.

IRISH FM: O mundo está chocado com o nível de desumanidade em Gaza.

ANISTIA INTERNACIONAL: Israel deve pôr fim à ocupação da Palestina.

REUTERS (citando autoridades israelenses e regionais): Israel espera continuar as operações em grande escala em Gaza por mais 6 a 8 semanas.

ANSARALLAH: Realizamos uma operação contra um navio britânico no Golfo de Aden.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 09h00 (GMT+2)

MÍDIA PALESTINA: Houve vítimas em um bombardeio israelense contra uma casa a leste da cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.

AL-JAZEERA: Veículos israelenses entraram nas proximidades do Hospital Especializado da Argélia em Abasan, a leste de Khan Yunis, em meio a confrontos com a Resistência.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 08h00 (GMT+2)

EXÉRCITO ISRAELITA: O exército de ocupação israelense anunciou o fechamento de 4 eixos rodoviários principais na Alta Galiléia e nas áreas adjacentes à fronteira com o Líbano.

MÍDIA ISRAELITA: O Knesset votará hoje a proposta para remover o membro Ofer Kassif por apoiar o processo da África do Sul em Haia.

MÍDIA PALESTINA: Sirenes soaram em vários locais da Faixa de Gaza.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 07h00 (GMT+2)

EXÉRCITO ISRAELITA: O exército de ocupação israelense anunciou que um de seus soldados foi morto em batalhas no sul da Faixa de Gaza no domingo.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 02h00 (GMT+2)

MÍDIA PALESTINA: Aviões israelenses lançaram um ataque à rua Al-Jalaa, no centro da cidade de Gaza.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 01h00 (GMT+2)

MARINHA BRITÂNICA: Um acidente ocorreu na costa da cidade de Mokha, oeste do Iêmen.

Segunda-feira, 19 de fevereiro, 12h (GMT+2)

YEDIOTH AHRONOTH: O sistema de segurança israelense alertou que a Mesquita de Al-Aqsa uniria os muçulmanos contra Israel em ambos os lados da Linha Verde.

Domingo, 18 de fevereiro, 23h (GMT+2)

AL-JAZEERA: As forças israelenses prenderam o Dr. Nahed Abu Taima, diretor do Hospital Cirúrgico do Complexo Nasser em Khan Yunis.

Ler/Ver Palestine Chronicle:

Diálise, Pacientes em Terapia Intensiva morrendo – O que está acontecendo no Hospital Nasser

Ocupação de Israel é “a mais longa e mais mortal” da história – afirma a Anistia enquanto a CIJ inicia as audiências

Número de mortos ultrapassa 29.000 – No dia 136, Israel mata dezenas e ataca hospitais

Operação heróica ou história inventada? – Como Israel libertou dois cativos em Gaza

‘Como o que Hitler fez’ – Presidente Lula acusa Israel de genocídio em Gaza (VÍDEO)

Portugal - Eleições | Farsismo de Ventura dá a vitória ao PSD

Daniel Deusdado* | Diário de Notícias | opinião

1 Em vez de se solidarizar contra um certo tipo de mundo radical da politiquice, onde os filhos de adversários podem ser metidos na campanha, André Ventura preferiu humilhar Rui Tavares no debate de sexta-feira porque este defende a escola pública, mas afinal, tem filhos numa escola privada. Sabendo Ventura que, infelizmente, não há uma escola pública para filhos de pessoas que servem Portugal pelo mundo (diplomatas, políticos, etc.) e as crianças necessitam de currículos e diversas línguas-base para poderem ir mudando de país.

Sendo um homem de tão pouco mundo, Ventura deliciou-se consigo próprio a vociferar a sua ignorância sobranceira e o insulto hipócrita contra o adversário. Rui Tavares teve ali o seu momento Gandhi, não conseguindo ripostar contra tanta estupidez alheia.

Mas, bem vistas as coisas, esta tentativa de espezinhar o adversário foi provavelmente fatal para Ventura e a melhor coisa que aconteceu ao PSD. Se os indecisos de direita, e os desconfiados do PSD, ainda tinham dúvidas e viram o debate, talvez tenham ficado com mais certezas sobre como funciona o Chega. Luís Montenegro e o seu núcleo duro puderam compreender ainda melhor, em tempo real, a necessidade de um rigoroso cordão sanitário face a este “farsismo” genético.

2  Ainda assim, não podemos esquecer que chegamos aqui porque uma Justiça paralisada há décadas e de que ninguém já queria saber, está a cercar o sistema político. Um novo método, kafkiano, está em prática há mais de uma década e funciona através de um conluio entre o sistema mediático e o sistema judicial / forças de segurança. Cada parte ganha qualquer coisa: os primeiros a noticiar, ou a chegar ao local das buscas, brilham mais do que a concorrência. Em troca, pagam os favores divulgando a informação seletiva dessas mesmas fontes, condenando na praça pública quem estiver na mira das autoridades, ou tornando públicas partes dos processos que atenuam ou legitimam falhas na investigação. Hoje, a principal condenação acontece quase sempre na televisão. Depois, ficam os anos de espera como lento estertor dos acusados.

O negócio da condenação prévia funciona através da violação do segredo de Justiça, da violação da privacidade nas escutas ou buscas domiciliárias, e na degradação do bom nome e imagem de cada um dos arguidos (“suspeitos”/ “criminosos”). As partes geram entre si um sistemático tráfico de influências. Crime?

A uma escala mais pequena, qualquer português sabe que os tribunais são caros e funcionam mal. Não tanto no mais fácil - pequenos crimes - mas sobretudo nas dívidas, nos problemas com grandes empresas ou seguradoras, nos incumprimentos de senhorios ou inquilinos, nas questões de tutela familiar e adoções, etc... São muitos meses / anos até se obter uma sentença, que quase sempre surge tarde demais...

Esta inexistência da “Justiça” agravou-se ao ponto extremo em que estamos. Depois do caso “Costa”, dos passos em falso no “Influencer - Sines e Data Center”, e agora na “Madeira”, o respeito pelas investigações judiciais está comprometido. A opinião pública deixará de exigir demissões imediatas. Porque afinal, nada é confiável. É mesmo seguro pensarmos que, tivesse o caso madeirense surgido antes das buscas na residência oficial do primeiro-ministro, ainda hoje teríamos Governo.

É a degradação do sistema que coloca a válvula de escape nas mãos de um homem como Ventura. Por isso, a próxima legislatura é mesmo a última oportunidade para endireitar este sistema. Sem isso, o país não tem solução.

Jornalista

Portugal - Eleições | PS à frente do PSD, mas direita ganha vantagem à esquerda

Socialistas continuam com margem de cinco pontos sobre os sociais-democratas. Chega sólido no terceiro lugar. BE cai e CDU em último lugar pela primeira vez.

Rafael Barbosa* | Diário de Notícias

O PS de Pedro Nuno Santos (33,1%) mantém uma vantagem de cinco pontos sobre a AD de Luís Montenegro (27,7%) quando faltam três semanas para as legislativas, de acordo com a mais recente sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Ao contrário, os partidos à direita aumentam para cinco pontos a vantagem sobre os partidos à esquerda, com o Chega sólido no terceiro lugar (16,4%) e a valer quase tanto como os quatro seguintes: um BE em queda (6,3%), Iniciativa Liberal (4,9%), PAN (3,3%) e Livre (2,8%) a crescer. Em último lugar, e pela primeira vez nestes barómetros, fica a CDU de Paulo Raimundo (2,3%).

Para os três primeiros, ficou quase tudo na mesma entre janeiro e fevereiro, apesar de ter sido um período de forte agitação política e social, com os protestos dos polícias e dos agricultores e a queda do Governo Regional da Madeira (o trabalho de campo da sondagem decorreu entre 8 e 13 de fevereiro, ainda antes da decisão de libertar, sem indícios de crime, os três principais suspeitos deste caso, que envolve também o demissionário Miguel Albuquerque).

Geringonça é curta

Se estes resultados se confirmassem nas urnas, teriam o potencial de se transformar numa espécie de vitória de Pirro para o PS, uma vez que seria difícil conseguir uma maioria parlamentar com uma nova geringonça: o bloco de partidos mais à esquerda (PS, BE, Livre e CDU) soma escassos 44 pontos, que comparam com os 49 do bloco mais à direita. Mesmo com uma junção do PAN, essa eventual coligação arco-íris ficaria nos 48 pontos.

É importante acrescentar, no entanto, que para além de uma sondagem ser sempre um retrato do passado (mesmo que seja um passado recente), há vários fatores que acrescentam incerteza ao processo eleitoral e que podem fazer oscilar a balança para um lado ou para o outro: desde logo, o frente-a-frente de hoje entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro (ver páginas 6 e 7), a partir das 20.30, com transmissão pela RTP, TVI e SIC; depois, o período de campanha eleitoral que ainda temos pela frente; finalmente, os indecisos, que nesta sondagem ainda são 7,7%; e os 24% de inquiridos que só decidem o seu voto em definitivo “mais em cima” da eleição.

Portugal - Eleições | A GRANDE FINAL


Henrique Monteiro | HenriCartoon

PLANETA DESMIOLADO

Bom dia. Boa semana (não sabemos é como tal será possível). Talvez fazendo como a avestruz, enfiando a cabeça no chão, não lendo nem vendo e ouvindo as notícias sobre as novas guerras que as grandes e algumas médias potências globais se estão repelando para aprontar até transportarem o planeta e a humanidade para a Terceira Guerra Mundial. Pois. Mas isso é outro assunto. Que se lixe.

Mau. Começamos muito mal aqui pela entrada que vai desembocar no Curto do Expresso, hoje obra de Miguel Prado do famigerado Expresso do tio Balsemão Bilderberg que com vaselina ou manteiga inculcou no retrógrado salazarista e gravoso ‘lixodemocrático’ Cavaco Silva legalizar as rádios locais reservando primazia às tendências possessivas do PSD/CDS em barda, a algumas do PS e raras do PCP… Pois. Mas isso são outras histórias. Basta que se adiante que às tantas as cooperativas de rádio, com o povinho tuti-fruti que eram ‘piratas’ do éter propriedade do sistema manhoso começaram a ser ‘vendidas ao desbarato’ a uns quantos e duvidosos interesses. Até a grandes patrões do tráfico de droga – classificados de empresários lá dos sítios das regiões conhecidas e epitetadas de parvónias laranjas, azuis e rosa sitas para lá do sol-posto… Enfim. Basta, porque isso não interessa nada neste planeta sem miolos. O que interessa é abrirmos os olhos e observar-pensar que a informação tem um conveniente estatuto de barafunda para baralhar. Receita igual para a tal Justiça intocável por tão podre se encontrar, assim como a política, assim como fruta e ‘especiarias’ dos caneiros nas suas viagens para as fossas, rios e estações de tratamento. Chega!

Inteligência Artificial do Planeta Sem Miolos é abertura e trato no Curto, a seguir. Disso não percebemos nada e repudiamos vigarices como o pechisbeque destes tempos modernos. A manipulação da humanidade pelos vendilhões do templo que é este planeta desmiolado, que ganhou o freio nos dentes e galopa desenfreado rumo a abismos cujos fundos nem vislumbramos mas que bem no intimo tememos. São tantos que para não pensarmos nisso refugiamo-nos em fictícias situações e bens estares de leite e mel 'acreditando' nas patranhas que nos enfiam. Até parece que a felicidade transborda em nós por uns quantos sevandijas anunciarem os seus hiper-enriquecimentos fruto de roubos, explorações, vigarices e as tais patranhas por tudo e em tudo.

Credo! Ao que isto chegou! Que se lixe! Mais nada interessa do que fazermos de conta que esses quadros terríveis não são reais. E que o futuro não é aos deuses que pertence mas sim a nós próprios… Mas como? Pois. Isso é que estamos para saber. Talvez questionando a tal Inteligência Artificial e esperar que ela expluda devido à ausência de solução para ela mesma e assim, "com seu saber", artificialmente salvar a humanidade. Baaah...Que coisa!

Sem mais retórica passe ao Curto, a seguir. Se tiveram paciência para lerem esta prosa questionável até aqui será sinal que já está por tudo e que a sua condição e morada é a desgraça profunda e contagiante que grassa e já é peste intratável por quase todo o planeta.

Bom dia e um queijo, acompanhado de tinto Borba de há cerca de cinquenta anos. Uma pomada de fazer crescer cabelo e aniquilar as ilusões. Pois.

MM | Redação PG | imagem: Cartoon Movement, de Jorge Luis Cabrera García, Cuba

Portugal | "Há uma adesão mais precoce de crianças a grupos de pré-delinquência"

O intendente Hugo Guinote, coordenador do Policiamento de Proximidade da Polícia de Segurança Pública (PSP), é o convidado do Vozes ao Minuto desta segunda-feira.

Carmen Guilherme | Notícias ao Minuto

Hugo Guinote, oficial de Direitos Humanos na PSP e chefe da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade, é responsável pela coordenação, a nível nacional, no que diz respeito aos programas de policiamento relacionados com as vítimas especialmente vulneráveis.

Responsável nesta força de segurança pelo programa Escola Segura, fala-nos, nesta entrevista ao Notícias ao Minuto, de violência em contexto escolar, mais precisamente da prevenção da delinquência juvenil e da dissuasão ao recurso a armas brancas por parte dos jovens. 

O fenómeno do uso de armas por parte dos jovens "não é novo no mundo", mas chegou mais recentemente a Portugal, tendo havido uma subida "significativa dos dados" no período da pandemia de Covid-19, sobretudo, acredita-se, devido às redes sociais. 

Hugo Guinote, que participa também na Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e da Criminalidade Violenta, alerta que "andar armado" revela, além de "insegurança", um "sentimento de inferioridade". Para o intendente, é necessário "desconstruir a ideia da inimputabilidade", sendo "muito importante" desmistificar "a ideia de que levar uma criança a um tribunal" é "um castigo". 

O responsável admite ainda que "estamos a assistir a uma adesão cada vez mais precoce, em termos etários, de crianças a integrarem grupos de pré-delinquência" e alerta que "é falso pensarmos que é apenas nas comunidades socialmente mais fragilizadas ou mais vulneráveis onde existe" este comportamento.

A ENTREVISTA

Decorreu, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, a 2.ª edição da operação 'Violência? Hoje Não, Obrigado!'. Foram mais de 300 ações e 7000 pessoas sensibilizadas, segundo dos dados da PSP. Sai um balanço positivo desta campanha?

Sim, ainda que sejamos pragmáticos nas análises que fazemos. O que aconteceu nas escolas, nas últimas semanas, foi uma parte do puzzle. Neste, especificamente, o que as equipas do programa Escola Segura foram fazer foi, no âmbito do pilar preventivo, sensibilizar os alunos para a adoção de comportamentos de autoprevenção e de autoproteção, visando ensiná-los a identificar os momentos de conflito, as fases em que o conflito se encontra e a forma como podem sair dos conflitos, geri-los e abandonar a fase do conflito. Isso é muito importante para nós, dar aos jovens instrumentos para poderem gerir melhor os seus relacionamentos. Mas esta é apenas a parte preventiva.

O que efetivamente nos satisfaz, mas isso só podemos fazer no final do ano escolar, é uma análise de que o comportamento dos jovens se modificou. E tivemos uma descida significativa, a rondar os 56% das ocorrências em que os jovens tinham uso ou porte de armas. Isto é muito importante, comparando os dados do ano letivo 2020/2021, com o ano letivo 2022/2023. E essa, sim, é uma informação que, de facto, nos satisfez. Vamos ver como corre este ano.

Segundo aquilo que está a dizer e tendo em conta que esta foi a segunda edição, ou seja, é uma operação recente, o que é que levou a PSP a sentir que tinha de intervir em áreas tão específicas que são abordadas nesta campanha, nomeadamente a delinquência juvenil e o uso ou porte de armas?

O fenómeno em si, do uso de armas por parte dos jovens, não é novo no mundo. Começou na década de 80/90 no Reino Unido, isto falando do espaço Europeu, e depois transitou rapidamente para a Europa continental, sobretudo, para a área Central. Felizmente, em Portugal demorou muito tempo a chegar, mas nós, de acordo com os estudos que vamos sempre realizando e a monitorização que vamos fazendo dos fenómenos, já estávamos preparados para que mais ano, menos ano, isto viesse a acontecer. E, por isso, já tínhamos os nossos materiais pensados para que assim que ocorresse uma subida significativa dos dados do recurso a porte de armas, desencadeássemos este tipo de operações.

Foi isso que aconteceu no período da Covid - surpreendemo-nos um bocadinho-, mas, provavelmente, porque os jovens ficaram com mais tempo para consultar as redes sociais e deixaram-se influenciar por esses conteúdos, mimetizaram estes comportamentos no seu espaço e tivemos então esta mudança de comportamento.

O que nos preocupa porque aumenta muito o risco das consequências e, infelizmente, qualquer jovem hoje, podendo replicar este tipo de comportamento, está a correr riscos em momentos que era suposto serem de lazer, como é uma saída à noite para conviver com os amigos ou um passeio. Quando um jovem adota como um comportamento normalizado, quando um jovem acha que é normal para se divertir à noite ter de sair armado, alguma coisa tem de mudar.

AS ELEIÇÕES NA UNIÃO EUROPEIA

Celso Japiassu* | Fórum 21 | # Publicado em português do Brasil

As próximas eleições para o Parlamento Europeu, que se realizarão no próximo 26 de junho de 2024, são vistas como um teste para a União Europeia. Os resultados poderão ter um forte impacto na forma como a UE vai se governar nos próximos anos.

As previsões são incertas, mas há sinais de que a votação será um desafio para as forças pró-UE. A guerra na Ucrânia divide os europeus. Alguns defendem uma posição mais firme contra a Rússia e outros temem que isso possa levar a uma escalada do conflito. A inflação também está a aumentar, pressionando as famílias e as empresas.

Os partidos populistas e de extrema-direita poderão ser os grandes beneficiários. Eles acusam a UE de se caracterizar pela postura burocrática e de se manter distante das pessoas. Prometem lutar por uma ação “nacionalista e patriótica”.

Segundo uma recente pesquisa do Eurobarômetro, os partidos populistas e de extrema-direita têm cerca de 30% das intenções de voto. Isso significaria que teriam maior força no Parlamento Europeu e poderiam dificultar a adoção de medidas democráticas que venham a contrariar os seus interesses.

Mas é importante considerar que as pesquisas podem ser enganadoras, e que os resultados das eleições podem ser diferentes. Os partidos pró-UE e os de esquerda procuram mobilizar seus eleitores para conseguir obter uma votação maior do que atualmente esperado.

A extrema-direita cresce

O Partido Popular Europeu (PPE), considerado de centro-direita, ou seja, da direita dita moderada, é o maior partido do Parlamento Europeu, ao qual pertence a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desde 2018. Deve ser o mais votado em 2024 apesar dos sinais de que vai perder votos para os partidos de extrema-direita.

O Partido Social Democrata Europeu (PES) é o segundo maior e espera-se que mantenha a sua posição nas eleições de 2024, mas deve perder votos para os partidos verdes e progressistas.

O Partido Verde Europeu (EGP) é o terceiro maior partido e deve continuar a crescer nessas eleições diante da preocupação crescente com as questões ambientais e climáticas.

O Partido da Liberdade e da Democracia Direta (ALDE) é um partido liberal, deve manter sua posição, mas perderá parte dos seus votos para a extrema-direita.

Identidade e Democracia (ID) é um partido populista de extrema-direita, e deve crescer, beneficiando-se da polarização política na UE.

RÉQUIEM PARA A MONARQUIA

Celso Japiassu* | Fórum 21 | # Publicado em português do Brasil

Existem atualmente doze monarquias na Europa. No princípio do Século XIX, com exceção da França, todos os países europeus eram governados por monarquias. Excluindo as Américas, era também a forma de governo disseminada pelo mundo. Cinquenta anos depois e duas guerras que mudaram a face de todos os continentes, existem menos de 50, das quais dezesseis dirigidas pelo Rei Charles III da Inglaterra.

Ao lado dos percalços pelos quais passa o país depois do Brexit, que afetou a economia do reino, uma nova preocupação assalta os ingleses. O rei Charles III foi diagnosticado com câncer, está sob tratamento e reduziu suas aparições públicas. Os ingleses amam sua família real e estão preocupados.

Charles tem 75 anos e aguardou a maior parte da vida pela coroação que se deu no ano passado, depois que morreu sua mãe Elizabeth II aos 92 anos.

O próximo na linha da sucessão é o príncipe William, que tem 41 anos e é filho de Charles com a princesa Diana.

A evolução da humanidade não se dá de maneira igual na face do planeta. Em qualquer momento da História, vemos sociedades de civilização contemporânea coexistindo com outras que ainda vivem na pré-história. Convivem hoje no mundo as experiências interespaciais e da mais avançada ciência com grupamentos que se abrigam nas selvas distantes, bem longe do que se convencionou definir como sociedades civilizadas, que eles desconhecem.

Alguns povos ainda vivem nos padrões da Idade Média. Não surpreende, portanto, a existência em modernos países da Europa de monarquias geridas por uma classe aristocrática fora do seu tempo. Com hábitos e comportamentos distintos das suas populações e com a dose periódica de surpreendentes escândalos que pouco se diferenciam dos seus congêneres medievais. Não preciso falar das monarquias absolutas do Médio Oriente com seu atraso e seu rosário de crimes.

Mais lidas da semana