quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

2015, O ANO DO GRANDE AFUNDANÇO DOS PORTUGUESES. 2016, MAIS DO MESMO?




PASSADO, PRESENTE E FUTURO DE UM PAÍS À BEIRA-MAR ESPOLIADO

A terminar. Adeus 2015. Ano de excelência para políticos em conluio com a ditadura dos Mercados, das Agências de Rating, da Banca. Enfim, ano de excelência para os terroristas e ladrões que presidem, ministram, gerem, manipulam a favor dos do grande capital global, do capital nacional (por consequência). Ano excelso em Portugal para aqueles que espoliaram os portugueses até à exaustão e que em conluio com a máfia financeira sepultaram Portugal e portugueses no lodo da miséria roubando aos pobres para entregar aos ricos. Sobressaem daqui Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas como cabecilhas dos roubos perpetrados a milhões de portugueses. Serão esses que veremos um dia mais ou menos próximo serem condecorados por um qualquer dos seus cúmplices partidários e ideológicos. Cerimónia à medida de Marcelo Rebelo de Sousa, a ser eleito presidente da República em breve, como ditam as sondagens e, principalmente, toda a máquina maquiavélica de propaganda e promoção (comunicação social) que há anos transporta aquele sujeito saído das entranhas do salazarismo. Cavaco vai embora de Belém mas fica. Sai um ex-PIDE fica um doutorado em expedientes avançados e atualizados do salazarismo que lhe está nas tripas, no coração e na mete. Esse é o odor que lhe trespassa a pele. Não existe desodorizante que disfarce o pivete. É aos portugueses eleitores que compete decidir se querem substituir Cavaco Silva por Cavaco Marcelo Silva Rebelo de Sousa.

Redação PG





2015, SEQUÊNCIA DE QUATRO ANOS DE COMPLETA DEVASTAÇÃO DO PAÍS

Hélder Semedo, Coimbra

Não trago aqui a retrospetiva dos acontecimentos mais marcantes em Portugal. O que lá vai lá vai. Em 2015 fomos roubados com a pomposa classificação de contribuintes. Os golpes de mão foram de autores já conhecidos, com destaque para os mais ardilosos responsáveis pelos furtos que geraram desemprego, fome e miséria: Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, com a cumplicidade de Cavaco Silva no mais elevado grau de responsabilidades. Aqui também cabe referir outros altos responsáveis pela miséria causada: os deputados da maioria PSD / CDS.

Os roubos dos banqueiros, que levaram os bancos à falência foram cobertos pelo roubo posterior aos contribuintes portugueses. Roubo com a chancela do então governo. Vimos o festival de debulho durante os quatro anos de vigência desse governo. Fomos roubados para salvar bancos e banqueiros, senhores da alta finança, escumalha de colarinhos brancos que tem sido premiada com a impunidade proporcionada pela justiça portuguesa, que é forte com os fracos e fraca com os fortes. Fraca ou cúmplice, é igual.

Pela Europa e pelo resto do mundo também tudo isso aconteceu. Temos assistido a roubos à escala global. É a globalização. Globalização engendrada com os propósitos que estão à vista, numa versão de Robin dos Bosques inversa: roubar aos pobres para dar aos ricos. Referem produtos tóxicos que deram cabo do canastro à economia global. Referem bolhas imobiliárias. Referem todo o género de justificações ardilosas, não referem a corrupção, as operações das lavagens de capital criminosas, capital com origens em tráfico de estupefacientes, de tráfico de seres humanos, de tráfico de armamento, de medicamentos falseados, de tráfico de crianças e correlativa pedofilia, etc., etc. Nem falam dos paraísos fiscais para onde canalizam o produto dos seus crimes económicos. E esses, os criminosos, estão postados em grandes e globais empresas, em grandes e globais bancos, em maiores ou menores governos, de maiores ou menores países. A todos esses crimes a justiça dos países reage quase sempre com impunidade. Em Portugal também. Aliás, é suposto por grande parte dos cidadãos do mundo que os setores de justiça estão comprados e comprometidos. Não serão todos os operadores de justiça, apenas alguns, mas os suficientes para permitirem proporcionar a impunidades aos maiores criminosos do mundo, aos que atentam contra a humanidade. Obviamente que Portugal não é exceção. O grande capital tem as mãos sujas de fuligem dos roubos e de sangue. Em Portugal os políticos em concluio com o grande capital também estão sujos. As políticas impostas e seguidas por Passos e Portas são a prova mais que suficiente de que foram causadores da fome, miséria, violação de direitos fundamentais dos portugueses.

Os setores que asseguravam bens sociais justos, como a saúde, a habitação, os transportes, a educação, o emprego, vieram sendo destruição por via de uma alegada liberalização que roça o fascismo e não é mais nem menos que a ditadura do grande capital imposta a milhões de seres humanos. A democracia já foi. Extinguiu-se no ato da votação após campanhas manipulatórias pejadas de mentirosos, de vigaristas, de ardis como aqueles que Passos e Portas aplicaram e, ainda hoje aplicam com os maiores descaramentos. A tudo isso, a esse quadro de tenebrosos seres humanos e políticos soma-se Cavaco Silva e os ministros de um governo de quatro anos que cometeu crimes nas urgências dos hospitais matando velhos e novos, numa estatística que está por fazer e que deverá chegar a centenas de vítimas desses crimes por via dos cortes financeiros e de recursos que devem ser garante do Serviço Nacional de Saúde. Nesse capítulo um ministro sobresaiu, o da Saúde. Paulo Macedo, também conhecido pelo Doutor Morte, teve vários troféus pela mortandade conseguida devido ao setor da saúde quase destruído. Ainda agora, que já não é ministro, que o governo de Passos já se foi, a saúde continua a matar nas urgências pelas causas conhecidas: os cortes deliberados a qualquer preço. Preço que tem custado muitas vidas. Quantas? A estimativa é de algumas centenas. Talvez se venha a saber com maior exatidão.

Este foi o 2015,  sequência de quatro anos da fase de completa devastação do país por uma seita que sempre encontrou apoio num pseudo presidente da República e num grupo maioritário de deputados que defenderam interesses de cores e razões traidoras e devastadoras do país e dos portugueses. Este ano que agora finda foi o culminar dessas políticas de devassa de direitos constitucionais, até algumas vezes desrespeitados por Cavaco Silva, presidente do descalabro e do descrédito da instituição que devia honrar, a República.

Temos novo governo, dito das esquerdas. Duvido. O Bloco Central está vivo, somente hibernado. O Arco da Governação continua a existir, está somente envolvido numa grande e ardilosa trapaça. A tal iremos assistir com Costa em PM e o PS no governo. A austeridade continua. Os roubos aos portugueses também, com o aval de Costa e do PS. Vide caso do Banif, mais do mesmo. (HS / PG)





ASSIS ASCO E COMPANHIA, OS PENDURAS QUE ADERIRAM AO PS POR TACHO

Mário Motta, Lisboa

Para terminar o ano em beleza e perceber um pouco da chafarica que vai no Partido Socialista temos a oportunidade, mais uma, de analisar um pendura que nada tem de comum com o referido partido mas ali se alapou e ascendeu a deputado do parlamento em Portugal e em seguida no parlamento europeu. Assis mostra que não é socialista, diz-se democrático mas sem convicção, nas práticas e declarações é um natural sujeito de direita sem vergonha, continuando a ser um mistério as razões porque aderiu ao Partido Socialista e não ao CDS ou ao PSD. Tal mistério só se desvanece quando lembramos que o sujeito se filiou no PS à procura de tacho, sendo ali, no PS, que a existia melhor oportunidade de saltar lá para dentro (do tacho).

O fim do ano 2015 em beleza tem que ver com a entrevista de Assis ao Público e referida no semanário Sol. Sol que destaca: “Em tempo de balanços, Francisco Assis arrisca uma previsão sobre a queda do Governo de Costa e não poupa nos elogios a Passos Coelho e à bancada parlamentar do CDS.”

E mais: “António Costa, para ter sucesso, terá de ter condições para escolher o tema e o momento da crise política anunciadora do seu fim. É aí que tudo se vai jogar e tal poderá suceder muito mais cedo do que antevê a maioria dos especialistas”, escreve Assis no Público”

É legitimo que Assis faça as declarações que muito bem entender. Cabe-nos aceitar democraticamente que o faça, assim como também é legítimo que o critiquemos. O quie não se compreende é que um deputado socialista elogie carrascos dos direitos, liberdades e garantias constitucionais que esbulharam os portugueses e os votaram à fome, ao desemprego, à miséria e até à morte. Ao admirar Passos e Portas, o PSD e o CDS, Assis assume-se um dos deles e não um socialista, e não um militante PS de facto. Porque aderiu ao PS em vez de ter aderir enquanto militante ao CDS ou ao PSD? Só pode ter sido por uma questão de oportunidade na obtenção de um tacho, de uma forma de vida fácil e nababa à custa dos contribuintes. Pelos vistos no PS a ascenção foi mais rápida que se aderisse ao CDS ou ao PSD. Outros há no PS que usaram os mesmos expedientes que Assis.

Os Assis, os Sousa Pinto e mais do bando - Sousa Pinto que já tem a sua dose opinativa aqui no PG (SOUSA PINTO, DEPUTADO E SOCIALISTAZINHO PORTUGUÊS EM PROL DA DEMOCRACIAZINHA) compõe a facção dos socialistazinhos em prol da democraciazinha. E está tudo dito. Por eles o PS jamais vingará naquilo que declara ser e fazer. Mal alguém no PS dá um passo para a esquerda a alcateia socialistazinha faz o trabalho do CDS e do PSD, da direita ressabiada. Tão ressabiada como os Assis e os Sérgios.

Que não hajam ilusões. O PS é um partido de pleno direito mas possui por definição um esse enganador, é socialista só por esse esse (S), por essa letra, e não na realidade. O PS é um partido a ver se se safa num eterno arco da governação, num eterno arco da corrupção, numa eterna política de ilusão para os portugueses. Afinal pouca diferença existe entre o PS e o PSD ou o CDS. O PS não é um partido político de esquerda.

Desiludam-se. O arco da governação está em funções. Temos mais do mesmo, independentemente de muitos no Partido Socialista querem e tudo fazerem para que as políticas tenham a componente possível de esquerda e que dignifiquem o PS.

A perspetiva é quase uma certeza: 2016 vai ser um ano de tormentos para os portugueses. Também vai ser um ano de tormentos para António Costa, ao querer convencer os portugueses que está a governar à esquerda quando na realidade governa à direita, tal qual os cânones do arco da governação. Temos a evidência do caso Banif, do apoio do PSD ao PS no parlamento, temos os aumentos de preços de bens essenciais, temos cortes a manterem-se no pessoal da administração (por exemplo) temos aumentos irrisórios aos pensionistas, de pura desconsideração à dignidade de quem tudo deu a este país durante a vida, etc. 

Grande parte dos atuais políticos são de uma geração pendura, parasitária, que se revê em ascos como Assis, por isso os promove… e os profissionais da comunicação social também têm as suas responsabilidades nisso. A geração do 25 de Abril é para abater. Essa é a imagem que passa. Abater os velhos que deram seguimento à luta dos seus antecessores pela democracia e pela liberdade. Que suportaram durante 13 anos uma guerra colonial injusta e se rebelaram. Que numa manhã de Abril conquistaram os direitos de cidadania republicana numa sociedade livre que se pretendia justa, com o usufruto natural dos direitos humanos reconhecidos a toda a humanidade na carta das Nações Unidas - de que Portugal é signatário.

Atente, 2016 não vai ser ano pêra doce. Vai haver muito atropelo aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e, consequentemente, muita luta pela frente. Como é costume dizer-se: mais do mesmo.



Lusofonia - Timor-Leste

2016 JÁ CHEGOU ÀS TERRAS DO SOL NASCENTE, SOMOS SEMPRE OS PRIMEIROS A DAR AS BOAS-VINDAS AO NOVO ANO

Beatriz Gambôa, Díli

Pouco falta em Portugal e por todo o ocidente para darem as boas-vindas ao novo ano, por aqui, em Timor-Leste, já o fizemos há cerca de 9 horas. Houve muita folia, dormir pouco e ver que nos esperava uma manhã radiosa. Feliz ano novo!

Não me alongarei como o fizeram os meus companheiros anteriores desta postagem coletiva. Chega um novo ano e o optimismo paira nos ares. Timor-Leste está em paz, socialmente verificam-se melhorias, porém, ainda são poucos os que delas beneficiam. Cabe ao novo governo ampliá-las e acreditamos que o novo governo terá a necessária sensibilidade para o fazer.

Em 2017 é ano de eleições. O resultado é uma incógnita mas a perspetiva reside num partido político que, segundo apontam os rumores, está a ser construído à medida do atual Presidente da República, Taur Matan Ruak. Confiamos nele, oxalá isso aconteça e ele venha a ser chefe do futuro governo a partir do ano que vem.

Como vêem deixo aqui plasmado o meu optimismo. A vida deve ser condimentada com muita esperança e fé. É o que aqui fazemos em Timor-Leste. É o que desejo para os meus irmãos portugueses, para quem a vida não tem sido nada fácil durante estes últimos anos. Melhores dias virão.

Feliz ano novo, meus irmãos dos países da lusofonia!

- Texto em edição e atualização progressiva, trabalhado por alguns autores do coletivo PG

Nova Cultura Politica e Geoeconomia do conhecimento (reflexões pós-natalícias)



Rui Peralta, Luanda

É necessário compreender, para evitar a vulgarização do conceito e da concepção, a categoria “conhecimento livre” através de formas de interpretação que não se encontrem limitadas por noções técnicas, jurídicas e económicas e levar em conta os seus diferentes contextos culturais. Pensamento e acção, teoria e praxis estão sempre marcados por estes contextos, algo que assume importância redobrada nesta época em que vivemos, onde são correntes conceitos concentracionários como “choques de civilizações” e “fim das ideologias”, vendidos no espaço comunicativo como pedras angulares da “globalização” e que ao mesmo tempo são dogmas para a “consciência académica” vendida em “pack” nos novos negócios universitários de pacotilha.

A globalização, entendida como processo multipolar, enferma do facto de as relações de Poder serem as mesmas da lógica dominante de finais do século passado, marcado pelo deslumbrar do “pensamento único” e da “aldeia global”. As dinâmicas da economia-mundo (do processo de globalização em curso) tendem, efectivamente, para o mundo multipolar, mas para este ser uma realidade afirmada por esta dinâmica, terão de ser transformadas (e mesmo invertidas) as lógicas em que assentam as relações de Poder. Por isso assumem particular importância formas de organização alicerçadas em factores conceptuais como “coisa pública” e/ou “autogestão dos bens comuns”, que reforçam que a ideia e a praxis da liberdade são, em simultâneo, ausência de controlo e autonomia (exemplo prático: o direito de viajar e a forma simples de obter o passaporte com o mínimo de dispêndio em dinheiro e em tempo. Viajar para onde quero – liberdade - será cada vez mais possível num mundo sem vistos e cada vez mais complicado num mundo dominado pelo carimbo do funcionário. O acesso ao passaporte – autonomia – está intimamente ligado á liberdade de viajar, pois ele representa a possibilidade prática de viajar, a permissão de passar a fronteira e entrar no espaço do outro. A forma como o obtenho, se é caro ou acessível, se é desburocratizado ou se é formalmente inacessível, etc., demarca o grau de autonomia, o grau e a capacidade de gestão dos nossos assuntos, em que vivemos).

O conceito de “modernidade” é um dos conceitos motores da visão global que enferma de uma visão do mundo ocidentalizada, não por uma questão de “imperialismo cultural” do Ocidente, mas pelo facto de ser o Ocidente o seu berço histórico. A modernidade padece de eurocentrismo devido às relações de produção e de trabalho que estão implícitas relações de Poder da economia-mundo. O Ocidente é uma economia central e o resto do mundo tornou-se periférico. Os traços da modernidade ficaram, assim, prisioneiros deste contexto e não conseguiram acompanhar as dinâmicas da economia-mundo, que diversificaram os contextos socioculturais. O etnocentrismo europeu com as suas premissas de “racionalidade” cruzadas com o mito racial (a raça, conceito que, em detrimento da racionalidade, espalhou-se pela periferia como elemento central e que é, hoje, causa de subdesenvolvimento, ou seja, de manutenção da condição de periferia) afirmou-se com o nascimento do capitalismo á escala mundial (transformação das relações de produção e de trabalho na economia-mundo). Isto implicou alterações profundas nas formas de controlo e de exploração do trabalho e do controlo da produção, dos mecanismos de apropriação e da distribuição de produtos e de riqueza, que foram subjugadas – de forma articulada – á relação capital/salário.

Na esfera do conhecimento este esquema de distribuição de funções baseado na posição em que cada região ocupava no sistema global de produção de capital (e de reprodução, acumulação e apropriação) manifestou-se através do eurocentrismo, cristalizando as dinâmicas criativas de conhecimento. Esta manifestação eurocêntrica – o eurocentrismo - caracteriza-se, assim, pelos seguintes aspectos: 1) dualismo (tradicional/moderno, primitivo/civilizado, industrial/atrasado, etc.); 2) o mito da linearidade evolutiva unidireccional (do estado da natureza á sociedade industrial moderna europeia, por exemplo); 3) distorção nos processos de aculturação implícitos no desenvolvimento, o que está na base da neocolonização, ou seja da manutenção dos factores periféricos nas relações multipolares da economia-mundo; 4) distorção da História, transformando o não Ocidental como passado e o Ocidente como objecto-futuro. Foi desta forma que a modernidade (um conceito libertador, de raiz) engendrou o “conhecimento colonial”, que cumpre o papel de combinar os valores do eurocentrismo (ou seja de uma distorção contextual da modernidade) em matriz racional e racionalizadora, ao ponto da ciência moderna ser um produto do Ocidente, esquecendo todos os contributos do Oriente, das culturas ancestrais e indígenas do Novo Mundo e de África para a construção da visão racional do mundo, instituição-base da ciência moderna (mesmo os contributos actuais provindos das regiões periféricos são sempre analisados em função da ocidentalização. Por exemplo: os prémios nobéis de física nuclear atribuídos aos cientistas indianos e paquistaneses são sempre em função da importância que a metrópole – neste caso, Londres – teve na formação destes quadros).

A História cultural europeia converte-se, na visão eurocêntrica, em eixo central, girando toda a outra História (ao ponto de ser apenas história ou estórias fragmentadas) em torno deste eixo central. O resultado final desta concepção do mundo e da vida é desolador, conforme o demonstram os conceitos de choque das civilizações, de fim da História ou de pensamento único. Esta desolação epistemológica é uma consequência da distorção que tem como base as relações centro-periferia, que geraram categorias utilizadas para a compreensão da sociedade moderna que foram extrapoladas das circunstâncias socioculturais para o valor universal. O Ocidente transforma-se no farol e desprezo recai sobre o acumulado cognitivo das restantes culturas (exemplo: o Islão, cultura que traduziu os filósofos gregos antigos, que reintroduziu a filosofia helénica no Ocidente, que foi fundamental para o desenvolvimento da matemática, da geometria, da tecnologia, etc., acabou actualmente reduzida á condição de barbaridade e de cultura geradora de violência. O eurocentrismo evita assim a contaminação de elementos culturais que fazem perigar o seu domínio).  Todo o pensamento está condicionado ao lugar onde é enunciado, pois identifica-se – antes do mais – com o conjunto de valores do sujeito que o enuncia. O lugar onde o conhecimento é enunciado é, então, um espaço geoeconómico marcado, ou seja é um espaço da geoeconomia do conhecimento, que marca territorialmente o conhecimento, para que com a sua globalização se possam revelar as dinâmicas que impedirão a sua cristalização. Esta apenas sucede porque o contexto sociocultural é passado para segundo plano, ou seja transformam-se em realidades descontextualizadas.

Modernidade, desenvolvimento, assumir lugar na economia-mundo, sair da periferia, implica um primeiro passo: descolonização do saber. Isto por uma razão muito simples: a economia-mundo é uma realidade cosmopolita. E as realidades cosmopolitas implicam um processo de crítica constante e global em todos os níveis de conhecimento. E para isso acontecer a organização política das sociedades, a sua arquitectura constitucional e institucional, têm de assentar na liberdade e na autonomia, ou seja nos pilares da democracia politica, económica, social e cultural. Caso contrario a oligarquia prevalecerá sobre a Democracia (e os Estados Democráticos de Direito nunca passarão de Estados Oligárquicos de Direito) e os mecanismos limitativos de conhecimento, assentes na logica da colonização do conhecimento e do saber, prevalecerão sobre as lógicas do livre-desenvolvimento do conhecimento.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

RACISMO, ENDORRACISMO E RESISTÊNCIA (Parte II)



Esther Pineda G - Afropress

Ainda que a sociedade se caracterize por ser dinâmica, pela constante modificação de estruturas, instituições e modos interativos, há elementos constantes e persistentes em uma pluralidade de realidades sociais distintas. Por isso, uma das principais dificuldades com que nos defrontamos em relação a desarticulação, erradicação e superação do racismo em nossas sociedades modernas é seu intricado enraizamento no tecido sóciocultural.

É frequente questionar sua vigência aduzindo as mudanças manifestas ao largo das décadas enquanto em outros âmbitos de desenvolvimento social, continuamos impávidos frente a persistência do racismo e, mais ainda, suas periódicas e radicalizadas manifestações. A que se deve a continuidade do racismo em nossas sociedades pluriétnicas e multiculturais?

Em primeiro lugar encontramos dificuldades para sua superação pelo desconhecimento do racismo, suas características e manifestações; em algumas oportunidades, podemos estar discriminando alguém do nosso entorno sem nos darnos conta e sem a intenção de fazê-lo, pelo fato de que está introjetado em nosso imaginário.

Em segundo lugar, a superação do racismo tem encontrado obstáculos como consequência da negação da existênca do racismo e outras formas de discriminação; enquanto o negarmos não seremos capazes de questioná-lo e, portanto, desarticulá-lo.

Finalmente, um dos aspectos que na sociedade contemporânea tem limitado de forma significativa a erradicação do racismo tem sido o endorracismo, o qual se estabeleceu como um dos mecanismos mais efetivos de sua manutenção.

O endorracismo pode ser definido como o racismo desde dentro, quer dizer, uma autodiscriminação, uma autorrejeição. Quem já foi discriminado por seu pertencimento étnicorracial, por sua pele e fenótipo aceita ver-se a si mesmo e a seu grupo social desde o olhar do colonizador, considerando o outro como superior e assumindo a chamada inferioridade de seu grupo ao qual vai considerar atrasado, selvagem, incapaz, incivilizado, desprovido de beleza e de capacidades intelectuais deficientes.

O sujeito racializado internaliza como própria a discriminação que foi imposta e se reproduz sobre si, como também sobre aqueles pertencentes a seu grupo étnico e racial. Esta discriminação, desde o sujeito racializado também conhecido como endorracismo, vai expressar-se através dos diferentes agentes socializadores, mas também é fundamentalmente, protagonizada pelos sujeitos nos espaços cotidianos da vida em comum.

Mas, como se manifesta o enderrocismo? Se bem que sejam múltiplos e diversos os cenários e manifestações deste fenômeno, podemos considerar como os mais recorrentes:

- o desconhecimento histórico e a negação da herança étnica indígena ou africana;

- a vergonha estética, a consideração de que o belo é europeu, o que explica a rejeição da cor da pele, dos traços, evidenciados em casos de pessoas que se submetem a tratamentos para branqueamento da pele como Michael Jackon, Lil Kim, Beyonce, mas também no cotidiano mediante o uso de cremes clareadores da pele, o alisamento do cabelo e procedimentos cirúrgicos de caráter estético com o objetivo de apagar a herança indígena ou africana;

- a rejeição a que a descendencia seja de pele escura e traços africanos, pelo qual se busca melhorar a raça.

Tradução para o Português: Dojival Vieira

Leia mais em Afropress:
Depois de Machado de Assis, Proença Filho se torna 1º negro na Academia Brasileira de Letras - http://www.afropress.com/post.asp?id=18658


Brasil. OS PRIMÓRDIOS DA IMPRENSA ALEMÃ: SÃO LEOPOLDO E PORTO ALEGRE




Os imigrantes alemães, desde os primórdios da imprensa gaúcha, no século 19, criaram jornais, visando a agregar e a informar a comunidade teuta. Em 25 de julho de 1824, desembarcou a primeira leva de 39 imigrantes alemães na Real Feitoria do Linho Cânhamo (São Leopoldo), Passados três anos, começou a circular, em 1º de junho de 1827, o primeiro jornal da Província de São Pedro, o Diário de Porto Alegre (1827-1828), inaugurando a imprensa no extremo sul do Brasil.

A referência mais antiga, na Província gaúcha, embora o jornal fosse impresso em português, ocorreu durante a Revolução Farroupilha (1835-1845).  No ano de 1836, foi criado O Colono Alemão. Impresso em Porto Alegre, pelo fato de que não havia tipografia na Colônia de São Leopoldo, o jornal de Hermann Von Salisch incitava os colonos a participarem da guerra. Este periódico encerrou a sua circulação, naquele mesmo ano, devido a problemas econômicos.

De acordo com o jornalista e pesquisador Sérgio Dillenburg, em seu livro, A imprensa em Porto Alegre de 1845 a 1870, o pioneirismo de um periódico, impresso em alemão, na América Latina, é do jornal Der Kolonist.  A ideia nasceu em Porto Alegre, no ano de 1852, sob a responsabilidade de José Cândido Gomes que visava a conquistar adeptos alemães nas eleições.

Em São Leopoldo, a população constava de alemães católicos e protestantes, cuja divergência doutrinária gerava intensos conflitos com a participação da imprensa local. Os protestantes não tinham o apoio do governo que os preteria, favorecendo os católicos. No ano de 1870, quase metade da população local, estimada em 1.100 habitantes, era evangélica e, no entanto, os cemitérios na região eram todos católicos. Os matrimônios, entre protestantes, eram considerados nulos, e os filhos não tinham o direito à herança. Diante desse quadro de exclusão, os jornais se constituíam numa ferramenta de denúncias e reivindicações da população de orientação protestante.

Em março de 1871, fundou-se, em São Leopoldo, o jornal católico Deutsche Volksblatt (Gazeta Popular Alemã), para responder as críticas dos evangélicos e maçons. O jornalista Jacob Dillenburg era o redator e o responsável pelo jornal. Em 1891, ele passou a ser impresso em Porto Alegre na Tipografia do Centro Católico e Hugo Metzler se tornou o seu proprietário. Em setembro de 1895, em decorrência de  um artigo crítico à figura de Giuseppe Garibaldi (1807- 1882), a tipografia foi depredada por um grupo de italianos inconformados com a matéria que julgaram macular a memória do herói italiano.

Durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), o jornal foi proibido de circular em língua alemã e passou a denominar-se Gazeta Popular, sofrendo, novamente, uma depredação em abril de 1917.  Conforme o jornalista e escritor Walter Galvani, em sua obra, A Noite do Quebra-Quebra (1993), durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), em 1942, o jornal foi depredado, em 18 de agosto, numa noite que ficou conhecida como o “Quebra-Quebra”. A causa dessa depredação foi o torpedeamento de navios brasileiros por submarinos alemães em nossa costa marítima. Depois desse triste episódio, o jornal ressurgiu com o nome de A Nação. É uma contradição este ataque à tipografia, pois o jornal não compactuava com as ideias de Adolf Hitler (1889-1945).

Com várias fatalidades em sua trajetória, em 1956, o jornal sofreu um incêndio que destruiu por completo a tipografia. Em sua fase final, durante os anos 60, o Deustche Volksblatt, depois Neues Deustches Volksblatt, circulou, em alemão, como um encarte de A Nação. Este periódico foi um marco de resistência às adversidades da época, tanto no campo político quanto no aspecto socioeconômico.
  
Segundo o historiador Sérgio da Costa Franco, em seu Dicionário Político do Rio Grande do Sul (2010), as críticas aos católicos se davam, principalmente, no jornal Deutsche Zeitung (1861-1917) criado, em Porto Alegre, por um grupo de comerciantes teutos. Neste periódico, o notável jornalista Carlos Von Koseritz, (1830-1890) disparava suas críticas ferinas, pois era maçom e anticlerical. No ano de 1881, o jornalista Koseritz se afastou do Deutsche Zeitung (1861-1917) e fundou o Koseritz Deutsche Zeitung que, mais tarde, em 1906, se transformou no Neue Deutsche Zeitung.  

O Der Bote (1867-1878), de Julius Curtius Filho e Wilhelm Rotermund, foi o primeiro jornal evangélico a circular em São Leopoldo, fazendo forte oposição aos católicos e denunciando os privilégios da comunidade católica. Ainda, na mesma cidade, foi criado o importante Deutsche Post (1880-1928) do pastor Wilhelm Rotermund que combatia de forma incisiva a Igreja Católica. O jornal informava também sobre literatura, a política do imigrante alemão, sua produção artesanal, industrial e o lazer social. 

A Revolta dos Muckers (1873 -1874), liderada pelo casal João Jorge Maurer e Jacobina Mentz Maurer, foi registrada nas páginas do Der Bote (protestante) e do Deutsche Volksblatt (católico) diante do conflito que se transformou numa verdadeira guerra no Morro do Ferrabrás, em Sapiranga.  O confronto com o Exército Imperial foi inevitável, ocorrendo uma chacina, inclusive, dos líderes.

Impressos anualmente, os almanaques alemães eram bastante ricos em informação, a exemplo do Koseritz Deutsche Volkskalender (1873-1891) e do Kalender für Deutschein Brasilien (1881-1939).  

Carlos Von Koseritz, (1830-1890), entre outros nomes, é um dos ícones da imprensa alemã, em nosso Estado, pois colaborou em importantes periódicos na capital e no interior da província. Na imprensa gaúcha, sua presença ficou conhecida como a “Era Koseritz”. Contratado por dom Pedro II, ele integrou a Legião Alemã – os Brummer - para lutar contra o ditador Rosas da Província de Buenos Aires. Koseritz não se adaptou ao contexto da guerra e desertou, encontrando no magistério e no jornalismo um terreno fértil para atuar.

No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, criado em 10 de setembro de 1974, tem sob sua guarda alguns dos títulos citados nesse artigo, cumprindo o papel para o qual foi criado: guardar, preservar e difundir a memória dos meios de comunicação do nosso Estado.
                                                    
*Pesquisador e coordenador do Setor de Imprensa do Musecom                                                          

Bibliografia
DILLENBURG, Sérgio Roberto. A Imprensa em Porto Alegre de 1845 a 1870. Porto Alegre: Editora Sulina, 1987.
ERICSEN, Nestor. O Sesquicentenário da Imprensa Rio-Grandense. Porto Alegre: Sulina, 1977.
FRANCO, Sérgio da Costa.  Dicionário Político do Rio Grande do Sul / 1821-1937. Porto Alegre: Letra e Vida, 2010.
GALVANI, Walter. A Noite do Quebra-Quebra. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
MIRANDA, Marcia Eckert; LEITE, Carlos Roberto Saraiva da Costa. Jornais raros do Musecom: 1808-1924. Porto Alegre: Comunicação Impressa, 2008.
SILVA, Jandira M. M. da; CLEMENTE, Ir. Elvo; BARBOSA, Eni. Breve Histórico da Imprensa Sul- Rio- Grandense. Porto Alegre: CORAG, 1986.

Portugal. EU “SHOW” PORTAS



Miguel Guedes – Jornal de Notícias, opinião

O líder partidário há mais tempo no activo anunciou um novo concurso de caça-talentos quinzenal para metade dos deputados da sua bancada parlamentar. Perante a ameaça de inverno rigoroso, o gosto pela hibernação voltou e é, reconhecidamente, um prazer antigo do Paulo Portas político que evolui perante os nossos olhos desde que foi eleito presidente do CDS em 98. Com uma curta hibernação - lá está - de dois anos (entre a derrota nas legislativas de 2005 e a queda de José Ribeiro e Castro em 2007), o actual líder do CDS-PP brindou-nos com 16 anos de prática política activa e não consta que derive para um regresso ao passado, num fluxo de "irrevogável" para "independente", recuperando as suas lides jornalísticas de mel e fel. Paulo Portas anunciou que se afasta porque, pura e simplesmente, o poder deixou de passar por ali. E Portas não se vê ao espelho como vice-líder da oposição. Mais uma vez, analisa bem e a frio.

A primeira conclusão que se precipita como gotas de chuva no Inverno à Direita aproxima-se de um dilúvio: já ninguém acredita que o acordo à Esquerda dure apenas um ou dois anos. E esse período climático dá mais do que ensejo para vários chapéus de chuva e tacticismos de "golpe da caneta". Recordando o momento, à boca de urna interna. Aquele em que Manuel Monteiro (na altura, presidente do CDS) se dirigiu ao local de voto de caneta em riste e foi acusado de votar em branco, evitando a eleição do candidato único Paulo Portas como líder parlamentar centrista fruto do peso dos votos em branco e fazendo com que vários deputados do partido abandonassem o barco até Portas se coroar líder pouco tempo depois. Se, na altura, a caneta do líder foi um instrumento para o assalto à liderança, ninguém como Portas depois instrumentalizou tão fortemente a política portuguesa. Com indesmentível inteligência e mesmo que agora com a legítima vontade de vida própria, fica claro que a lógica que o mantinha ligado à política como vice-primeiro ministro era aquela, sinuosa, de quem só admite rodar a "geringonça" desde que tenha o poder na mão para a rodar a seu bel-prazer.

A "abrilada" absolutista de Portas no CDS-PP acabará em Abril e em Congresso. Mas o PP não cai da sigla, maduro de velho. A corrida para a sucessão no partido começa bem antes nos debates quinzenais com António Costa, onde os vice-presidentes do partido e do grupo parlamentar usarão da rotatividade para exprimirem voz própria ou afincada imitação. Mesmo com o afastamento de Portas, o seu "show" pessoal continuará a ser líder de influências. Para o futuro líder do CDS-PP, a vida sempre com uma constante incerteza: um jogador como Paulo Portas nunca soletrará um "Game Over".

Portugal. Mortes nas urgências são resultado de "políticas de terrorismo social" – Edgar Silva



O candidato presidencial que conta com o apoio do PCP defende que o Estado Social tem primazia sobre o cumprimento das metas do défice.

Para Edgar Silva, as mortes em urgências hospitalares são o resultado de políticas de terrorismo social". E o candidato à presidência da República que conta com o apoio do Partido Comunista defende a sua posição fazendo referência às vítimas de terrorismo em França.

“As nossas vidas ou os que morrem nas nossas urgências hospitalares, são vidas que valem menos do que as vítimas do terrorismo em França?”, questionou mesmo Edgar Silva à antena da Rádio Renascença.

O cumprimento de metas do défice, especifica, estão na origem das políticas que afetaram o Estado Social e, em particular, o Serviço Nacional de Saúde, considera.

Notícias ao Minuto

Portugal. "Ou Marcelo se está a passar por ingénuo ou a tomar-nos por parvos" - Rui Tavares



A opinião é do líder do Livre e no centro da questão está o facto de o candidato a Belém ter classificado de “escândalo falar em centenas de milhares de euros” para as campanhas presidenciais.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, esta semana, que era “um escândalo” gastar-se milhares de euros em campanhas eleitorais. Para Rui Tavares a afirmação demonstra que o candidato presidencial “ou se está a fazer passar por ingénuo ou a tomar-nos a nós por parvos”.

Isto porque, lembra o político, Marcelo apoiou a candidatura de Cavaco Silva que “já em época de crise, orçou [a sua campanha] em três milhões”. Depois, acusa-o de não sermos “leais” ao querer que “os outros candidatos se remetam à obscuridade” quando ele “ocupou durante anos os espaços mais nobres da televisão”.

Rui Tavares acusa ainda o ex-comentador da TVI de querer “estabelecer as suas próprias regras” e de “menosprezar aqueles que se apresentarem fora deste pequeno mundo [o dos ungidos pelas televisões]”.

E alerta que se toda esta situação passar despercebida é porque então conseguiu tomar os portugueses "por parvos". "Se consegue dizê-lo e passar incólume, confirmar-se-ia a segunda hipótese", pode ler-se na crónica que assina esta quarta-feira no Público.

Notícias ao Minuto

INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL AUMENTA PORTAGENS EM MAIS DE 30 TROÇOS



A Infraestruturas de Portugal (IP) vai aumentar em cinco cêntimos 34 das 550 tarifas de portagem das autoestradas que lhe estão concessionadas no próximo ano, adiantou fonte da empresa à agência Lusa.

Numa nota escrita enviada hoje à Lusa, a IP refere que a atualização anual das taxas de portagem, que tem por base a evolução do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), se irá refletir "quase unicamente" nas tarifas aplicadas às classes 2, 3 ou 4.

Segundo esclarece, em 2016 a atualização anual irá representar, em média, um aumento de 0,2% em valor no conjunto das sete concessões ex-SCUT (Algarve, Beiras Litoral e Alta, Beira Interior, Costa de Prata, Interior Norte, Grande Porto, Norte Litoral) e duas concessões de portagem real (Norte e Grande Lisboa).

Na A29 (Costa de Prata) aumentará em cinco cêntimos a tarifa dos veículos classe 2 no troço Salreu-Estarreja e dos veículos classe 4 no troço Estarreja-Ovar, enquanto na A42 (Grande Porto) a subida de cinco cêntimos será aplicada aos veículos de classe 3 no troço EN 106 Norte-Lousada (IP9).

Já na A28 (Norte Litoral) a atualização será feita no troço Póvoa de Varzim-Estela para os veículos de classe 2 e Esposende-Antas para os de classe 4, enquanto na A23 (Beira Interior) o aumento de cinco cêntimos se aplica no troço Alcaria-Covilhã Sul para a classe 2, Sarnadas/Retaxo-Castelo Branco Sul e Soalheira-Castelo Novo para a classe 3 e Mouriscas-Mação, Hospital-Castelo Branco Norte e Soalheira-Castelo Novo para a classe 4.

Já na Via do Infante (A22) a única alteração será no troço Tavira-Monte Gordo para os veículos de classe 4, sendo que na A24 serão atualizados os troços Vidago-Pedras Salgadas e Vila Real (IP4)-A4 para a classe 2, o percurso Chaves-EN103 para as classes 3 e 4 e, para esta última, também o troço Portela-Peso da Régua.

Quanto à A25 (Beiras Litoral e Alta), a subida de cinco cêntimos aplicar-se-á aos veículos de classe 2 no troço Boa Aldeia Nascente-Fail e aos de classe 4 nos percursos Reigoso-Cambarinho, EN231-EN2 e Mangualde-Chãs de Tavares.

Na concessão Norte, com portagem real, irá verificar-se uma atualização de tarifas em seis de um total de 30 troços: para os veículos de classe 1 aumentam os percursos Fafe-Basto e Ribeira de Pena-IP3; para os de classe 2 o de Nó Calvos-Vizela; para os de classe 3 os de Celeirós-Guimarães Oeste, Nó Calvos-Vizela e Vizela-Felgueiras; e para a classe 4 o troço Basto-Ribeira Pena.

No caso das subconcessões Baixo Tejo (A33) e Pinhal Interior (A13) esta atualização será aplicada em quatro do total de 25 pórticos existentes e representará um aumento médio em valor de 0,3%.

Na A13 os preços subirão cinco cêntimos para os veículos de classe 1 no troço Nó com a EN342-Nó de Condeixa e Nó de Condeixa-Nó de Coimbra Sul e apenas neste último percurso no caso dos veículos classe 3; já na A33 passam a pagar mais os automóveis classe 2 entre o Nó de Belverde-Nó das Laranjeiras, os de classe 3 entre o Nó de Palhais-Nó da Queimada e os de classe 4 entre o Nó de Coina com a EN10 e o Nó de Penalva.

Já nas subconcessões Autoestrada Transmontana e Litoral Oeste não se verificará qualquer alteração das taxas de portagem.

Segundo recorda a IP, atualmente as empresas transportadoras de mercadorias, maioritariamente utilizadoras dos veículos das classes superiores, beneficiam já de um desconto no preço das portagens de 10% durante o dia e de 25% durante a noite.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. CAVACO PROMULGA ORÇAMENTO RETIFICATIVO E AUSTERIDADE PARA 2016



O Presidente da República promulgou todos os diplomas que tinham caráter de urgência, para que possam entrar em vigor a 1 de janeiro, como o dos cortes salariais na administração pública e o da sobretaxa de IRS. Foi também promulgado o Orçamento Retificativo.

Em causa está o Orçamento Retificativo de 2015 que permite injetar mais de 2 mil milhões de euros no Banif e outros quatro diplomas que garantem que a austeridade continua no próximo ano.

Os cortes salariais na Administração Pública continuam mesmo até setembro, uma medida que o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado tentava evitar. O sindicato pediu esta quarta-feira ao Presidente da República que avançasse para uma fiscalização preventiva junto do Tribunal Constitucional, mas o pedido não foi tido em conta por Belém.

Também a contribuição extraordinária de solidariedade vai manter-se por mais um ano para quem tenha reformas de pelo menos 43 mil euros brutos anuais. Já o salário mínimo nacional aumenta de 505 para 530 euros.

Para além disso, Cavaco silva deixa passar as novas regras da sobretaxa de IRS para 2016, que agora passam a depender do rendimento de cada agregado familiar.

Vítor Rodrigues Oliveira – TSF – Foto: Inácio Rosa/Lusa

Portugal. O LÍDER PORTAS ACABOU, O CDS NÃO SABEMOS



Ana Sá Lopes – jornal i, opinião

O tempo de Paulo Portas no CDS acabou. Mesmo para a fénix mais bem sucedida da política portuguesa haveria um dia em que as coisas teriam que acabar. Portas fez bem: depois de António Costa ter conquistado o governo com a “gerigonça” (expressão inventada pelo melhor inventor de expressões, Portas, lui-même), o CDS obteve uma derrota política

Que ficava a fazer Paulo Portas à frente do CDS depois de uma derrota política, que se seguia a um ciclo em que, no governo, o CDS tinha estraçalhado a confiança de muito do seu antigo eleitorado, os pensionistas e idosos? Como vê muito mais à frente do que todos os outros, Portas percebeu, assumiu e interiorizou a derrota da direita nas eleições de 4 de Outubro. Sim, a coligação ficou à frente, mas não está no governo porque não tem apoio para isso e, em consequência, acabou o processo com uma pesada derrota.

Portas conduziu o CDS aos píncaros, levando-o a participar em três governos. Rejuvenesceu o partido, tornou-o um bocadinho menos conservador, deu-lhe causas depois das velhas causas que o criaram no pós 25 de Abril se terem esgotado – falamos da defesa da propriedade privada, do liberalismo económico e da oposição ao “comunismo”. Com uma inteligência invulgar, uma capacidade de comunicação incomparável à direita – sim, há Marcelo Rebelo de Sousa que está prestes a tornar-se Presidente da República – Portas não deve acabar a sua vida política por aqui. É verdade que era o líder partidário há mais anos em funções – desde 1998 – mas tem pouco mais de 50 anos, uma idade em que ninguém se reforma.

Portas é um animal político. Como jornalista sempre foi um animal político. É um animal político desde a adolescência. Os animais políticos podem hibernar uns tempos mas só morrem de morte natural.

Se a saída de Portas era necessária para terminar um ciclo, resta saber que CDS vai existir depois de Portas. Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis, mas há uns mais insubstituíveis que outros.

Portugal. NOVO BANCO, BURACO VELHO, TRIBUNAIS À VISTA



Instituição reforça de capitais à custa dos grandes investidores que lhe emprestaram dinheiro. Prepara-se chuva de processos.

O reforço de capital do Novo Banco (NB) vai ser assegurado pelos grandes fundos de pensões e bancos que detêm dívida da instituição, na forma de obrigações séniores. Estes investidores escaparam a prejuízos quando o BES foi intervencionado, no Verão de 2014, mas terão agora perdas a registar. A medida reforça os capitais do NB em quase dois mil milhões de euros, mas vai acabar nos tribunais, alerta ao i a associação de investidores ATM, Octávio Viana.
A solução foi sugerida pelo BCE, montada pelo Banco de Portugal (BdP) e terá decisão final do Governo, previsivelmente no Conselho de Ministros de hoje.

Depois do chumbo do Novo Banco nos testes de stress do Banco Central Europeu (BCE), o banco e as autoridades públicas tiveram de estudar medidas para compensar os 1,4 mil milhões de euros em falta.

Foi decidido fazer um “bail-in” com recurso a obrigações seniores, nas mãos de investidores institucionais. Os clientes particulares com obrigações seniores serão salvaguardados desta medida.

Os títulos de dívida dos grandes investidores vão ser transferidos para o BES, o ‘banco mau’ que ficou com os ativos problemáticos do grupo de Salgado e está em liquidação. Ou seja, em vez de ser o Novo Banco a pagar aos credores, será o banco mau a ficar com essa responsabilidade. Ao retirar este passivo das mãos do NB, torna-se mais fácil cumprir os rácios de capital impostos do BCE.

Em comunicado, o BdP refere que esta medida é necessária para assegurar que os prejuízos do BES “são absorvidos, em primeiro lugar, pelos acionistas e pelos credores daquele instituição e não pelo sistema bancário ou pelos contribuintes”.

O regulador esclarece que a medida se circunscreve a cinco tipos de obrigações seniores colocadas apenas junto de investidores institucionais, com uma denominação mínima de 100 mil euros. Esta seleção “fundamentou-se em razões de interesse público” e “protege todos os depositantes do banco, os credores por serviços prestados e outras categorias de credores comuns”.

A opção tomada pelo BdP alivia de facto os outros bancos portugueses. Ao que o i apurou, outra possibilidade em cima da mesa era a recapitalização ser assegurada pelo Fundo de Resolução, o organismo que detém o capital do NB desde a resolução e que é financiado com contribuições dos bancos em Portugal. Se fosse seguido esse caminho, teriam de ser feitas contribuições extraordinárias dos bancos do sistema, levando a um esforço adicional.

Contudo, explica o presidente da AT, Octávio Viana, a opção por um bail in obrigacionista apenas de investidores qualificados, salvaguardando os particulares, abre um “precedente” que será contestado em tribunal pelos grandes fundos de pensões e instituições financeiras. “É uma medida ilegal, que vai gerar litigância”, diz, explicando que os direitos de um investidor estão associados ao tipo de títulos, e não ao perfil de quem investe. “Não se pode tratar de forma diferente o que é igual”, sintetiza.

Estes investidores seniores foram salvaguardados de perdas em Agosto de 2014, quando foi feita a resolução do BES. Apenas os acionistas e os detentores de obrigações subordinadas ficaram sem o dinheiro. Agora, os obrigacionistas seniores arriscam a perdas severas porque a entidade que vai fazer os reembolsos não tem capacidade financeira para tal. O BES é atualmente um banco em liquidação, que está a tentar vender ativos para pagar aos credores, por ordem de senioridade.

Octávio Viana avisa que, tratando-se de fundos de pensões, de fundos de investimento e de grandes instituições financeiras, os investidores agora chamados a recapitalizar o BES têm grande poder de contestação jurídica, pelo que o volume de processos em tribunal contra esta operação deverá ser elevado.

O processo de separação de ativos do BES já gerou um elevado número de processos em tribunal a contestar a medida de resolução.

Um dos casos mais bicudos opõe as autoridades portuguesas ao Goldman Sachs, devido a um empréstimo de 752,5 milhões de euros que o banco norte-americano concedeu ao BES, através do veículo financeiro Oak Finance. Esse crédito foi inicialmente considerado um ativo do Novo Banco, mas transitou depois para o BES – o que levou os norte-americanos a avançar para tribunal, onde o processo ainda decorre.

No caso da separação decidida ontem, haverá ainda muitas dúvidas por esclarecer. “Parte dessa dívida é garantida pelo Estado Português. No mais que provável envolvimento dos credores seniores nos custos de liquidação do banco mau, o Estado será chamado a pagar. Temos novo “empurrar com a barriga” ou será que a dívida garantida pelo Estado fica no Novo Banco?”, escreveu no Facebook o economista Nuno Teles.

Também está por saber se haverá entidades públicas detentoras de obrigações que serão transferidas para o BES, que terão também de assumir perdas.

João Madeira – jornal i

SOUSA PINTO, DEPUTADO E SOCIALISTAZINHO PORTUGUÊS EM PROL DA DEMOCRACIAZINHA




Mário Motta, Lisboa

Bom dia, boa tarde, boa noite. Estas são Bocas do Inferno. Não as leve a peito mas abra a pestana. Já se justifica, depois de tantas vezes ser enganado(a) pelos que elege para o parlamento e depois se declaram antagonistas dos interesses dos que os elegeram. Será assim sempre, enquanto não abrir a pestana.

A direita do PS continua voraz nas intenções de abraçar a democraciazinha por que se tem regulado como principal cangalheiro do 25 de Abril. Sérgio Sousa Pinto, do PS, afirma isso mesmo por outras palavras. Segundo o jornal i, aquele “chuchalista” afirmou “Num post publicado na sua página no Facebook, o deputado socialista avisa para os riscos de “tirar o socialismo da gaveta, onde Soares o teria metido”. Está tudo dito e justificado. Para Sousa Pinto e seus capangas da mesma linha político-ideologica o esse de socialista até incomoda mas não se atrevem a declararem isso mesmo, além de sempre vislumbrarem algumas vantagens por enganarem os incautos, os menos avisados, os menos esclarecidos. Sousa Pinto defende um partido socialistazinho e não realmente o que supostamente significa socialista. É publicidade enganosa mas na política não existem as regras das leis de publicidade, por tal… deixa andar. É semelhante a uma embalagem de Leite que após desflorado e despejado para uma caneca é coalho com mijo na realidade. O que não quer Sousa Pinto é “tirar o socialismo da gaveta, onde Soares o teria metido”. Pois. Compreendemos. Vendem gato por lebre. A quem o faz o povo apelida de vigaristas, de cambada de sacanas. É assim, como não existe decência nem honestidade intelectual, nem política, o deputado eleito considera-se no direito de andar a vigarizar os eleitores que vão à babuja do esse de socialista ostentado indevida e incorretamente. Ainda bem que Sérgio Sousa Pinto o disse. Ao menos assume-se como um grande charlatão, assim como mais uns quantos correlegionários que defendem os 1% que roubam tudo e todos. Sim, porque se na realidade não é, nem por sombras, socialista, se o socialismo o incomoda e é seu adversário, qual a razão de ter aderido ao PS? Porque não ao PSD ou ao CDS? Compreendemos, a função é exatamente essa, desviar o PS para a direita a que chama centro. Talvez o centro da direita, que é o lugar certo de Sousa Pinto. Com ele e os da direita à direita do PS continuaremos a vê-los florescer, a viverem à fartazana e a banquetearem-se com as migalhas profusas dos banqueiros e outros que exploram e roubam descaradamente aqueles que votam nos Sousa Pintos, nos Passos, nos Portas, nos Cavacos, nas seitas que tudo têm feito para enterrar de vez as liberdades, direitos e garantias conseguidos após o derrube do salazar-marcelismo. Para eles a meta é a democraciazinha que mantenha a canga da exploração, do roubo, da miséria (ma non tropo), do desemprego que leva os portugueses a sujeitarem-se a trabalho precário indecentemente mal remunerado. Desde que os Sousa Pinto dessa laia vejam as suas contas bancárias recheadas e as mordomias fornecidas com fartura… não tirem o socialismo da gaveta. Que perigo, para a minoria. Pois. Já sabemos o que a súcia no parlamento (uns quantos mas demais) têm por missão operar. Temos visto e sentido na pele, no estômago a querer alimento e não haver para lhe dar, etc.

Mas leiam o dizer do deputado e socialistazinho português no jornal i, referido por Margarida Davim. (MM / PG)

Sousa Pinto quer manter o PS “do lado de cá” do muro da esquerda

Se parecia que os críticos à deriva de esquerda do PS tinham ficado rendidos à política de António Costa, Sérgio Sousa Pinto vem mostrar que não é bem assim. Num post publicado na sua página no Facebook, o deputado socialista avisa para os riscos de “tirar o socialismo da gaveta, onde Soares o teria metido”.

Sousa Pinto acha que o posicionamento político do PS não deve ser posto em causa, mesmo que se apoie a solução encontrada por Costa para formar Governo. Porque ficar demasiado próximo da esquerda do BE e do PCP pode pôr em risco o espaço vital do partido que se colocou historicamente muito mais ao centro: “Apoiar lealmente este governo nos seus esforços é uma coisa. Desfilar com entusiasmo acéfalo num mundo de fantasias, ilusões e enganos é outra”.

“Primeiro partido socialista do sul da Europa a chegar ao poder, o PS nada tem a incorporar em seu benefício, do radicalismo e da demagogia dos que se imaginam ‘mais de esquerda’, apropriando-se com estridência das grandes realizações sociais dos governos do Partido Socialista”, avisa o deputado.

Para Sérgio Sousa Pinto, a própria história do partido deixa claro que os que agora servem de apoio parlamentar ao Governo de António Costa não são necessariamente os seus aliados naturais.

“As dificuldades da governação, o confronto com realidades teimosas, o reconhecimento de obstáculos históricos e naturais, repetidamente enfrentados no passado por toda a sorte de governantes, republicanos, liberais, ministros do absolutismo até - fortaleceram no PS uma abertura à complexidade, ao pragmatismo, ao compromisso, ao possibilismo. É por isso vital que o PS, e sobretudo os seus militantes, não se afastem dessa cultura política fundamental, sobre a qual Mário Soares construiu o nosso partido”, escreve no Facebook o socialista que desde a primeira hora divergiu dos acordos à esquerda apesar da sua proximidade em relação a António Costa.

Sousa Pinto recorda, de resto, que o inimigo natural de BE e PCP é a direita, mas que esse raciocínio não se aplica aos socialistas.

“Nunca foi esta a cultura do PS, forjada na oposição à ditadura e, depois, ao projeto de assalto ao poder do PCP”, sublinha, defendendo que o fim do “muro” que separava as esquerdas – como lhe chamou Costa – não é forçosamente uma coisa boa para os socialistas, que se devem manter ao centro para não perderem o seu espaço político histórico.

“Comunicar construtivamente com os outros do lado de lá, por cima do muro, já é muito. Sem esquecermos que queremos que o futuro de Portugal se decida do lado de cá”, reforça Sousa Pinto, que viu na votação do Orçamento Retificativo – com os votos contra do BE e do PCP – a prova da fragilidade dos acordos à esquerda.

“Ainda se ouviam pandeiretas e já o muro ressurgia, descoberto pela votação do orçamento retificativo. Ainda ecoavam os pífaros e já o arco da governação se impunha outra vez, tão real e... tangível como o arco da Praça de Espanha”, diz Sérgio Sousa Pinto para lembrar que quem acabou por dar a mão a Costa foi o PSD de Passos Coelho, mostrando que os dois partidos ainda se podem encontrar ao centro.

Margarida Davim – jornal i

PAGA ZÉ! BOM ANO NOVO!



O mundo dos negócios é muito engraçado. Vejamos por exemplo o caso de Joaquim Oliveira, que “comprou” a Controlinveste (DN, JN e TSF) por 300 milhões que pediu emprestados ao BCP. Só que se esqueceu de os pagar, incluindo juros. 

O banco, boa alma, perdoou-lhe dois terços da dívida, o que não impediu o bom do Joaquim de vender ao angolano Mosquito e ao genro do Silva de Boliqueime uma parcela importante da Controlinveste e de ter embolsado o dinheiro. 

Mas afinal quem é Mosquito? Apenas, entre outras coisas, um dos afilhados do supercorrupto Eduardo dos Santos e um dos homens-fortes da Sonangol, que por sua vez é a principal accionista do BCP. Baralhados? Não vale a pena. O que importa saber é que o Estado português, isto é, nós, meteu três mil milhões a fundo perdido no BCP para pagar estas e outras negociatas. 

Quanto a Joaquim Oliveira, está podre de rico, continua a deter a Sport TV (é verdade, ninguém lhe tocou, mesmo devendo centenas de milhões) e ao que parece prepara-se para a vender ao mesmo Mosquito, que dizem as más-línguas terá sido um dos grandes beneficiados dos quatro mil milhões “desaparecidos” no Bes Angola, o que lhe terá permitido comprar, entre outros “brinquedos”, a Soares da Costa. Tudo está bem quando acaba bem. 

Paga, Zé!

Jorge Alves, no Facebook

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