terça-feira, 24 de julho de 2012

Portugal: Directores de Ciência Política da Universidade Lusófona pedem demissão



Maria Lopes - Público

Ainda não se conhecem as conclusões da auditoria do ministério da Educação que está a decorrer há uma semana na Universidade Lusófona, mas há novas “vítimas” do caso da licenciatura de Miguel Relvas: a direcção da Faculdade de Ciência Política, Lusofonia e Relações Internacionais.

Ângela Montalvão Machado, directora da faculdade, colocou o seu lugar à disposição na segunda-feira ao fim do dia, na sequência de uma reunião com o reitor, Mário Moutinho, e o administrador, Manuel Damásio. Por “solidariedade”, os outros dois directores, José Medeiros Ferreira e Fernando Pereira Marques, seguiram-lhe os passos.

O PÚBLICO tentou contactar a universidade e os demissionários, mas sem sucesso. Apenas Medeiros Ferreira respondeu ao PÚBLICO que colocou o seu lugar à disposição “por uma questão de solidariedade” e que não esteve presente no encontro de anteontem. “Fui convidado pela professora Ângela Montalvão Machado em Setembro do ano passado para ser director da licenciatura em Estudos Europeus e Relações Internacionais”, contou Medeiros Ferreira. “Como ela pôs o seu lugar à disposição, senti que devia ser solidário com quem me convidou”, afirmou, sem querer falar sobre as razões da directora do curso de Ciência Política e Relações Internacionais – em que o ministro Miguel Relvas se licenciou em 2007 – e da faculdade.

Estão a decorrer em simultâneo duas auditorias na Universidade Lusófona aos 89 processos de alunos, entre os quais o ministro Miguel Relvas, que receberam entre 120 e 160 créditos pelo reconhecimento da experiência profissional, permitindo-lhes concluir num só ano uma licenciatura que demoraria, em tempo normal, três anos lectivos. A auditoria do ministério da Educação deverá estar concluída na última semana de Agosto, tendo depois a universidade dez dias para se pronunciar. Os resultados da auditoria interna só serão divulgados depois, já anunciou a universidade. Uma decisão que contraria o que a própria instituição afirmara no início deste mês, quando anunciou esse procedimento, altura em que Manuel José Damásio, responsável pela área de serviços administrativos, dizia ao PÚBLICO que haveria resultados dentro de duas semanas.

Sem comentários:

Mais lidas da semana