terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

ASSOCIAÇÃO NOVO MACAU QUER FINANCIAR-SE ATRAVÉS DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS




Macau, China, 24 fev (Lusa) - A Novo Macau, a principal associação pró-democracia do território, vai começar a angariar fundos de doadores com o objetivo de reduzir a sua dependência do apoio financeiro dos deputados, que cedem um quinto dos seus rendimentos mensalmente.

A medida, apresentada durante uma assembleia geral realizada este mês e hoje divulgada pelo presidente, Sulu Sou, faz parte de uma tentativa de "institucionalizar" mais a Associação Novo Macau (ANM), de modo a torná-la próxima de um partido.

"Queremos que a ANM seja sustentável. Neste momento é muito dependente dos deputados que doam um quinto do seu salário", explicou Jason Chao, membro da direção, especificando que, em média, os dois deputados, Ng Kuok Cheong e Au Kam San, contribuem, cada um, com 10.000 patacas mensais (cerca de 1.100 euros).

A ideia, para avançar este ano, é recolher "pequenas doações" regularmente e organizar também um jantar para angariar fundos.

"É apenas uma precaução caso os deputados percam os seus lugares em 2017 [quando se realizam as eleições legislativas]. Os resultados eleitorais são imprevisíveis e não é saudável depender apenas de dois contribuidores", disse Chao.

Atualmente, as cotas anuais da associação custam 200 patacas (22 euros), com a direção a querer subir este valor para 400 patacas (44 euros), uma proposta que os dois deputados rejeitam.

Segundo Sulu Sou e Jason Chao, a ANM não recebe habitualmente doações, mas já houve exceções: depois da manifestação que reuniu cerca de 20.000 pessoas contra o chamado regime de garantias, receberam 40.000 patacas (4.400 euros) de um único doador, anónimo, mais 10.000 (1.100 euros) provenientes de pequenas contribuições de vários cidadãos. Esta proposta de lei, que acabou por ser retirada, previa avultadas compensações para antigos titulares dos principais cargos políticos.

A ANM não conta pedir fundos a organizações estrangeiras, apesar de garantir que não as rejeitará, se surgirem. "Macau é um território muito próspero, achamos que os doadores locais são suficientes para manter a associação. É improvável que busquemos fundos no exterior", assinalou Jason Chao.

A ANM promete manter-se ativa em 2015, avançando em breve com um projeto de lei sobre o assédio sexual.

ISG // VM

Sem comentários:

Mais lidas da semana