terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Construtora de Macau pede 110 mil euros de indemnização por difamação - ativistas




Macau, China, 24 fev (Lusa) - A construtora de Macau Ho Chun Kei pede 1 milhão de patacas (110 mil euros) de indemnização aos ativistas Jason Chao e Bill Chou devido ao que considera ser um caso de difamação, revelou um dos visados.

Em causa estão acusações de eventuais benefícios para a empresa num caso de desenvolvimento de terrenos.

A queixa-crime foi apresentada em setembro de 2014, tendo agora os ativistas sido informados que a empresa pede uma indemnização no valor de 1 milhão de patacas. Segundo Jason Chao, o caso está neste momento a ser analisado pelo Tribunal de Instrução.

Não foi possível obter uma confirmação do valor da compensação por parte da Ho Chun Kei, apesar de o advogado da construtora, João Nogueira Marques, ter confirmado, em setembro, a apresentação da queixa junto do Ministério Público.

O caso encontra-se em segredo de justiça, pelo que os seus contornos nunca foram divulgados, mas os ativistas acreditam que a acusação está relacionada com o conteúdo de uma conferência de imprensa organizada em janeiro de 2014 pela Associação Novo Macau, de que Jason Chao era presidente na altura.

Em causa estava o plano de reordenamento da zona norte da Taipa, um projeto apresentado pelo Governo dois meses antes de entrar em vigor a nova lei de planeamento urbanístico de Macau.

"Acham que as notícias [que saíram na altura] foram prejudiciais para os acionistas, mas temos confiança na informação, usámos informação pública", disse Jason Chao à agência Lusa em setembro de 2014.

A associação acreditava que este plano tinha sido feito de modo a beneficiar determinados promotores imobiliários, próximos do Governo, dizendo mesmo que "há concluiu entre o Governo e os magnatas".

A Novo Macau chamou a atenção, em particular, para duas parcelas que dizia não estarem registadas como privadas junto da Conservatória de Registo Predial, levando ao entendimento de que o terreno estava sob gestão pública. No entanto, no local, estavam afixados cartazes de duas empresas, a Luen Kong e a construtora Ho Chun Kei.

Em esclarecimentos à imprensa, a Direção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes garantiu que os terrenos eram privados.

No encontro com os jornalistas, Jason Chao disse encarar o envolvimento da Ho Chun Kei com estes terrenos como uma prova de que "o Governo está a fazer um plano feito à medida para beneficiar os seus amigos, que são promotores imobiliários".

ISG// APN

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