O presidente da Nigéria, Goodluk Jonathan, sugeriu, no início da semana, a criação de núcleos de liderança em África, dizendo que Angola deve liderar a África Central, a África do Sul a parte Austral e a Nigéria a parte Ocidental do continente. A afirmação terá sido feita associada aos esforços regionais necessários para a estabilidade do continente, mas não deixou de ser notadas por alguns analistas no momento em que Angola está empenhada na estabilização da Guiné Bissau, país da África Ocidental e que, segundo esta lógica, estaria na área de influência da Nigéria, ou seja, vista no extremos, a afirmação poderá ser lida como um aviso sobre aquilo que a Guiné pode considerar como ingerência na sua zona de influência.
A afirmação foi feita quando Georges Chikoti entregou ao presidente nigeriano uma mensagem do Chefe de estado angolano sobre a sua preocupação em relação ao atraso no processo de reforma das forças de defesa e segurança da Guiné Bissau, noticiou o Jornal de Angola na sua edição de Segunda-feira, 9. José Eduardo dos Santos enviou a mensagem na qualidade líder da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa) de que a Guiné Bissau faz parte e da SADC (sigla inglesa para Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).
Falando aos jornalistas, Goodluk Jonathan considerou que o continente africano precisa de “uma liderança forte” para os desafios políticos e de desenvolvimento, tendo elogiado o papel de Angola e do seu Presidente na reforma da defesa e segurança da Guiné Bissau e na estabilidade das instituições de soberania daquele país.
Troika austral NKosazama Dlamini-Zuma, ex-ministra sul-africana dos negócios estrangeiros, é a aposta da SADC para o lugar de presidente da Comissão da União Africana, actualmente ocupado pelo gabonês Jean Ping. Isso mesmo foi confirmado por Georges Chikoti, que falou aos jornalistas no fim da visita que o Presidente José Eduardo dos Santos fez à África do Sul e em que se reuniu com os seus homólogos daquele país e de Moçambique. José Eduardo dos santos é o Presidente em exercício da SADC, Jacob Zuma coordena o órgão de política, defesa e segurança e Armando Guebuza assumirá a presidência da organização em meados do ano.
Zimbábwe, Malawi e República Democrática do Congo estiveram na agenda, embora se tenha lançado também um olhar sobre a próxima cimeira da União Africana, no fim deste mês, e sobre o papel da África do Sul na presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, há pouco mais de duas semanas.
- José Kaliengue
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