quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Autoridades angolanas devem investigar alegadas irregularidades - EUA

 


Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca, em Diário de Notícias - Ontem
 
O Departamento de Estado norte-americano afirmou hoje que as eleições gerais angolanas foram um "passo importante para fortalecer as instituições democráticas" no país, mas pediu que sejam investigadas as irregularidades apontadas por partidos e sociedade civil.
 
Numa declaração assinada por Patrick Ventrell, porta-voz adjunto da secretária de Estado Hillary Clinton, o Departamento de Estado saúda o povo angolano e os partidos políticos, pelo seu "envolvimento cívico e diálogo construtivo", e também a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), por "coordenar uma eleição pacífica e bem gerida".
 
"Não obstante, a sociedade civil angolana e partidos da oposição levantaram preocupações importantes sobre a desigualdade no acesso aos media, problemas com cadernos eleitorais e falta de acreditação atempada de observadores eleitorais domésticos, internacionais e de partidos políticos", refere.
 
"Instamos as autoridades angolanas a investigarem e lidarem prontamente com todas as queixas eleitorais, trabalhando ao mesmo tempo para aumentar os direitos políticos e liberdades cívicas", adianta.
 
As eleições foram "um passo importante na direção de fortalecer as instituições democráticas de Angola" e Washington pretende trabalhar com o governo angolano e oposição representada na Assembleia Nacional, sociedade civil e povo angolano nos interesses do país, conclui a nota.
 
Angola realizou no dia 31 de agosto eleições gerais para os 220 lugares no parlamento, 130 pelo círculo nacional e os restantes pelas 18 províncias (cinco cada).
 
Segundo os últimos resultados provisórios divulgados pela CNE, relativos às 12:39 de terça-feira, a contagem dos votos encontra-se encerrada em quatro das 18 províncias angolanas.
 
Nos totais nacionais, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) continua a liderar o escrutínio, com 71,82 por cento, seguido da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com 18,7, e da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 6,06.
 
De acordo com estes resultados provisórios, o MPLA, no poder, desce 10 por cento em relação às eleições legislativas de 2008 e a UNITA, o principal partido da oposição, sobre oito por cento.
 
Os dados divulgados pela CNE não apresentam valores sobre a abstenção, mas, a avaliar pelos números conhecidos, é previsível que esta fique próxima dos 40 por cento, três vezes mais do que nas legislativas de 2008.
 
A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros congratulou-se na terça-feira com a forma como decorreram as eleições gerais em Angola, afirmando que houve uma "organização globalmente eficiente" e num "ambiente pacífico".
 
"Enquanto aguardamos o anúncio dos resultados finais das eleições, tomamos nota da organização globalmente eficiente do processo de voto e do ambiente pacífico que o marcou.", disse Catherine Ashton.
 

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