domingo, 18 de setembro de 2011

Lideres muçulmanos na Guiné-Bissau consideram criação do Estado "grande acontecimento"




MB - LUSA

Bissau, 18 set (Lusa) -- Dois líderes da comunidade islâmica da Guiné-Bissau consideram a possibilidade da criação do futuro Estado da Palestina "um grande acontecimento", que enche de alegria todos os muçulmanos do mundo.

Em declarações à Agência Lusa, Tcherno Embaló, presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos (CSAI) e Infaly Coté, presidente da Associação Juvenil para a Reinserção Social (Ajures), afirmaram que "todo o muçulmano do mundo inteiro saúda" a possibilidade de a Palestina vir a ter o seu próprio Estado.

"Ficamos satisfeitos com esta notícia. É um grande acontecimento, mas também ainda estamos tristes porque é um processo que já leva tempo demais sem uma solução", observou Tcherno Embaló, lembrando que "há mais de 50 anos que a Palestina luta pela sua independência".

A Autoridade Nacional Palestiniana deverá formalizar durante a Assembleia-Geral da ONU, que começa na próxima terça-feira, o pedido de adesão às Nações Unidas.

"Enquanto muçulmanos que somos, podemos dizer que estamos contentes com a notícia em si, mas também devemos dizer que os palestinianos já sofreram o bastante nas mãos dos israelitas", disse ainda o presidente do CSAI da Guiné-Bissau.

"Há muito tempo que ouvimos a ONU a dizer que o seu lema é a defesa dos direitos humanos, mas nunca ouvimos a ONU a condenar a atuação de Israel. Vários países foram condenados pela ONU pela violação dos direitos humanos", assinalou ainda Tcherno Embaló.

Infaly Coté, presidente da Ajures tem a mesma opinião, reconhecendo que há muito que a Palestina devia ser um Estado soberano.

"Podemos dizer que é um projeto que acontece tardiamente. Esta ideia é bem-vinda. Um acontecimento grande demais. Os palestinianos estão de parabéns. Várias tentativas nesse sentido foram feitas no passado, mas os adversários da Palestina são fortes e não permitiram isso, mas hoje em dia pensamos que as condições estão reunidas e nós os muçulmanos só podemos estar felizes com esta iniciativa", disse Infaly Coté.

Para este responsável, a paz no mundo depende da estabilidade no Médio Oriente, pelo que "a ONU devia, desta vez, ouvir a voz do povo da Palestina e conceder-lhes a sua soberania".

"Pedimos à Ala que realize esse sonho dos palestinianos", enfatizou Infaly Coté.
Tcherno Embalo disse ainda acreditar que "será desta que Deus irá permitir a criação do Estado livre" da Palestina.

"Cada coisa tem o seu tempo, talvez tenha sido desta vez que Deus achou que o problema da Palestina será resolvido. Em nome do conselho superior dos Assuntos Islâmicos da Guiné-Bissau nós apoiamos esta iniciativa do povo da Palestina, sem reserva e a cem por cento", afirmou Embaló.

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