quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tensão aumenta no Golfo Pérsico e frota russa entra em ‘alerta vermelho’




Correio do Brasil, com agências internacionais - de Madri

O nível de tensão no Oriente Médio aumentou, nesta quarta-feira, após a elevação para “alerta vermelho” na frota russa que patrulha a região. Segundo fonte do Ministério da Defesa da Rússia, falando à agência espanhola de notícias Rictv, o governo daquele país determinou o reforço na segurança da Rodovia Transcaucasiana e nos mares Cáspio, Mediterrâneo e Negro, diante do iminente ataque de Israel às instalações nucleares iranianas, considerado “inevitável e a ser realizado em prazo muito curto”.

– É possível também o início de uma guerra de grande escala, cujas consequências são totalmente imprevisíveis – prevê.

A preparação da Rússia, na esfera militar, a fim de minimizar as perdas humanas e materiais por conta das possíveis operações bélicas contra o vizinho Irã começou há mais de um ano “e estão praticamente concluídas”, acrescenta a fonte. As tropas na Transcaucásia e no Mar Cáspio “estão prontas para eventuais combates e os navios de guerra estão posicionados até o Mediterrâneo”, revela.

Em nível oficial não há qualquer pronunciamento quanto aos objetivos do exército e da marinha russos em caso de guerra contra o Irã, mas analistas militares não excluem que, em caso de o Irã se ver ameaçado de uma derrota completa e ocupação de seu território, a Rússia lhe prestaria ajuda imediata. À frota russa no Pacífico se incoporarão, em mais alguns dias, o porta-aviões francês Mistral e o novíssimo submarino atômico Yuri Dolgoruki. A frota russa no pacífico conta, atualmente, com 49 navios e 22 submarinos.

Embora não tenha recebido nenhum reforço substancial desde 1991, a frota russa no Oriente Médio conta com uma tripulação bem treinada, que espera o apoio de novos submarinos da classe Borei como o Vladimir Monomaj e Alexander Nevski, além dos mísseis balísticos de cruzeiro Mariscal Ustinov e Almirante Najimov, em fase de reforma e modernização.

Síria

Aliada histórica do regime sírio, a Rússia não apenas reforçou sua presença em águas internacionais próximas ao país com navios de guerra e submarinos nucleares como avisou à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não irá tolerar nenhum tipo de intervenção do Ocidente sob pretexto de “compromisso humanitário”, como ocorreu com a Líbia na época do então coronel Muammar Gaddafi. Ao elevar o nível de prontidão para o vermelho, último antes do início de um conflito armado na região, Moscou assegura seu apoio à soberania dos sírios que, de acordo com a Chancelaria, “vivem um processo de guerra civil”.

Em recente mensagem ao Ocidente, o primeiro-ministro Vladimir Putin adveriu que o seu país não permitirá a efetivação de nenhum plano de intervenção que se assemelhe à participação da Otan na Líbia, país bombardeado durante meses sob a desculpa de que se estava protegendo a população civil.

Na Síria, os distúrbios que ocorrem há seis meses mostram que forças rebeldes tentam derrubar o governo, mas o atual presidente conta também com forte apoio popular. Embora enfrente acusações das potências ocidentais de promover um banho de sangue na Síria, Assad confirmou, na noite passada, que irá agir “com mão de ferro” contra os grupos dissidentes, que ele classifica de “terroristas”.

Assista ao vídeo publicado nesta quarta-feira pela rictvanoticiastv (em espanhol): VER VÍDEO

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