quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ministros da CPLP reúnem-se no sábado em Lisboa para discutir situação na Guiné-Bissau



SBR (FPA/FP/MB) - Lusa

Lisboa, 12 abr (Lusa) -- O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vai reunir-se no sábado de manhã, em Lisboa, para discutir a situação na Guiné-Bissau, comunicou hoje à Lusa a organização lusófona.

A reunião, segundo disse à Lusa o secretário-executivo da CPLP, foi decidida na sequência de Angola ter anunciado o fim da sua missão de apoio à reforma do setor militar da Guiné-Bissau (Missang).

Este será o principal tema na agenda da reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da CPLP, marcada para as 11:00, na sede da CPLP, em Lisboa, da qual deverá sair uma posição conjunta sobre a situação na Guiné-Bissau.

Segundo disse à Lusa na terça-feira o secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, a reunião extraordinária foi convocada pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chicoti, presidente em exercício da comunidade, para "partilhar com os seus pares os últimos desenvolvimentos da missão militar de Angola" na Guiné-Bissau.

Na segunda-feira, Angola anunciou o fim da missão de apoio à reforma do setor militar da Guiné-Bissau. Em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião com o governo guineense e após uma audiência com o Presidente interino da Guiné-Bissau, o responsável pela diplomacia angolana confirmou a retirada da Missang, sem adiantar a data da partida do contingente.

"Há algumas pessoas que não estão satisfeitas com a cooperação entre Angola e a Guiné-Bissau. Todos os aspetos têm de ser devidamente avaliados entre os dois governos. Foram assinados acordos entre dois governos responsáveis. Chegados a este ponto, temos que nos sentar e avaliar a nossa cooperação e tomar as decisões que se impõem", disse Georges Chicoti.

Em relação ao futuro, o chefe da diplomacia de Angola disse que Luanda não coloca de parte a possibilidade de integrar uma nova missão, desde que tenha um âmbito mais amplo.

Chicoti não rejeitou a possibilidade de Angola integrar uma eventual missão conjunta da CPLP e da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai, acusou recentemente a Missang de "atuar fora do seu mandato" e que, no acordo que permitiu o seu envio para a Guiné-Bissau, não se prevê que a missão (de cerca de 120 homens) possua armamento letal.

Antecedendo a reunião da CPLP, os chefes da diplomacia da CEDEAO Estão reunidos hoje em Abidjan para analisar a situação no Mali e também na Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau teve eleições presidenciais dia 18 de março, mas cinco candidatos não reconhecem os resultados e o segundo mais votado, Kumba Ialá, recusa-se a participar na segunda volta, marcada para 29 de abril.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nesta reunião os Ministros da CPLP devem tomar medidas de punição severas aos golpistas. Porque não tomando posições a Guiné-Bissau nunca gozará de uma liberdade e democracia que os guineenses tanto desejam. Esta ‘bagunça’ nunca parou porque os outros membros da CPLP nunca mostraram solidariedade com sucessivos governos que foram eleitos democraticamente, em condenar os golpistas. Se os Ministros da CPLP quiserem algum exemplo que vai buscar os exemplos de Mali. Os militares, líderes do golpe, tiveram que abandonar o ‘executivo’ ou renderem-se porque os OUA tomaram medidas de punição, isto é impôr sanções contra os golpistas. Se estes Ministros da CPLP forem sérios que façam os mesmos líderes militares.

Para os militares golpistas só tem um caminho: ou devolvimento do poder aos civís ou a prisão.

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