quinta-feira, 12 de abril de 2012

TIROS EM BISSAU, POPULAÇÃO EM PÂNICO NAS RUAS



Lusa

Bissau, 12 abr (Lusa) - Vários tiros foram ouvidos ao princípio da noite de hoje em Bissau, onde há pessoas a correr em pânico nas ruas, sendo visível aparato militar, constatou a agência Lusa.

FP

Principais rádios foram encerradas, tiroteio continua

Bissau, 12 abr (Lusa) - As principais rádios da Guiné-Bissau estão sem emitir e na capital continuam a ouvir-se tiros esporádicos, constatou a agência Lusa no local.

Ao início da noite militares dirigiram-se à Rádio Nacional e mandaram parar a emissão. Outras duas rádios também estão sem emitir.

Há militares nas principais ruas da capital, nomeadamente na rua onde mora Carlos Gomes Júnior, até agora primeiro-ministro e candidato a Presidente.

A TGB, Televisão da Guiné-Bissau, também está sem emissão.

Estes incidentes registam-se na véspera do início da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais no país.

FP/ARA

Tiros continuam, mas esporádicos, misturados com disparos de armas pesadas

Bissau, 12 abr (Lusa) - O tiroteio nas ruas de Bissau continua, mas esporadicamente, ouvindo-se, por vezes, disparos de armas pesadas, está a observar a agência Lusa no local.

A embaixada de Portugal pediu a todos os cidadãos portugueses para que permaneçam em casa esta noite e que não saiam das suas residências até a situação voltar ao normal.

FP

Embaixada de Portugal e outras representações diplomáticas cercadas por militares

Bissau, 12 abr (Lusa) - A Embaixada de Portugal e outras representações diplomáticas na capital da Guiné-Bissau estão cercadas por militares, disse à lusa o embaixador português em Bissau.

Antonio Ricoca Freire informou que "há militares na rua da Embaixada mas ninguém foi incomodado e que presume ser por motivo de impedir movimentações".

Vários tiros foram ouvidos ao princípio da noite de hoje em Bissau, sendo visível aparato militar, constatou a agência Lusa.

Ruas continuam bloqueadas mas tiroteio acalma

Bissau, 12 abr (Lusa) - A capital guineense continua com ruas bloqueadas pelos militares, mas regista-se uma acalmia em termos de tiroteio, constatou a Agência Lusa em Bissau.

A rua Combatentes da Liberdade da Pátria, onde fica a casa de Carlos Gomes Júnior, está bloqueada pelos militares e também a rua da Segunda Esquadra tem barreiras militares, mas a principal praça da cidade, onde se situa a sede do PAIGC, o maior partido, está normal.

Na Presidência da República os militares não deixam passar veículos mas as pessoas estão a circular.

Principais acontecimentos desde eleições presidenciais

Lisboa, 12 abr (Lusa) -- A instabilidade na Guiné-Bissau agudizou-se hoje, véspera do início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, com tiros ouvidos nas ruas da capital, movimentações militares e com estações de rádio a deixarem de emitir.

Principais acontecimentos na Guiné-Bissau desde a realização da primeira volta das eleições presidenciais em 18 de março:

- 18 de março: A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau considera que as eleições decorreram "dentro da normalidade e sem incidentes de maior".

- 19 de março: O ex-chefe das informações militares da Guiné-Bissau, Samba Djaló, é assassinado a tiro em Bissau.

- 20 de março: Cinco dos principais candidatos às eleições presidenciais -- Kumba Ialá, Henrique Rosa, Serifo Nhamadjo, Serifo Baldé e Afonso Té - exigem a "nulidade" da votação e um novo recenseamento eleitoral "credível".

- 20 de março: O chefe das forças armadas, António Indjai, reúne-se com o embaixador angolano em Bissau, general Feliciano dos Santos, e diz posteriormente que o diplomata lhe perguntou "se estava a forjar um golpe de Estado", visto ter informações de Angola nesse sentido. Indjai afirma também pediu uma reunião de urgência com o Presidente da República interino e com o Governo, a quem deu a conhecer o teor da conversa e "todos ficaram chocados" e solicitou ainda que se diligenciasse do Governo de Angola para que a missão angolana entregasse os meios bélicos que dispõe em Bissau.

- 21 de março: Os resultados da primeira volta das presidenciais determinam que a segunda volta seja disputada pelos candidatos Carlos Gomes Júnior (49 por cento dos votos) e Kumba Ialá (23 por cento dos votos).

- 21 de março: O ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Zamora Induta, pede refúgio na delegação da União Europeia em Bissau.

- 22 de março: Kumba Ialá, segundo candidato mais votado nas presidenciais, recusa participar na segunda volta.

- 28 de março: A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau considera improcedentes as reclamações de fraude apresentadas por cinco candidatos nas eleições presidenciais.

- 28 de março: Segunda volta das presidenciais marcada para 22 de abril

- 02 de abril: A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nomeia Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conacri, como mediador do impasse eleitoral na Guiné-Bissau.

- 03 de abril: Kumba Ialá não reconhece mediador da CEDEAO para acabar com impasse eleitoral

- 05 de abril: A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau suspende o início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais.

- 07 de abril: A CEDEAO lembra aos militares guineenses a responsabilidade de "respeitar escrupulosamente a ordem constitucional".

- 09 de abril: O Presidente de Angola decide pôr fim à missão de conselheiros militares angolanos na Guiné-Bissau (Missang).

- 11 de abril: A segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau é "remarcada" para 29 de abril.

- 12 de abril: A CPLP, cuja presidência rotativa é ocupada por Angola, anuncia uma reunião de ministros dos negócios estrangeiros, a decorrer no sábado em Lisboa.

- 12 de abril: Kumba Ialá pede à comissão eleitoral que retire a sua fotografia dos boletins de voto da segunda volta, mantendo a recusa em participar na disputa com Carlos Gomes Júnior.

- 12 de abril: "Não haverá campanha para ninguém, já afirmamos e repetimos várias vezes que não haverá campanha a nível nacional. Caso vier alguém a fazer campanha a responsabilidade será desse alguém e as consequências serão dessa pessoa, porque eles sabem que não há condições para que ninguém faça campanha", afirma Kumba Ialá na véspera do início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais.

JMR

1 comentário:

Anónimo disse...

Os restantes membros da CPLP devem tomar medidas de punição contra os golpistas para evitar futuros golpes, visto que este tipo de golpes acontecem com mais frequências do que um guineense que vai de férias.

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