Manuel
José – Voz da América
Dias
depois de a organização não-governamental Freedom House ter divulgado o seu
relatório sobre a liberdade de imprensa no mundo de 2015, em que Angola aparece no
grupo dos países não livres, o Sindicado dos Jornalistas Angolanos vem agora
reforçar que a actividade dos profissionais da comunicação está em perigo. Os jornalistas
falam de perseguição e coacção por criticarem o Governo.
A
secretária-executiva do Sindicado dos Jornalistas Angolanos Luísa Rogério
começa por lembrar que “com a privatização dos jornais, com o monopólio e o
oligopólio, a liberdade de imprensa corre um grande risco em Angola".
Rogério
lamentou igualmente a falta de condições e de salários condignos de que padecem
a grande maioria dos jornalistas.
"Grande
parte dos jornalistas da imprensa privada vai apenas sobrevivendo, os salários
são uma miséria, as próprias instituições de defesa dos jornalistas trabalham
em regime de sobrevivência porque não recebem qualquer incentivo do
Estado", revela Rogério.
O
jornalista Félix Miranda considera que o Estado deu alguns passos, mas lamenta
o facto dos profissionais que criticam o Governo serem ainda vítimas de
perseguição e de coacção do Executivo.
"Simula-se
liberdade de expressão porque as pessoas ainda são perseguidas, coagidas com
processos judiciais na DNIC por emitirem opiniões contrárias às do Executivo,
que detém os instrumentos de repressão judicial e policial", acusa
Miranda.
Entretanto,
num comunicado divulgado pela Angop, o Governo reitera que o direito de exercer
jornalismo em Angola está salvaguardado e vai continuar a trabalhar para
garantir que o jornalismo seja exercido com segurança e justiça, do mesmo modo
que diz condenar acções que coloquem em perigo a profissão e a vida dos
jornalistas.
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