De
um momento para o outro, o INEM tornou-se assunto central da agenda mediática.
Mas afinal o que se está a passar com o serviço de urgência?
O
presidente do INEM, Paulo Campos, e os técnicos da entidade, estão de costas
voltadas. As condições de trabalho, pagamentos de ordenados e horas
extraordinárias pontuam um dia de críticas de parte a parte e até de receios de
que os meios falhem. Vamos então perceber o que se passa.
Da
parte do INEM, sugere-se que "existem mesmo SMS que incentivam ao
absentismo e ao abandono do serviço” e critica-se ainda a "falta de
profissionalismo” de técnicos, como cita a Lusa. Já da parte dos trabalhadores
há uma exigência que começa a sobressair: o pedido de demissão do presidente da
entidade.
Os
técnicos de ambulância de emergência estão desde o início do mês a recusar
fazer horas extraordinárias, protestando contra a falta de pagamento de
subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário.
Ricardo
Rocha, do Sindicato dos Técnicos de Ambulâncias de Emergência, adiantou que
desde há algum tempo se tem verificado haver técnicos de emergência obrigados a
fazer 23 a 24 dias consecutivos de trabalho. As horas extraordinárias já
ultrapassaram as 150 anuais "e ainda estamos no mês de junho", diz.
No
mesmo tom surgem críticas de Rui Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores. Os
técnicos estão “a reivindicar aquilo que são os direitos básicos, o
reconhecimento pelo trabalho prestado, o respeito acima de tudo, a carreira e
as condições de trabalho”, disse esta manhã aos jornalistas, acrescentando que
em causa poderão estar também dezenas de postos de trabalho e que “os técnicos
estão exaustos e é necessário que o INEM cuide de nós”.
No
entretanto, uma dúvida tem surgido na capital: haverá técnicos suficientes
disponíveis para atender pessoas em caso de desastre? Da parte do INEM,
admitia-se ao final da manhã que, entre as 21 viaturas, havia sete
inoperacionais. Mas os números chegaram com uma ressalva: outras 75
ambulâncias, dos bombeiros da Grande Lisboa, estavam disponíveis para ajudar
nos serviços de urgência.
Entretanto,
já durante a manhã de hoje, o responsável máximo do INEM garantiu que que foram
pagos até agora "todos os valores reclamados do passado" pelos
trabalhadores, enquanto o pagamento dos subsídios de alimentação dos turnos
extra começa a ser pago este mês.
Num
dia em que o presidente do INEM reuniu com o secretário de Estado, o tom de
críticas tem subido de parte a parte. E embora Paulo Campos tenha vincado que
"não há um único posto de trabalho dos técnicos de ambulância que esteja
em causa" e que ele próprio está a acompanhar a situação "com
serenidade", a verdade é que do lado dos trabalhadores a relação parece
ter chegado a um ponto de rutura, com o pedido de demissão de Paulo Campos já a
fazer parte de algumas reivindicações que têm sido ouvidas.
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